quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ficou maior. E daí?



27 de dezembro de 2011 | 3h 04
CELSO MING - O Estado de S.Paulo
Ontem o Guardian - importante diário de Londres - publicou matéria que já considera o Brasil a 6.ª maior economia do mundo, ultrapassando a do Reino Unido - segundo conclusões de consultoria privada inglesa. A "novidade", no entanto, já constava em dados divulgados pelo FMI em setembro, mas pouca gente deu importância à projeção (veja a tabela).
O risco é o de que agora o governo de Brasília e o cidadão médio deem mostras de subdesenvolvimento e recebam a informação com doses excessivas de autolouvação - e, assim, se perca o senso de realidade.
Também em economia, o brasileiro tende a se considerar maioral. E, como no futebol, continua nutrindo a sensação de campeão do mundo. Lá pelas tantas, sobrevém a lavada de 4 a 0 do Barcelona em cima do Santos para devolvê-lo ao rés do chão. Assim, é preciso ver com objetividade notícias assim e a confirmação que virá mais cedo ou mais tarde.
Tamanho do PIB é como tamanho de caneca. E o Brasil é um canecão. Tem quatro vezes a população do Reino Unido e 35 vezes a sua área territorial. Natural que, mais dia menos dia, ultrapasse o tamanho da economia de países bem mais acanhados em massa consumidora e extensão.
Enfim, é necessário examinar esses conceitos não só pela dimensão da caneca, mas também pela qualidade de seu conteúdo. A renda per capita britânica, por exemplo, é mais de três vezes maior do que a do Brasil e a partir daí se começa a ver as coisas como realmente são.
A economia brasileira ainda é um garrafão de mazelas: baixo nível de escolaridade, concentração de renda, bolsões de miséria, déficit habitacional, grande incidência de criminalidade, infraestrutura precária, enorme carga tributária, burocracia exasperante, Justiça lenta e pouco eficiente, corrupção endêmica... e por aí vai.
É claro que isso não é tudo. O potencial é extraordinário não só em recursos naturais, como também em capacidade de inovação e de flexibilidade da brava gente.
Mas há a energia que domina um punhado de emergentes - e não só o Brasil. Enquanto o momento é de relativa estagnação dos países de economia avançada, é ao mesmo tempo de crescimento bem mais rápido das economias em ascensão.
Esse grupo, liderado pela China (que ultrapassou neste ano o Japão como 2.ª economia do mundo), responde hoje por cerca de 40% do PIB mundial, ou seja, por 40% de tudo quanto é produzido no planeta. É também o destino de nada menos que 37% do investimento global - registra levantamento do grupo inglês HSBC.
Tal qual em outros temas, estimativas variam de analista para analista. Mas é praticamente inexorável que, até 2050, pelo menos 19 emergentes estarão entre as 30 maiores economias do mundo.
Mais impressionante é a velocidade do consumo. Só a China incorpora ao mercado perto de 30 milhões de pessoas por ano. Na Ásia, a classe média - diz o mesmo relatório do HSBC - corresponde a 60% da população (1,9 bilhão de pessoas).
Boa pergunta consiste em saber se o mundo aguenta esse novo ritmo de produção e consumo.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SP inicia programa de proteção e limpeza da Guarapiranga



Conjunto de ações serão realizadas para garantir a preservação da represa
(Atualizado às 15h28)
O governador Geraldo Alckmin deu início nesta terça-feira, 27,  às operações do Nossa Guarapiranga - Programa de Proteção e Limpeza do Reservatório Guarapiranga. O projeto tem como objetivo melhorar a qualidade ambiental de um dos principais mananciais que abastece a região metropolitana de São Paulo, minimizar riscos à qualidade da água, conter a ocupação de Áreas de Preservação Permanente (APP), e garantir condições de múltiplos usos da Guarapiranga, como a prática de lazer e de esportes náuticos.

"Estamos iniciando pela Guarapiranga que é uma grande fonte de abastecimento de  água São Paulo. São 11 barreiras para evitar que o lixo chegue à represa. Vamos começar com 20m³ de lixo presos por dia nessas ecobarreiras, então não vai chegar à represa nem plástico, garrafa pet, vidro, todo tipo de sujeira. E em maio, começa um barco feito especialmente para isso, para tirar a sujeira de águas mais profundas", afirmou o governador.

Foram instaladas 11 barreiras ("ecobarreiras") de contenção de lixo nos deltas dos principais córregos que deságuam na represa. Também foram contratados 10 botes para coletar a sujeira retida e um barco para fazer o transbordo do lixo recolhido, que seguirá para aterros sanitários regulares. A meta é recolher 20 m³ de resíduos por dia em média.

Para tanto, serão investidos R$ 12,2 milhões ao longo da vigência do contrato, que tem duração de 28 meses, ou seja, até outubro de 2013. A empresa contratada - a VA Engenharia - já está operando.

Também como parte do Nossa Guarapiranga, em abril próximo um barco de grande porte entrará em operação, destinado à coleta de lixo em profundidades de até 6 metros.

Além disso, a Sabesp está adquirindo uma segunda embarcação de porte que cuidará da retirada de macrófitas (algas), cujo crescimento excessivo tem ocasionado transtornos ao abastecimento público, em razão do entupimento das grades da captação, e vem afetando o uso das águas da Guarapiranga para atividades náuticas e de lazer. Este barco também tem entrega prevista para abril de 2012. A Fundação Unesp foi contrata para fornecer um plano de manejo e controle que definirá as condições da retirada da vegetação aquática.

Os benefícios alcançarão diretamente as cerca de 1 milhão de pessoas que vivem nas proximidades da Guarapiranga e, indiretamente, 2 milhões de habitantes abastecidos com as águas do manancial na RMSP.

Da Sabesp

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brasil supera Grã-Bretanha e se torna 6ª maior economia, diz entidade

O Brasil deve superar a Grã-Bretanha e se tornar a sexta maior economia do mundo ao fim de 2011, segundo projeções do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês).

Segundo a consultoria britânica especializada em análises econômicas, a queda da Grã-Bretanha no ranking das maiores economias continuará nos próximos anos, com Rússia e Índia empurrando o país para a oitava posição.
O executivo-chefe da CEBR, Douglas McWilliams, disse, em entrevista à BBC, que esta mudança de posições entre Brasil e Grã-Bretanha faz parte de uma tendência mundial.
"Eu acho que isto é parte da grande mudança econômica, onde não apenas estamos vendo uma mudança do Ocidente para o Oriente, mas também estamos vendo que países que produzem commodities vitais - comida e energia, por exemplo - estão se dando muito bem, e estão gradualmente subindo na 'tabela do campeonato econômico'", afirmou.
A entidade prevê ainda que a economia britânica vai superar a francesa até 2016.
Além disso, o estudo aponta que a economia da zona do euro encolherá 0,6% em 2012, "se o problema do euro for resolvido", ou 2%, caso a crise financeira que assola os países que adotam a moeda não encontre solução.

Repercussão na mídia

O estudo repercutiu na mídia britânica. O jornal The Guardian atribui a perda de posição à crise bancária de 2008 e à crise econômica que persiste em contraste com o boom vivido no Brasil na rabeira das exportações para a China.
Daily Mail, outro jornal que destaca o assunto nesta segunda-feira, diz que a Grã-Bretanha foi "deposta" pelo Brasil de seu lugar de sexta maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França.
Segundo o tabloide britânico, o Brasil, cuja imagem está mais frequentemente associada ao "futebol e às favelas sujas e pobres, está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global" com seus vastos estoques de recursos naturais e classe média em ascensão.
Um artigo que acompanha a reportagem do Daily Mail, ilustrado com a foto de uma mulher fantasiada sambando no Carnaval, lembra que o Império Britânico esteve por trás da construção de boa parte da infraestrutura da América Latina e que, em vez de ver o declínio em relação ao Brasil como um baque ao prestígio britânico, a mudança deve ser vista como uma oportunidade de restabelecer laços históricos.
"O Brasil não deve ser considerado um competidor por hegemonia global, mas um vasto mercado para ser explorado", conclui o artigo intitulado "Esqueça a União Europeia... aqui é onde o futuro realmente está".
A perda da posição para o Brasil é relativizada pelo Guardian, que menciona uma outra mudança no sobe-e-desce do ranking que pode servir de consolo aos britânicos.
"A única compensação (...) é que a França vai cair em velocidade maior". De acordo com o jornal, Sarkozy ainda se gaba da quinta posição da economia francesa, mas, até 2020, ela deve cair para a nona posição, atrás da tradicional rival Grã-Bretanha.
O enfoque na rivalidade com a França, por exemplo, foi a escolha da reportagem do site This is Money intitulada: "Economia britânica deve superar francesa em cinco anos".