Por serem mais baratas, apesar de poluentes, as fontes de energia suja atraem a maioria das empresas brasileiras, segundo o estudo/Foto: NPCA Photos
Embora reconheçam a relação do consumo energético com as mudanças climáticas, a maioria das empresas brasileiras não estão dispostas a pagar mais caro pelas energias de baixo impacto ambiental, segundo estudo de Ana Lúcia Rodrigues da Silva, professora da faculdade de tecnologia Fiap. O levantamento integra o livroComportamento do Grande Consumidor de Energia Elétrica, que ela lançará na próxima quinta-feira, 7 de abril, em São Paulo.
Segundo a pesquisa, feita junto a empresas que fazem parte do chamado mercado livre de energia (podem comprar energia tanto da distribuidora de sua região quanto de outro fornecedor independente), só 43% estariam dispostas a pagar mais caro pela energia por uma questão ambiental. Para 61%, a opção por fontes de energia mais caras prejudicaria sua competitividade. Mesmo assim, 94% acreditam nos impactos das mudanças climáticas, e 77% percebem que as escolhas energéticas têm contribuições significativas nas alterações do clima.
“Os últimos leilões de energia promovidos pelo governo têm sido dominados por novas termelétricas, que queimam combustível fóssil”, aponta Ana Lúcia, ao observar que a matriz energética brasileira está ficando mais suja, apesar da predominância das hidrelétricas. De acordo com a professora, já há 643 empresas nos Estados Unidos especializadas em vender energia limpa. Na Alemanha, o próprio Greenpeacevirou um dos grandes fornecedores de energia.
“Estamos na contramão da história. Estamos sujando nossa matriz energética enquanto outros países fazem de tudo para limpá-la", Ana Lúcia Rodrigues da Costa
A professora também destacou que, no Brasil, o processo de licenciamento ambiental é burocrático. "É tão demorado e exigente que as termelétricas conseguem ficar prontas mais cedo. E passam na frente na fila para os leilões.”
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