quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Pará critica proposta de renovação de ferrovia da Vale e diz que governo é açodado, OESP

07/08/2018 - Estadão
O governador do Pará, Simão Jatene, fez duras críticas ao plano traçado pelo governo para a renovação antecipada das concessões ferroviárias firmadas com a mineradora Vale.
Em julho, o governo convocou a imprensa para anunciar que a Vale foi escolhida para construir um trecho de 383 km da ferrovia entre os municípios de Campinorte (GO) e Água Boa, em Mato Grosso. Essa nova malha, que teria a missão de apoiar o escoamento de grãos do Estado, seria a contrapartida para que o governo renovasse as concessões já detidas pela Vale: as ferrovias Vitória-Minas, entre Minas Gerais e Espírito Santo; e a Estrada de Ferro Carajás, no Pará.
Os Estados negam disputas, mas ficaram inconformados com a decisão do governo de deslocar cerca de R$ 4 bilhões para um novo projeto no Mato Grosso, quando possuem obras ferroviárias previstas para seus territórios.  "Qual o interesse social de antecipar essa renovação? Sou governador do Pará, mas para mim isso é uma questão nacional. Sem pretender ser indelicado, mas os melhores adjetivos que eu posso imprimir à atitude do governo federal foi de precipitação, açodamento, ansiedade ou qualquer um outro que se reproduza nessa direção", declarou Jatene.
Para amenizar o conflito, o governo anunciou que a arrecadação de outorga que terá com o leilão da Norte-Sul, previsto para ocorrer em novembro, será usada para formação de um fundo nacional que irá patrocinar os investimentos ferroviários dos Estados. No Pará, a prioridade é a construção de um último trecho de 500 km da Norte-Sul, entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA).
Segundo Simão Jatene, o governo do Pará não teve acesso a nenhum detalhamento técnico que justificasse a escolha pela ferrovia do Mato Grosso, além de nada que justificasse a renovação antecipada das concessões, que vencem entre 2027 e 2028, conforme se pretende fazer. Irritado, Simão Jatene cobrou o governo sobre os estudos do projeto que mostra que essa é a melhor opção para o País, com a renovação antecipada.
"Como é que se anuncia uma renovação antecipada de renovação dez anos antes sem esses estudos? Esses estudos existem ou não? Não tem nenhuma coerência no que está se dizendo aqui. Eu confesso aos senhores a minha perplexidade de assistir isso."

Jatene participa nesta terça, 7 de audiência pública realizada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado. O debate conta com a presença ainda do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Mario Rodrigues Júnior; o secretário especial da secretaria do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI), Adalberto Santos de Vasconcelos; o secretário de coordenação de projetos da secretaria do PPI, Tarcísio Gomes de Freitas; o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro Silveira; o procurador-geral do Espírito Santo, Alexandre Nogueira Alves, representante de Paulo Hartung, governador do Espírito Santo.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Agrifinance: Louis Dreyfus diz que alta do frete em 5 anos é igual à inflação

O diretor executivo de Oleaginosas da Louis Dreyfus Company (LDC), Luis Barbieri, disse no evento Agrifinance que o valor do frete de Jataí (GO) a Santos (SP) aumentou 37,9% entre janeiro de 2013 e janeiro de 2018, enquanto o IGP-M do período acumulou alta de 36,6%. “A média de aumento de frete nos últimos cinco anos foi igual à inflação”, disse Barbieri, ressaltando que, até a determinação de tabela, os preços flutuaram de acordo com a oferta e demanda. “A tabela de fretes representa o maior entrave para crescimento de qualquer atividade econômica no Brasil nos próximos anos.”
Segundo ele, se a tabela de frete continuar em vigor, vários elos da cadeia de grãos, desde produtores a empresas de comercialização, vão investir em frota própria de caminhões, o que não é o foco principal do seu negócio. “A tabela vai levar o setor a alocar capital de forma errada e vai deixar tudo mais caro”, assinalou. “O frete tabelado é uma grande ameaça ao setor como um todo.”
Barbieri ressaltou que, do ponto de vista de longo prazo, a infraestrutura ferroviária é uma questão importante para o setor. “Temos importantes projetos em andamento, para o próximo governo, como a Ferrogrão. Também tem a renovação das concessões ferroviárias, que é um tema em que vamos precisar nos envolver na discussão.”
O executivo ressaltou que a capacidade portuária hoje para exportação de granel (soja, milho e açúcar) é de 220 milhões de toneladas para granéis vegetai e os embarques brasileiros devem ficar em torno de 150 milhões de toneladas. “Do ponto de vista portuário, a situação do exportador de granel está resolvida.”
Fonte: Estadão Conteúdo
Data: 07/08/2018

VLT é opção para ligar o Grande ABC a Guarulhos. DGABC

O sonhado projeto de construção de um corredor sobre trilhos que ligará o Grande ABC, a partir de Santo André, à cidade e ao Aeroporto de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, enfim dá seus primeiros sinais de avanço.
Estudo funcional elaborado por técnicos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foi finalizado nas últimas semanas e, a partir de agora, passa por série de análises por parte da alta cúpula da companhia estadual.
Embora a CPTM diga que o processo nada mais é do que apenas um material que foi colocado em discussão, sem qualquer perspectiva concreta de sair do papel, representantes do Grande ABC celebram a retomada da discussão do projeto.
Desde 2010, a alta cúpula do Palácio dos Bandeirantes tem avaliado a possibilidade de implantar o sistema de VLT no Grande ABC como alternativa ao transporte público da Região Metropolitana de São Paulo. Naquele ano, inclusive, Santo André e Mauá chegaram a disputar qual das duas cidades iria sediar a estação de linha de transporte coletivo ligando o Grande ABC a Guarulhos.
À época, à frente do Paço andreense, o ex-prefeito Aidan Ravin (ex-PTB, atual Podemos) propôs a revitalização da Estação Pirelli para sediar o transporte. Coincidência ou não, justamente nesta semana a CPTM e a Prefeitura de Santo André sinalizaram acordo para reativação da antiga parada ferroviária, desativada em 2006.
O local possui grande área ociosa, com condições para estrutura de interligação com a CPTM e transporte municipal. A administração também prevê ampliar o percurso do corredor de ônibus que liga a região da Vila Luzita ao Centro pela Avenida Capitão Mário de Toledo Camargo, até a parada Pirelli.
“Vejo esse cenário com bastante otimismo, mas também ao mesmo tempo com bastante realismo. A gente continua focado, num primeiro momento, em tirar do papel a estação de trem. Mas não tenho dúvida nenhuma que é uma boa notícia para a cidade (a conclusão do estudo)”, avalia o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB).
Ainda em fase de discussão, o projeto do futuro VLT não possui nenhum cronograma pré-definido, muito menos trajeto. Segundo a CPTM, “a localização e o número de estações da futura ligação entre o Grande ABC e Guarulhos só serão definidos após a realização dos projetos básico e executivo”, sem prazo para elaboração.
No entanto, conforme apurado pelo Diário, o projeto deve reaproveitar parte do traçado já feito pelo governo estadual em meados de 2010. Nele, o VLT sairia da Avenida dos Estados até a Avenida André Ramalho, em seguida pelas avenidas Jorge Bereta, das Nações e então pela Rua do Oratório, na divisa com a Capital. O VLT faria ainda conexão direta com o Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Fonte: Diário do Grande ABC
Data: 04/08/2018