quinta-feira, 28 de abril de 2022

O capitão viu o passarinho azul, Catia Seabra , FSP

 Catia Seabra

Repórter especial da Folha, ganhou os prêmios Esso de jornalismo (2011), CNH e os internacionais IPYS (2012) e SIP (2014)

Luiz Inácio Lula da Silva conhece o peso da caneta hoje nas mãos de Jair Bolsonaro. Em maio de 1994, tinha 42% das intenções de voto contra 16% de Fernando Henrique Cardoso. Em agosto, com a moeda do real em circulação, FHC assumiu a liderança. Venceu em primeiro turno.

Semana passada, Bolsonaro deu uma demonstração desse poder ao conceder indulto ao deputado Daniel Silveira. Afrontando o STF, o capitão não só reacendeu o ânimo belicoso de seus apoiadores.

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta o deputado Daniel Silveira em encontro em Brasília - Antonio Molina/Folhapress
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Com a mesma canetada, despertou também o espírito de corpo na Câmara. Salvaguardado por seus pares, Silveira foi eleito vice-presidente de comissão e indicado para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Os deputados não o fizeram por Silveira. E, sim, por seus pescoços. Temendo futuros mandados de busca e apreensão, ou até mesmo prisão, deputados da base do governo se uniram para acelerar a tramitação de projetos que limitem o alcance das decisões do Judiciário contra parlamentares.

Em golpe de sorte, Bolsonaro acabou também por ganhar adesões nas Forças Armadas. Em meio ao embate com STF, vieram à tona áudios apontando para a ocorrência de tortura durante a ditadura. Essa revelação reavivou, no meio militar, a memória da Comissão da Verdade instalada no governo Dilma. Sem alternativa, os militares se alinharam com Bolsonaro.

Esses lances de abril deram tônus aos apoiadores do presidente. Aliados comemoram até promessa de flexibilização da política de publicação no Twitter, rede que tem como marca um passarinho azul.

Para entusiastas, Bolsonaro vive um bom momento. E tem ainda tinta na caneta para um pacote de bondades de cerca de R$ 150 bilhões, incluindo auxílio Brasil (R$ 89 bilhões) e perdão da dívida dos estudantes (R$ 38 bilhões).

Diferentemente de 1994, quando Itamar Franco tinha alta aprovação, Bolsonaro enfrenta 55% de rejeição, segundo o Datafolha. Em comum, o fantasma da inflação. O que o governo dá a inflação come.

Disney tirou Johnny Depp de 'Piratas do Caribe' após acusações de abuso, diz ex-agente, OESP

 Johnny Depp foi retirado da franquia Piratas do Caribe devido às acusações de abuso doméstico feitas por Amber Heard, disse nesta quarta-feira seu ex-agente de Hollywood.

Jack Sparrow
Johnny Depp como Jack Sparrow em 'Piratas do Caribe' contracena com Orlando Bloom no primeiro filme da franquia milionária da Disney. Foto: Elliot Marks/Walt Disney Studios/Handout/Reuters

"Minha opinião é que de que teve relação com as acusações feitas por Amber", disse Christian Carino, que trabalha para a Creative Arts Agency, em declaração gravada em vídeo no processo de difamação de Depp contra a ex-mulher.

Carino, ex-agente do casal, disse que a Disney nunca indicou explicitamente que Depp seria retirado da franquia devido às acusações de abuso doméstico, mas que isso ficou "subentendido".

Depp culpou as acusações de Amber pela perda de seu papel lucrativo na franquia, como o capitão Jack Sparrow.