O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, afirmou que até o momento foi contabilizada uma redução de 60% de doações eleitorais em comparação com as eleições de 2012.
"É uma diferença significativa, o que talvez reflita o caráter mais modesto deste pleito em função das mudanças ocorridas na legislação", disse Mendes, em em coletiva de imprensa nesse domingo (2).
Essa foi a primeira eleição realizada após a aprovação do fim das doações empresariais, em setembro do ano passado.
Segundo os dados do TSE, em 2012 as campanhas contabilizaram o recebimento de R$ 6,2 bilhões. Neste ano, com a proibição da doação de pessoas jurídicas, o número caiu para R$ 2,3 bilhões. O valor total, porém, só será computado em três dias.
O presidente do TSE ressaltou que o número não engloba o caixa dois, ou seja, doações ilícitas e não declaradas. Mas disse que a cifra de 2012 também não contabilizava esses repasses.
"Não vamos tentar fazer adivinhação sobre caixa dois que isso é impossível", afirmou Mendes. "Pelo menos, no aspecto visual, as campanhas estão mais modestas e esse é um dado positivo. As campanhas estão mais limpas. Acho que houve diminuição de honorários de marqueteiros também", avaliou o presidente do TSE sobre as primeiras eleições com doações limitadas a pessoas físicas.
BALANÇO
Gilmar Mendes também apresentou a atualização do quadro de ocorrências.
Segundo dados do TSE, foram registradas 1.410 ocorrências, sendo 149 com candidatos e 83 delas com prisão. Minas Gerais foi o recordista, com 20, seguido por Santa Catarina, com nove, e São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, cada um com sete.
Entre os candidatos, boca de urna foi a principal causa das ocorrências, sendo 61 com prisão e 39 sem prisão. Os outros motivos de prisão foram divulgação de propaganda (5), transporte ilegal de eleitor (4), corrupção eleitoral (9). Outros quatro foram presos por outros motivos.
Com não candidatos foram realizadas 1.261 ocorrências, das quais 575 acarretaram prisão. A boca de urna também gerou a maioria das ocorrências entre os não candidatos, 333 com prisão e 383 sem prisão.
Sobre urnas que tiveram problemas, 2.331 foram substituídas, ou seja, 0,53% do total. A maior quantidade de substituição, até o momento, ocorreu no Rio de Janeiro, que contabilizou 441 urnas. Em porcentagem, houve mais substituições em Alagoas, de 119 urnas eletrônicas.
SEGURANÇA PÚBLICA
O presidente do TSE declarou ainda que a segurança pública foi um tema que preocupou o tribunal desde o início da organização das eleições.
Sobre os ataques que acontecem há três dias em São Luís (MA), o ministro disse que ele acompanhou os eventos e teve reunião com o governador Flávio Dino.
"Os ataques não estão associados ao pleito eleitoral. Em São Luís, os criminosos estão usando o pleito eleitoral como janela para criar algum tumulto", avaliou Mendes.
Ele também atribuiu o quadro de violência em Minas Gerais, um dos estados que teve o maior número de ocorrências, ao agravamento da crise de segurança pública. "Em Minas, o quadro de insegurança não traduz necessariamente a violência no campo eleitoral. O que há é um agravamento do quadro de segurança pública. Tivemos uma deterioração de segurança pública de 2012 até agora", disse ele.
Mendes afirmou que relatará na segunda (3) esses desdobramentos ao presidente Michel Temer.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou da entrevista coletiva no TSE, disse que há tropas federais em 491 municípios por determinação da Justiça eleitoral. Na eleição de 2012, foram 477.
No entanto, de todas as cidades onde as tropas estão presentes, foram registradas ocorrências apenas em São Luís.
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