terça-feira, 2 de abril de 2013

Trem rápido custará 22,5% menos que viagem de ônibus e tarifa deverá ser de R$ 18


overno do Estado de São Paulo - Taboão da Serra/SP - INVESTE - 01/04/2013 - 15:05:00



Obras para a implantação do sistema terão início em 2016
O trem expresso que ligará Sorocaba a São Paulo terá tarifa em torno de 22,5% mais barata que a cobrada atualmente com o transporte de ônibus, além de fazer a viagem em 40 minutos, ante os cerca de uma hora e vinte minutos em dias normais e sem congestionamento. A tarifa para quem pretender se deslocar de Sorocaba à capital por meio do trem regional custará R$ 18. Atualmente, para realizar uma viagem até a cidade de São Paulo por meio de ônibus o valor cobrado pela principal concessionária que atua nessa linha é de R$ 22. As obras para a implantação do sistema deverão ter início daqui a três anos por meio de Parceria Público-Privada (PPP), mas o Governo do Estado informou que fará essa linha mesmo que tenha que ser com recursos públicos. Um total de 14 empresas estão interessadas e deverão apresentar até o dia 23 de julho estudos e modelagem para a implantação do sistema de trens intercidades. Para especialistas, a implantação dos trens regionais tornará o sistema de transporte público mais competitivo, com ganhos em qualidade e custo ao usuário.
O valor previsto para o custo inicial da tarifa do trem rápido no trecho que ligará Sorocaba a São Paulo, num trecho de 90 quilômetros de via, foi divulgado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. O custo será o mesmo estimado para o trecho entre São Paulo a São José dos Campos. Apesar de uma economia de R$ 4 ante a viagem de ônibus atualmente, o preço da tarifa no trecho de Sorocaba será um dos mais caros, segundo o cronograma dos trens regionais. De acordo com o relatório da pasta de Planejamento e Desenvolvimento Regional, o trecho que ligará cidades da região do Grande ABC e a capital custará R$ 4, enquanto que o trecho Jundiaí-Campinas-São Paulo será de R$ 15. Mesmo valor para o trecho de Santos.
Ainda de acordo com o cronograma previsto pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, deverão ser realizadas 22 mil viagens por ano no trecho previsto entre Sorocaba e São Paulo, o equivalente a 60 viagens por dia. Cada trem terá capacidade de 300 a 900 passageiros, todos sentados, e atingirá a velocidade máxima de até 180 km/h em alguns trechos.
O secretário de Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Júlio Semeghini, ressaltou que o governo trabalha com a prioridade de realizar a obra com investimentos por meio da iniciativa privada pelo instrumento de PPP. Porém, não descartou a realização com investimentos públicos caso não haja dificuldades em realizar tal procedimento. "Se optar por realizar o projeto pela obra pública, sem investimentos privados, o Estado analisa e compara os cenários pretendendo reduzir e anular os riscos de atraso na oferta de serviço e equipamentos públicos", ponderou. Em relação ao fato de o trecho São Paulo-Jundiaí ser considerado prioritário pelo Estado, o titular da pasta informou que o Estado aportou recursos na realização de estudos e projetos e busca financiamentos através das PPPs para esse trecho por ser aquele com os estudos mais adiantados e por atender a uma região com alta demanda de passageiros.
As interessadasUm total de 14 empresas manifestaram interesse em desenvolver estudos e modelagem para a implantação do sistema de trens intercidades, conhecido como trem rápido de passageiros, que ligará Sorocaba a São Paulo e mais oito cidades. As empresas terão prazo até o dia 23 de julho deste ano para a apresentação do projeto, que será analisado pelo Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado. Em novembro do ano passado, o consórcio formado pelo banco de investimentos BTG-Pactual e a Estação da Luz Participações (EDLP) havia se antecipado ao edital e apresentado uma Manifestação de Interesse por Parte de Agente da Iniciativa Privada (MIP). Caso não houvesse interessadas, quem deveria assumir a elaboração de projeto e execução das obras seria esse consórcio, o que não aconteceu.
Além do consórcio formado pelo banco de investimentos BTG-Pactual e a Estação da Luz Participações (EDLP), manifestaram interesse as empresas Concremat Engenharia e Tecnologia S/A, Construcap-CCPS Engenharia e Comércio S/A, Construtora Andrade e Gutierrez S/A, Construtora Ferreira Guedes S/A, Contern Construções e Comércio Ltda., CR Almeida S/A Engenharia de Obras, Empresa Global de Projetos Ltda., KPMG Structured Finance S/A, Mitsui & CO (Brasil) S/A, Planos Engenharia S/S Ltda., Prointec, S/A, Samsung C&T do Brasil Construtora Ltda. e ainda a Socicam Administração, Projetos e Representações Ltda.
O objeto do estudo é a construção da infraestrutura, a implantação de equipamentos e sistemas, a compra de material rodante, operação e manutenção de uma rede integrada de aproximadamente 431 quilômetros de linhas de trens intercidades. Pelo edital, a rede integrada de linhas ferroviárias de passageiros deverá abranger as cidades de Santos, Mauá, São Caetano, Santo André, Jundiaí, Campinas, Americana São José dos Campos, Taubaté e Sorocaba, e se conectará a uma estação central na cidade de São Paulo. Seriam quatro trechos de operação: São Paulo, Jundiaí, Campinas; São Paulo, ABC, Santos; São Paulo, Sorocaba; São Paulo, São José dos Campos.
Entre os estudos a serem apresentados pela eventual empresa interessada está a identificação das intervenções previstas e das necessidades de complementação de infraestrutura, com respectivos impactos nos investimentos a cargo do governo do Estado e ainda por parte da empresa privada; cronograma de obras; levantamento das áreas de influência do traçado proposto, identificação dos imóveis a serem desapropriadas e suas respectivas valorizações; estudos de impacto ambiental; taxa de renovação e fator de expansão.
O economista Flávio Augusto de Souza é taxativo ao comentar sobre os valores estimados para a tarifa do trecho entre Sorocaba e São Paulo pelo trem regional: "Uma economia de R$ 4 por viagem é muito significativa. Além disso, há ainda a vantagem do menor tempo gasto com o trajeto. Também será fundamental para estimular a competitividade, resultando em melhora da qualidade e de preço."

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