segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Opções golpistas encolhem e Bolsonaro encara abismo isolado. Igor Gielow, FSP

 Igor Gielow

SÃO PAULO

Quando apareceu rapidamente em frente às câmaras para saudar o fim do processo eleitoral e abrir caminho para manter seu quinhão de poder no terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Arthur Lira (PP) disparou a mais importante sinalização institucional da noite do domingo (30).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está mais isolado do que nunca, mesmo contando seu padrão insular de articulação política. O presidente da Câmara foi seguidos pelo do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e por toda a litania dos Poderes no reconhecimento do resultado das urnas.

Bolsonaro deixa o Palácio da Alvorada rumo ao Planalto na manhã desta segunda (31)
Bolsonaro deixa o Palácio da Alvorada rumo ao Planalto na manhã desta segunda (31) - Evaristo Sá/AFP

Ninguém apareceu para gritar que houve fraude fora das redes robotizadas do bolsonarismo. Nenhuma Damares, nenhum Moro, nenhuma Zambelli. E os líderes mundiais rapidamente parabenizaram Lula, Joe Biden (EUA) à frente.

Ato contínuo, o mandatário máximo se comportou como criança que perdeu a partida e foi correndo para casa se trancar em um silêncio vexatório, digno de um João Figueiredo saindo do Planalto para não passar a faixa a José Sarney em 1985. E não pôde levar consigo a bola do jogo.

Ela ficou com seus aliados, após quase quatro anos de ameaças de ruptura de ordens diversas. Não que o potencial disruptivo do presidente tenha se exaurido por completo, como o silêncio que mantém até a confecção destas linhas indica e as barricadas pegando fogo em mais de 60 pontos de estradas federais provam.

Mas tudo indica que, ao contemplar o abismo em sua solidão, Bolsonaro se veja na posição descrita por Friedrich Nietzsche em 1886 e seja encarado de volta. E o que ele verá é uma pletora de ameaças a quaisquer manifestações golpistas daqui em diante.

Um importante presidente de partido de centro dizia nesta manhã que, se tentar amplificar a bagunça ensaiada desde domingo por seus aliados caminhoneiros, Bolsonaro irá encarar nada menos que a sugestão para que renuncie. Impeachment, se houvesse tempo hábil, estaria à mão também.

Outro líder, este do centrão que reabsorveu Bolsonaro e aproveitou-se de sua musculatura eleitoral para engordar a ponto de dominar de vez a Câmara e o Senado, diz que esforços estão sendo feitos para que o presidente entre em modo de resignação e entenda que só isso o salva de uma saraivada imediata de questionamentos jurídicos.

Pois o emprego da Polícia Rodoviária Federal na evidente tentativa de intimidar eleitores nordestinos, e na relatada inação em alguns pontos de bloqueio de estradas, configura crime de responsabilidade claro, mesmo na visão deste aliado. Não seria o primeiro para o qual o establishment fecharia os olhos em nome de não balançar ainda mais o barco.

Mas aqui voltamos ao abismo, ou seja, qual a contemplação que Bolsonaro faz. Nos delírios bolsonaristas, amparados no forte apoio a seus atos antidemocráticos, particularmente os feriados de 7 de Setembro de 2021 e neste ano, uma derrota para Lula implicaria um movimento de rua imediato em favor do presidente.

Até aqui, o que se vê são crimes contra o direito de ir e vir praticados por uma minoria importante e organizada, mas uma minoria. E todo o mundo político, salvo talvez os filhos de Bolsonaro, o áulico Walter Braga Netto e alguns generais do bolsonarismo, ex-usuários de farda ou não, já avisou que não entrará no jogo.

Emparedados ficam os militares, que foram instrumentalizados por Bolsonaro ao servir à sua campanha contra as urnas eletrônicas: como a Folha mostrou domingo, há pressão interna no Planalto para um relatório sugerindo fraudes a ser assinado pela Defesa.

Se não há nenhum indício de que apoiariam uma contestação com armas na mão, a movimentação nas estradas enseja o temor de uma querela institucional: algum governador pede para o Exército fazer o que a PRF não está fazendo e liberar estrada, e Bolsonaro nega a autorização, forçando a entrada do Supremo na discussão.

Mas essa hipótese extrema, com suas variantes, já se mostrou rejeitada pelo entorno ampliado de Bolsonaro, para não falar em seus adversários percebidos.

Um dos movimentos centrais nesse balé foi dado pelo assertivo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. Ele matou no peito, para usar a expressão de gosto em Brasília, a cartada dada pela PRF no domingo. Chamou seu comandante para uma conversinha, conseguiu desmoralizar o processo golpista e, de quebra, não escalou a crise ao manter o cronograma das eleições.

Sem adiamento do pleito, tudo transcorreu com tensão, mas com formatação de naturalidade democrática. Resta saber se a tática do domingo seguirá a mesma, ou se o ministro irá usar o arsenal que tem à disposição para enquadrar o que resta do governo Bolsonaro.

Essa munição é outro componente do abismo à frente do presidente, que de resto sempre trabalhou com a hipótese de que poderia ser preso assim que perdesse o foro privilegiado. Agora a data está estabelecida, e o modelo Roberto Jefferson ou Carla Zambelli de reação ronda conversas de adversários e aliados.

Bolsonaro vende a ideia de que algum tipo de imunidade para si e sua família garantiria a estabilidade pós-derrota. O problema, para ele, é a credibilidade de sua tática mesmo entre quem lhe dá sustentação

News Letter Meio , o dia seguinte

 

Ontem à noite, as luzes do Alvorada apagaram cedo, e Jair Bolsonaro foi dormir.

Não congratulou o vencedor, nem fez discurso de derrota — mas também não negou o resultado das urnas ou convocou pancadaria.

Há uma razão para isso — aqueles com quem contava não deram espaço. No início da semana, quando um movimento quis pedir adiamento do pleito, os comandantes militares se calaram. Negaram apoio. Imediatamente após o TSE sacramentar o resultado como irreversível, o presidente da Câmara, Arthur Lira, foi à TV com discurso já lulista. O Centrão sendo Centrão. A Polícia Rodoviária Federal tentou ajudar, impedindo eleitores nordestinos de chegarem às urnas — mas foi no Sudeste que Bolsonaro mais perdeu votos.

Houve episódios de violência nas estradas do país, porém esporádicos. O ar para uma ação baseada no questionamento do resultado sumiu muito rápido. Na ausência de Bolsonaro, os bolsonaristas foram aos poucos reconhecendo a derrota.

Ainda assim, foi uma eleição apertada. Muito apertada. Acertaram Quaest, Datafolha assim como o Ideia, cujo tracking interno mostrou os candidatos se aproximando muito nos dias finais. Amanhecemos em um país cindindo em dois.

É nossa convicção, cá no Meio, que tornou-se fundamental para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, construir um governo envolvendo a coalizão ampla que se formou ao seu redor na frente democrática. Ele precisará de apoio político, sua tarefa não é fácil. No discurso de vitória, Lula pareceu bastante ciente disso. A primeira pessoa que cumprimentou no palanque do hotel paulistano onde falou foi a senadora Simone Tebet.

Venceu o candidato que no discurso diz que deseja governar para todos os brasileiros. Ontem a Constituição de 1988 venceu. Foi por muito pouco, mas isso não é pouco.

Nossa missão, como jornalistas, segue sendo a mesma. Atuar como críticos do governo eleito. Hoje, ao menos hoje, respiramos também com alívio pela democracia brasileira.

— Os editores

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Foi por pouco — mas deu Lula

“Não existem dois Brasis.” Foi com esse chamado à unidade e à reconciliação que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou sua vitória no segundo turno das eleições presidenciais e a conquista de um inédito terceiro mandato. Não foi uma vitória fácil. Com 60.345.825 votos, ele foi o presidente mais votado da história do Brasil. Ao mesmo tempo, foi o que obteve a vitória mais apertada em um segundo turno, 50,90% dos votos válidos, contra 49,10% do presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebeu 58.206.354 votos. Em seu discurso, Lula afirmou que é hora de “restabelecer a paz entre os divergentes”. “Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio”, afirmou. (g1)

A diferença estreita entre os dois candidatos mostrou, além da profunda divisão no país, a eficiência da campanha de Bolsonaro no segundo turno. Embora Lula tivesse construído uma frente ampla, incluindo adversários históricos, ele conquistou cerca de três milhões de novos eleitores, enquanto o presidente, mesmo derrotado, atraiu quase sete milhões de votos novos do primeiro para o segundo turno. (UOL)

Não passou despercebido o fato de o primeiro agradecimento feito por Lula na comemoração da vitória ter sido endereçado à senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada no primeiro turno. Ela mergulhou de cabeça na campanha do presidente eleito e, segundo pessoas ligadas ao petista, só não ocupará um ministério se não quiser. Entre as pastas especuladas para ela estão Educação e Agricultura — Tebet é professora de formação e vem de uma família de donos de terras no Centro-Oeste. Marina Silva (Rede-SP), que estava afastada de Lula havia mais de dez anos e se engajou nesta campanha, também recebeu agradecimentos no palco e abraçou o presidente. (Globo)

Rei morto, rei posto. Tão logo as urnas sacramentaram a vitória de Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), até ontem dos sustentáculos do governo Bolsonaro, fez um pronunciamento defendendo o respeito ao resultado das eleições e a construção “de pontes”. “É hora de desarmar os espíritos, estender a mão aos adversários, debater, construir pontes, propostas e práticas que tragam mais desenvolvimento, empregos, saúde, educação e marcos regulatórios eficientes. Tudo que for feito daqui para frente tem que ter um único princípio: pacificar o País e dar melhor qualidade de vida ao povo brasileiro”, afirmou. (UOL)

Ainda na noite de ontem Lula foi felicitado pelos principais chefes de estado e governo de países amigos. O presidente dos EUA, Joe Biden, telefonou para ele e publicou uma nota se dizendo ansioso para trabalharem juntos. Emmanuel Macron, presidente francês, desejou parabéns ao “caro Lula”. Os governos de Portugal, Canadá e China também o parabenizaram. Na América Latina, os presidente da Argentina, do México, do Chile e de diversos outros países mandaram felicitações. Como nem só de democracias vive a diplomacia, Cuba e Venezuela também se manifestaram. (Poder360)

Mas as congratulações da líderes do planeta Terra são um mero detalhe. Lula foi felicitado por Luke Skywalker em pessoa. (Twitter)

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Derrotado nas urnas e vendo aliados como Arthur Lira (PP-AL) acenarem para o presidente eleito Lula, Jair Bolsonaro (PL) não se manifestou publicamente, mas reconheceu ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que telefonou para os dois candidatos, ter perdido a eleição. (Metrópoles)

As perspectivas para o presidente não são boas. A partir de janeiro, sem as prerrogativas do cargo, Bolsonaro perde o foro privilegiado, e os processos contra ele descem para a Justiça comum, onde não terá o procurador-geral Augusto Aras. Além disso, Lula prometeu na campanha revogar no primeiro dia de governo todos os sigilos de cem anos decretados com ampla liberalidade pelo atual presidente. (UOL)

Aliados bem que tentaram conversar com o presidente após a derrota, mas foram informados que ele já estava dormindo, conta Andréia Sadi. Bolsonaro é o primeiro presidente a não conseguir se reeleger desde que a prática foi adotada por uma emenda constitucional, em 1997. (g1)

Quem não conseguiu dormir foram os apoiadores do presidente derrotado. Desde cedo, grupos se reuniram na porta do condomínio onde ele tem uma casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Alguns entoavam orações pedindo a mudança nos rumos da apuração, enquanto outros questionavam a lisura das urnas eletrônicas e atacavam o TSE. (Globo)

Nem todos, porém, agiram pacificamente e dentro da lei. Bloqueios foram registrados em estradas de Santa Catarina desde o final da apuração. Caminhoneiros também fecharam a BR-163 no Mato Grosso, dizendo não aceitar a vitória de Lula. Nas redes, pessoas questionaram onde estava a PRF, que havia se mostrado “tão diligente” mais cedo na retenção de ônibus com eleitores. (g1 e Globo)

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Vera Magalhães: “Antes do futuro governo haverá dois meses de uma transição que promete ser pedregosa, cercada de firulas, sigilos e gavetas fechadas que ninguém sabe onde está a chave. Caberá às instituições saírem da letargia em que se encontram e obrigarem o Executivo a cumprir o que manda a Constituição. E não pode ser tarefa só de Alexandre de Moraes, que, no peito, garantiu quase sozinho a normalidade do processo eleitoral. Há um país a ser reconstruído. Mais do que retomar a racionalidade no governo, é preciso também recompor as relações políticas, intersociais, familiares, todos os tecidos nos quais o bolsonarismo se infiltrou e nos quais provocou danos profundos, por ora difíceis de sanar.” (Globo)

Painel: “Vencida a eleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sairá em busca de mais partidos para compor sua base no Congresso. Os primeiros alvos serão PSD e União Brasil. ‘Será um governo aberto, inclusivo, do centro para a esquerda’, diz o senador eleito Wellington Dias (PT-PI). A avaliação é que o PSD de Gilberto Kassab será um dos primeiros a embarcar no projeto lulista. O otimismo com o União também é grande. Enquanto Lula discursava, o presidente da legenda, Luciano Bivar, divulgava vídeo parabenizando-o.” (Folha)

Sérgio Abranches: “Hoje, votamos [eu e minha neta Mariana, de 16 anos] quase ao mesmo tempo, ela em Brasília, eu no Rio. Ela, carregando nas mãos muito futuro, apta a escrever sua história como quiser. Eu, fazendo o balanço existencial de minha caminhada até aqui. Ela, lembrando da resistência como história contada. Eu, rememorando a experiência de ter sido parte da resistência. Lembrando da longa noite sem voto e sem liberdade. Nós dois, e toda nossa família, votamos para afastar as ameaças novas e velhas no horizonte da democracia conquistada com tanta luta.”

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, declarou ontem não ver qualquer risco de contestação ao resultado das eleições e garantiu a posse dos eleitos. “Não vislumbramos risco real de nenhuma contestação. O resultado foi proclamado, o resultado será aceito e aqueles que foram eleitos à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, serão diplomados no dia 19 de dezembro e tomarão posse no dia 1º de janeiro”, afirmou. (BBC Brasil)

Mais cedo, Moraes fez um pronunciamento dizendo que as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) não impediram que eleitores chegassem aos locais de votação e descartou ampliar o horário com as urnas abertas. Ele intimou o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, a se explicar sobre o descumprimento de uma ordem dada pelo próprio Moraes no sábado, proibindo que a PRF e a Polícia Federal fizessem ontem operações contra o transporte público. A PRF realizou ações em especial nos estados do Nordeste, parando ônibus com eleitores sob alegação de fiscalizar as condições dos veículos. Após a ordem de Moraes para que as operações fossem interrompidas – e a intimação de Vasques – a PRF divulgou nota dizendo que estava cumprindo imediatamente a determinação. (UOL)

Mirar no Nordeste foi um erro de avaliação. Embora Lula tenha de fato vencido na região, foi o Sudeste que garantiu sua vitória. Na comparação com 2018, Jair Bolsonaro viu seu eleitorado em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro encolher de 65,5% para 54,1% dos votos válidos. (Poder360)

Segundo colunistas, a ação da PRF foi política e premeditada. Lauro Jardim conta no Globo que a operação foi planejada dentro do Palácio da Alvorada, numa reunião no último dia 19. “Desde sempre, a expectativa do comando bolsonarista é que fossem barradas, impedidas ou dificultadas apenas eventuais locomoções irregulares de eleitores de Lula”, escreveu. Complementando a informação, Andréia Sadi, no g1, revela que o ministro da Justiça, Anderson Torres, foi o operador do plano. Segundo ela, Torres tinha ciência do mapa que mostrava as regiões onde Lula era mais forte. (Globo e g1)

O ar de motivação política foi amplificado por uma publicação de Vasques em seu perfil no Instagram. Na noite de sábado, o diretor-geral da PRF botou no ar um story com a bandeira do Brasil e a frase “Vote 22, Bolsonaro presidente”. Ele apagou a postagem pouco depois. (Poder360)

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Em que pese a derrota presidencial, o bolsonarismo conseguiu uma vitória importante em São Paulo. Por 55,27% a 44,73%, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) se elegeu governador, derrotando o ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Em seu discurso de vitória, ele procurou estabelecer pontes com o futuro governo federal. “A partir de agora vamos olhar pra frente, olhar para os interesses do estado de São Paulo”, disse. (g1)

O bolsonarismo não deu tanta sorte no Espírito Santo, outro estado do Sudeste onde houve segundo turno. O governador Renato Casagrande (PSB) venceu o deputado Carlos Manato (PL) por 53,80% a 46,20% e vai comandar o estado por mais quatro anos. (CNN Brasil)

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Além de garantir a eleição do presidente Lula, o Nordeste trouxe vitórias expressivas para a aliança do PT no segundo turno, mas também alguns dissabores. O partido confirmou a hegemonia na Bahia, com o governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT), que venceu ACM Neto (UB) por 52,79% a 47,21%, falando em “passar uma esponja” nos votos do adversário e governar para todos os baianos. (UOL)

Em Alagoas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), amargou uma derrota. Seu candidato, Rodrigo Cunha (UB), teve 47,67% dos votos, perdendo para o governador Paulo Dantas (MDB), que contava com o apoio de Lula e do senador Renan Calheiros e obteve 52,33%. Dantas chegou a ser afastado do cargo pelo STJ devido a suspeitas de corrupção quando era deputado estadual, foi reconduzido pelo STF e levou a eleição. (Poder360)

Com o apoio do PT, João Azevêdo (PSB) foi reeleito governador da Paraíba com 52,51%, desbancando o tucano Pedro Cunha Lima, que obteve 47,49%. (CNN Brasil)

Pernambuco foi uma derrota para Lula, pero no mucho. Em seu discurso de vitória, a governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) afirmou ter votado no presidente e congregado apoio de lulistas e bolsonaristas. Ela teve de superar a desvantagem e a dor. Seu marido, Fernando Lucena, morreu de infarto no dia do primeiro turno, e ela terminou atrás de Marília Arraes (Solidariedade). Raquel conseguiu uma das raras viradas no segundo turno e venceu Marília por 58,70% a 41,30%. (g1)

Derrota mesmo o PT encarou em Sergipe, onde Rogério Carvalho obteve 48,30% dos votos, perdendo para Fábio Miditieri (PSD), que chegou a 51,70%. (Poder360)

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Mais que uma derrota contundente do bolsonarismo, a eleição de Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul representou uma (relativa) quebra de paradigma. Ele venceu o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) por 57,12% a 42,88%, após ter chegado em segundo lugar na votação do último dia 2. Nunca o estado havia elegido um mesmo governador duas vezes consecutivas – embora tecnicamente Leite não tenha sido reeleito, já que renunciou para disputar as prévias do PSDB. A campanha foi marcada por baixarias, incluindo declarações homofóbicas de Lorenzoni. Leite, de 37 anos, é homossexual assumido. (UOL)

Em Santa Catarina, o senador bolsonarista Jorginho Mello (PL) atropelou o petista Décio Lima, vencendo a eleição pra o governo por 70,69% a 29,31%. Com apoio ativo da primeira-dama Michelle Bolsonaro e da senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), Mello focou sua campanha na pauta de costumes, falando diretamente com o eleitorado conservador. (Poder360)

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O único estado do Centro-Oeste a ter segundo turno para governador também foi o primeiro do país a conhecer o vencedor do pleito neste domingo. Às 17h16, com 92,23% das urnas apuradas, o candidato Eduardo Riedel (PSDB) elegeu-se novo governador do Mato Grosso do Sul. Após 100% de apuração, o tucano teve 56,90% dos votos válidos, ante os 43,10% do Capitão Contar (PRTB). Com o resultado, o PSDB mantém o terceiro mandato consecutivo no estado, um dos poucos que venceu neste ano. Além do Mato Grosso do Sul, apenas Rio Grande do Sul e Pernambuco serão governados por um peessedebista a partir do próximo ano. (g1)

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No Norte, com 90,69% das urnas apuradas, o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), foi reeleito com 56,99% dos votos válidos. Seu oponente, Eduardo Braga (MDB), teve 43,01%. Com o apoio de Bolsonaro, Lima havia vencido o primeiro turno com mais de 42% dos votos, ante os 21% de seu adversário. Seu primeiro mandato foi marcado pelas crises ambiental e de saúde, quando os hospitais entraram em colapso por falta de oxigênio durante a pandemia. Quem também foi reeleito na região foi o governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (UB), com 52,47% dos votos válidos, após 100% das urnas apuradas. Ele disputou com Marcos Rogério (PL), que recebeu 47,53% da preferência rondoniense. Mesmo sendo bolsonarista, Rocha foi impedido pela Justiça de utilizar a imagem do presidente porque seu adversário é do mesmo partido de Bolsonaro. (UOL)

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O ministro do STF Gilmar Mendes encaminhou ontem à Procuradoria-Geral da República um pedido de investigação feito pelo PT contra a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). No sábado, ela, acompanhada de seguranças, sacou uma arma no centro de São Paulo e perseguiu um homem negro pela rua. A parlamentar disse que foi hostilizada e empurrada. Já o homem perseguido afirmou que foi alvo de xingamentos dela e de seus seguranças por usar um boné do MST e que a deputada ficou furiosa quando ele gritou “te amo, espanhola”, numa referência a uma discussão entre ela e o senador Omar Aziz (PSD-AM) na CPI da Pandemia. Zambelli afirmou ter “ignorado conscientemente” a determinação do TSE proibindo o porte de armas nos dias anteriores à eleição. (CNN Brasil)