terça-feira, 10 de abril de 2012

Instagram levou apenas um ano e meio para valer US$ 1 bilhão


Facebook anunciou compra do Instagram por US$ 1 bilhão em na segunda-feira. Foto: Getty Images
Facebook anunciou compra do Instagram por US$ 1 bilhão em na segunda-feira
Foto: Getty Images
Levou apenas um ano e meio para que uma dupla de desenvolvedores visse seu aplicativo de compartilhamento de imagens sair do zero e valer US$ 1 bilhão. Foi o que aconteceu com Kevin Systrom e Mike Krieger, responsáveis pela fundação do Instagram, que foi comprado na segunda-feira pelo Facebook, a maior rede social do mundo com mais de 800 milhões de usuários.
Os números do Instagram impressionam: com pouco mais de uma dúzia de funcionários, no começo de março deste ano o aplicativo já contava com 27 milhões de usuários. Um número bastante elevado para um programa que, até então, só estava disponível para os aparelhos com iOS da Apple. Com a chegada ao Android, na semana passada, o Instagram teve mais de 1 milhão de downloads em menos de 24 horas. A venda para o Facebook, por um valor recorde, aconteceu menos de uma semana depois.
Se comparado com outras start-ups compradas por grandes empresas de tecnologia, o Instagram mostra um recorde de valorização. O Flickr foi comprado pelo Yahoo! em 2005 por US$ 30 milhões, enquanto o Google adquiriu o Picasa em 2004 por apenas US$ 5 milhões, segundo levantamento feito pelo Business Insider. A companhia que mais se aproximou do Instagram foi a Photobucket, comprada por US$ 300 milhões em 2007 pela News Corp.
Não foi por acaso que a companhia chegou a um valor tão elevado. Desde sua chegada, tanto o número de usuários quanto de fotos postadas no serviço vêm crescendo exponencialmente. Criado em outubro de 2010, o aplicativo alcançou o seu primeiro milhão de usuários em apenas três meses, e seis semanas depois já tinha seu segundo milhão de usuários garantidos.
Os 5 milhões de downloads chegaram em junho do ano passado, uma média de 625 mil novos usuários por mês. A marca de 200 milhões de fotos foi atingida em agosto de 2011, quando em somente 30 dias 50 milhões de imagens foram enviadas para o Instagram. Menos de um ano depois, em abril de 2012, esse número cresceu para 150 milhões de novas imagens por mês: 5 milhões de fotos postadas todos os dias.

Instagram é comprado pelo Facebook


Por Tatiana de Mello Dias
Zuckerberg anunciou a fusão em seu perfil; equipe do Instagram irá para o escritório do Facebook
SÃO PAULO – O Instagram foi comprado pelo Facebook. A fusão acaba de ser anunciada pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, em seu perfil oficial. Segundo ele, foi a primeira vez que o Facebook compra uma empresa com uma base tão grande de usuários. Hoje cerca de 30 milhões de pessoas usam o Instagram.
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Os 14 funcionários do Instagram irão trabalhar na sede do Facebook, em Palo Alto, na Califórnia.
“Por anos, estivemos focados em construir a melhor experiência em compartilhar fotos com seus amigos e família. Agora, poderemos trabalhar mais próximos da equipe do Instagram para também oferecer a melhor experiência para compartilhar fotos do celular com as pessoas, baseadas nos seus interesses”, escreveu Zuckerberg.
Kevin Systrom, CEO do Instagram, disse que “não poderia estar mais feliz”. Segundo a Business Insider, a empresa foi vendida por US$ 1 bilhão.
O presidente do Facebook diz que as experiências das duas redes se complementam. Por isso, a ideia é manter e aprimorar as ferramentas do Instagram, em vez de simplesmente integrá-la completamente ao Facebook. O Instagram será desenvolvido independentemente. O Facebook se encarrregará de popularizá-lo ainda mais.
Além disso, Zuckerberg diz que o Instagram continuará a ser conectado a outras redes sociais. Os usuários também não serão obrigados a compartilhar suas fotos do Instagram no Facebook. “Nós tentaremos aprender a experiência do Instagram para construir ferramentas parecidas nos nossos outros produtos. E ao mesmo tempo, tentaremos ajudar o Instagram a crescer usando o forte time de engenharia e a infraestrutura do Facebook”.
“É importante deixar claro que o Instagram não vai acabar. Nós continuaremos a adicionar nossas ferramentas ao produto e encontrar novas maneiras para criar uma experiência melhor de fotos no celular”, disse o CEO do Instagram.
Na semana passada, o Instagram foi avaliado em US$ 500 milhões. A ida para o Android multiplicou por dez o valor da empresa.
Nas primeiras 24 horas de Android, o Instagram registrou duas mil ativações por minuto.
(atualizado às 14h43)

Inflação como solução


CELSO MING - O Estado de S.Paulo
A baixa criação de empregos no mercado americano, de apenas 120 mil vagas em março, como o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos revelou sexta-feira, voltou a disparar sinais de alerta em todo o mundo.
O mercado de trabalho americano se recupera lentamente demais e, diante dessa séria fragilidade, os homens de negócios são os primeiros a pisar nos freios: se o emprego segue frágil, o consumo dificilmente terá condições de avançar satisfatoriamente, o que reduz também investimentos.
No final de semana que passou, o Prêmio Nobel de Economia de 2005, Paul Krugman, articulista do New York Times, sugeriu que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) esquecesse temporariamente suas determinação de combater a inflação e se pusesse mais aplicadamente a se concentrar na criação de empregos. Desse modo, afirma Krugman, a inflação tem tudo para intervir mais como solução do que como novo problema.
Até agora, a principal ameaça do Fed não era bem a inflação, mas, ao contrário, a deflação - ou seja, persistente queda de preços na economia. Esse fenômeno teria dois graves efeitos: o primeiro deles, a queda da arrecadação, que agravaria o rombo fiscal do Tesouro americano, à medida que os impostos são cobrados sobre os preços; e a segunda consequência seria aumentar o endividamento não só do Tesouro, mas também do consumidor americano médio, porque o devedor teria de obter mais dólares (com seu trabalho ou seus negócios) para pagar seu passivo.
São o baixo risco de inflação e o ritmo muito vagaroso da evolução dos negócios que levaram o Fed a avisar que, até o fim de 2014, ninguém deve esperar por aumento dos juros básicos (Fed funds), que hoje beiram o zero por cento ao ano.
A proposta de Krugman de produzir mais inflação (para ajudar a corroer as dívidas, elevar o consumo e prover mais empregos) exigiria ainda mais emissões de moeda, um dos turbinadores de tsunamis monetários de que vem se queixando a presidente Dilma.
O problema é que não é certo que o despejo de mais recursos na economia americana ajudaria a expandir o crédito e o consumo. O Fed já esticou seu passivo para US$ 2,9 trilhões, mas a criação de vagas nos Estados Unidos segue insatisfatória. Mais moeda na economia não está reestimulando o crédito. Talvez se limite a impedir que a recessão se aprofunde.
O desemprego é alto na Europa (média de 10,8% na área do euro, em fevereiro) e nos Estados Unidos (8,2%, em março). E provavelmente não se retrairá, como esperam as autoridades, por duas razões. Porque o empresário entendeu que precisa baixar custos para sobreviver e recorre a investimentos em tecnologia de informação, providência altamente poupadora de mão de obra. E, também, porque uma das principais razões da atual crise financeira é a rápida redistribuição do trabalho no mundo. O forte crescimento do emprego na China e em grande parte da Ásia tem como contrapartida o fechamento inexorável de vagas nos países avançados. E esse processo parece irreversível.