Centro de Controle de Intoxicações encontrou fentanil e butilona em comprimidos vendidos como ecstasy e LSD
Ronaldo Faria ,
ESPECIAL PARA O ESTADO
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15 Setembro 2016 | 03h00
CAMPINAS - Novas substâncias químicas estão sendo agregadas às drogas que circulam na região de Campinas. Um estudo do Centro de Controle de Intoxicações (CCI), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), descobriu que traficantes têm incluído os compostos fentanil e butilona em produtos vendidos como comprimidos de ecstasy ou LSD, geralmente comercializados em papéis coloridos e cristais. No último mês de agosto, seis jovens, entre 18 e 30 anos, foram intoxicados por essas novas drogas sintéticas na região - um deles morreu por parada cardíaca.
O fentanil, substância que causou a morte do cantor Prince em abril deste ano, é considerado cerca de 50 vezes mais potente que a morfina. Ele serve para anestesia e como analgésico e foi sintetizado pela primeira vez em 1959. Entrou no mercado nos anos 60 como um anestésico endovenoso. Já a butilona é uma catinona sintética e pode provocar intoxicações tão graves quanto as causadas pela cocaína ou a metanfetamina. Em forma de cristais, é usada em vários países como agrotóxico ou repelente, mas também tem efeito alucinógeno.
“Em agosto, em uma semana, atendemos seis casos de intoxicação de jovens por drogas sintéticas, um deles fatal. Identificamos até quatro drogas num único exame laboratorial. Os jovens correm um risco grande com essas substâncias. Muitas vezes, a interação delas tem um efeito letal”, diz Rafael Lanaro, toxicologista do Laboratório de Toxicologia Analítica (LTA) do CCI. Um dos pacientes atendidos pelo CCI tem 25 anos e estava numa festa em Campinas. Chegou inconsciente no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Ele teria consumido LSD e álcool. Nos exames foi detectado o fentanil.
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