quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Metrô de SP traça plano para sair do prejuízo e reduzir aporte do Estado, Valor

Metrô de SP traça plano para sair do prejuízo e reduzir aporte do Estado

 27.08.2019   |  Notícias do Mercado
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O Metrô de São Paulo planeja reduzir sua dependência do governo paulista e passar a dar lucro a partir de 2020, afirmou ao Valor o diretor-presidente, Silvani Alves Pereira, que assumiu o cargo em janeiro.

A meta não é trivial: no ano passado, a companhia teve um prejuízo de R$ 519 milhões – o resultado negativo se repetiu em nove dos dez últimos anos, com lucro apenas em 2014, de R$ 86,8 milhões. Além disso, o governo de São Paulo faz aportes bilionários todo ano para financiar a expansão da rede – em 2018, foram R$ 2,57 bilhões (ver ao lado). A ideia agora é que o Metrô possa contribuir com as obras.

O plano inclui medidas para reduzir custos e ampliar as chamadas receitas não tarifárias – ou seja, que não vêm das passagens -, e que representaram 11% do faturamento em 2018. Até o fim deste ano, a parcela deverá subir para 15%, mas, no longo prazo, poderá chegar a 40%, avalia Pereira.

Com esse objetivo, o Metrô pretende lançar o edital de duas concessões até dezembro: das 14 estações da Linha 2-Verde (entre Vila Madalena e Vila Prudente) e da estação Brás. A ideia é que companhias privadas explorem comercialmente os espaços – com lojas, lanchonetes, farmácias etc. Além disso, algumas dessas estações poderão ganhar edifícios, que se converteriam em shoppings, hospitais ou hotéis, por exemplo.A ideia não é novidade. O Metrô já tem estações integradas a shoppings, como a Santa Cruz e a Itaquera, e diversas áreas comerciais nas estações de todas as linhas. A companhia, porém, estima que o potencial dessa exploração seja muito maior do que a atual.

“Espera-se que a empresa privada seja mais competente que o Metrô para identificar essas oportunidades comerciais e, com isso, ampliar a receita adicional nas estações”, diz Pereira.

“Já tivemos várias tentativas de ampliar essas receitas não tarifárias em vários governos, mas agora estamos colocando em prática. Quando se fala em parcerias público-privadas, a empresa busca um arcabouço jurídico que traga segurança. Não depende só do ente público querer fazer, mas também da confiança do privado”, acrescentou.

Neste ano, a gestão já conseguiu realizar uma licitação nesses moldes, de 13 terminais de ônibus. O contrato deverá ser assinado em setembro, com as empresas NS Empreendimentos Imobiliários (do grupo Rezek) e a PPX Participações (dona da construtora Planova) – o consórcio foi o único que participou do leilão.

O grupo passará a cuidar da manutenção e poderá explorar comercialmente a área dos terminais e, em sete deles, construir edificações. O consórcio ainda se comprometeu a desembolsar, por mês, R$ 800 mil ou 8% do faturamento, a depender do que for maior. “O Metrô deixará de ter uma despesa de R$ 22 milhões com manutenção”, diz Pereira.

Outra forma que o Metrô tem buscado para gerar receita adicional é a prestação de serviços, como consultorias e, eventualmente, a operação de redes similares fora de São Paulo.

No caso da concessão do Metrô de Brasília, a companhia paulista formou uma parceria com a Urbi Mobilidade Urbana para elaborar estudos de viabilidade, no modelo de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) – em que empresas interessadas no empreendimento enviam estudos, mas só são remuneradas caso o projeto seja levado adiante. “Além disso, quando o edital for publicado, podemos, junto com um parceiro privado, fazer uma Sociedade de Propósito Específico para participar do leilão para a operação da rede.”

O Metrô paulista também tem prestado consultoria ao Metrô de Quito, no Equador, e está em negociação para oferecer os serviços na Bahia, segundo Pereira.

Esse tipo de atuação passou a ser possível a partir de uma lei estadual, aprovada em março deste ano, que permite que o Metrô crie subsidiárias e tenha participação em companhias privadas.

Outro plano da empresa é fazer uma parceria com um investidor privado para se tornar uma autogeradora de energia elétrica – um dos principais custos operacionais do Metrô. Em 2018, foram gastos R$ 198 milhões com energia, que é adquirida no mercado livre.
A ideia, diz Pereira, é formar uma subsidiária e vender participação a um sócio privado: no acordo, o Metrô entraria com a disponibilidade de áreas para a instalação de painéis fotovoltaicos (no topo de estações, linhas e pátios, por exemplo) e a empresa, com o dinheiro. A expectativa é que a modelagem desse projeto fique pronta até dezembro.

Além disso, o Metrô tem avançado com seu plano de demissão voluntária, para enxugar o quadro de funcionários. Até o fim de 2018, haviam sido desligadas 845 pessoas e, neste ano, deverão sair outras 233. Uma nova rodada do plano está em estruturação e será lançada em 2020, diz o presidente.

Novos investidores preveem recuperar mina, ferrovia e porto de mineradora no AP até 2021, G1


Zamin já representou quase 32% do PIB do estado, quando estava em atividade. Duas multinacionais vão aportar investimento para reativar empreendimento de minério de ferro.

O plano de investimentos de duas multinacionais que prevê a retomada da exploração de minério de ferro no Amapá e exportação desse produto foi aprovado, e inclui a recuperação da mina, da ferrovia e do porto. A previsão é que a atividade seja retomada em 2021.

As empresas se uniram para reativarem a exportação de minério de ferro que está suspensa desde 2013 no estado, após o desabamento de porto em Santana e posterior crise da mineradora Zamin, concessionária do serviço e que acumula dívida bilionária com trabalhadores, empresas e bancos.

O projeto foi apresentado nos dias 15 e 22 de agosto, em uma assembleia em São Paulo e transmitida a representantes dos investidores e credores em Macapá. Essa era uma condição para que as empresas assumam o controle da companhia, e retomem a indústria de minério de ferro no Amapá.

A assembleia foi conduzida em São Paulo porque é onde corre o processo de recuperação judicial desde 2017. Por uma questão legal, o plano foi apresentado pela Zamin, mas, na realidade, vai ser assumido pelas duas novas investidoras, que têm origem da Inglaterra e da Singapura.

“A gente está falando de duas investidoras Indo Sino Trade, que está à frente, e a Cadence Minerals, que efetivamente vai fazer a mineração. […] Existe uma previsão de que o projeto de mineração integrado, que envolve a mina, o porto e a ferrovia, esteja a pleno vapor a partir de 2021”, explicou Eduardo Queiroz, advogado das investidoras.

O consórcio investidor fez um depósito judicial de 2,5 milhões de dólares, o equivalente a R$ 9,4 milhões, em junho, como forma de demonstrar interesse no projeto. Esse aporte inicial seria para o pagamento de pequenas empresas e débitos trabalhistas.

“Uma vez aprovado o plano, ele vai para a homologação em juízo; em seguida são verificadas as condições precedentes que estão especificadas no plano. Após isso começam a ser realizados aportes de investimentos, que já foram realizados para pagamento de credores. […] Os termos tanto em relação a prazos para pagamento, proporção de pagamento, datas para pagamento, essas questões se encontram descritas no plano de recuperação judicial”, descreveu Marcelo Avendano, advogado da Zamin.

No plano de recuperação, as investidoras destacam que o minério de ferro recuperou o preço no mercado internacional, tornando o negócio viável. O projeto prevê a restauração de toda a planta industrial, o que inclui a mina, a ferrovia e o porto.

Mineração de ferro no Amapá

A história da exploração do minério de ferro no Amapá começou com a Indústria e Comércio de Minérios (Icomi), na década de 1950. O projeto foi vendido pra MMX de Eike Batista, depois Anglo Ferrous e por último a Zamin, quando foi interrompido.

O projeto de mineração chamado “Sistema Amapá”, sob o comando da Zamin já foi responsável pela maior parte do PIB amapaense, representando 31,88% de toda a riqueza produzida no estado.

Fonte: G1
Data: 23/08/2019

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Plataforma facilitará o aluguel de colmeias a produtores rurais para polinização, Fapesp

Eduardo Geraque | Pesquisa para Inovação – Pesquisadores paulistas desenvolveram uma plataforma eletrônica para conectar apicultores com produtores rurais. A ideia é que, estabelecendo um elo entre as abelhas e as flores, aumente a produtividade no campo. O sistema vai operar em moldes semelhantes ao dos aplicativos usados em mobilidade urbana, que permitem encontrar o motorista próximo do ponto de onde o cliente quer iniciar um deslocamento.
O aplicativo, desenvolvido pela Agrobee, vai contar com ferramentas avançadas para o monitoramento da qualidade das colônias dos insetos e com pontos georeferenciados de registro dos locais de instalação, além de uma bolsa para venda do mel que for gerado.
Com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, a empresa Agrobee, nome fantasia da Eleve Pesquisa e Desenvolvimento, trabalha há um ano na plataforma, que ganhou sua primeira versão piloto publicada na Google Play no dia 19 de agosto.
Além da pesquisadora Andresa Berretta, a empresa tem como sócios Carlos Rehder e Guiherme Sousa, que ela conheceu durante uma viagem ao Reino Unido, quando participou do treinamento Leaders in Innovation Fellowships Programme (LIF), com o apoio da FAPESP e da Royal Academy of Engineering. A Agrobee conta ainda com dois biólogos, três bolsistas de campo e 2 bolsistas de TI que trabalham no desenvolvimento da plataforma digital. “Neste primeiro ano, fizemos todo o embasamento técnico do produto”, afirma Berretta.
“Temos que fazer todo um levantamento de dados e apresentação dos resultados para os produtores para criar a cultura da polinização e, com a plataforma, aproximar os apicultores dos produtores rurais. A ideia do App é conectar os que estejam próximos geograficamente para reduzir custos e diminuir o estresse das colmeias durante o transporte”, diz Andresa.
Mas o projeto envolve desafios maiores que o de levar os insetos até as lavouras. Mesmo quando o “match” ocorre é preciso deslocar uma equipe até a propriedade para identificar as melhores áreas para colocar as colmeias. “Todo o processo será assistido”, ela diz.Nas futuras versões do App, o plano é que essa etapa esteja automatizada com o uso de inteligência artificial.
Morango e café
Estudos demonstram que a introdução de abelhas em lavouras tem forte impacto na produção. Na cultura de morango, a equipe da Agrobee constatou que a presença das abelhas aumentou em 12,7% o peso médio dos frutos e em 19,2% o seu dulçor.
Outro ponto importante em relação aos morangos é que sem as abelhas, a deformação do produto é muito alta (76,6%). Com a polinização, esse índice regrediu para 23,4%, o que aumenta o valor de venda para o produtor.
Os resultados também foram positivos nas culturas de café. Os experimentos foram feitos em quatro propriedades na florada de 2018: uma no interior de São Paulo, outra no Cerrado Mineiro, a terceira em uma área mais seca e a quarta em uma lavoura irrigada. “Neste último caso, a quantidade de frutos aumentou em 107%, enquanto nos outros locais a variação positiva ficou entre 30% e 50%”, contou Berretta.
O café não precisa necessariamente das abelhas para a polinização das flores, por ser uma planta com autopolinização. Mas, mesmo nesta cultura, a introdução de abelhas se mostrou efetiva, segundo revelam os dados-piloto obtidos pela equipe da Agrobee. “O aumento na produção de frutos é de no mínimo 30%”, diz Berretta.
Cultura de polinização
Além de aumentar a renda do apicultor e a produtividade dos produtores rurais – uma vez que 75% dos cultivos precisam de abelhas na polinização –, outro objetivo da Agrobee é criar uma espécie de cultura a favor da polinização. Prática que também tem ganhos do ponto de vista ambiental.
“Ao introduzir as abelhas em suas propriedades também vão usar os defensivos agrícolas de uma forma mais racional”. Estimativas recentes, do App-BeeAlert, mostram que 25 mil colmeias morreram no Brasil nos últimos anos, por causa do uso excessivo de defensivos agrícolas.
A Agrobee, que surgiu inicialmente como uma spinoff da empresa Apis Flora, pretende estar com a plataforma totalmente operacional entre um e dois anos. Quando isso ocorrer, a receita vai ser gerada por meio de uma porcentagem de cada uma das transações feitas entre apicultores e produtores.
Eleve Pesquisa e Desenvolvimento
Endereço: Rua Triunfo, 945, Sala 01, Santa Cruz Do Jose Jacques, Ribeirão Preto, CEP 14020670, Brasil
Contato: (16) 36392890
Palavras-chave: Agrobee, Eleve,Andresa Berretta, polinização, apicultura