sábado, 8 de abril de 2017

Requião: Venda sua casa a preço baixo, sua mãe será mantida cozinheira

24 de fevereiro de 2016 às 01h23

  
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Venho ainda mais uma vez — e não me cansarei de retornar — para defender a Petrobrás como proprietária e operadora única do pré-sal.
Arrolo para o debate seis argumentos que considero irrefutáveis e peço que as senhoras e senhores senadores ouçam com atenção o que tenho a dizer, reflitam, ponderem e decidam a favor do Brasil.
Primeiro:Este é o pior momento para se vender uma grande reserva de petróleo extraído a baixo custo.
Os preços do petróleo estão sendo mantidos artificialmente baixos por uma jogada geopolítica dos Estados Unidos e de alguns países do Golfo para controlar as reservas internacionais do combustível.
Isso é mais velho que o processo que formou as jazidas de petróleo. É o famosíssimo dumping. Baixam artificialmente os preços para tomar as empresas e as riquezas petrolíferas dos países e das empresas mais fracos.
No entanto, em breve, os preços do petróleo retomarão o seu curso normal -em torno de 80 dólares o barril- e o petróleo será novamente uma grande fonte de lucros.
Hoje, com os preços lá no chão, dezenas de petrolíferas que têm que arcar com altos custo de extração do petróleo estão falindo e sendo vendidas por preço de banana em todo mundo.
Daí que as superpotências e magnatas do petróleo estão de olho no pré-Sal, porque a Petrobras consegue manter alta lucratividade com a extração do óleo dessa camada, mesmo com os atuais preços do petróleo. Tão claro assim, tão simples assim.
Apenas as nações fortes e corajosas conseguirão manter suas reservas petrolíferas e conseguirão enfrentar essa maciça campanha de convencimento para que países como o Brasil vendam suas maiores riquezas nesse momento de baixos preços.
Segundo. Sem o Pré-Sal a Petrobras entraria em falência
A Petrobras está financeiramente bem, apesar do alto endividamento, porque está obtendo lucros operacionais graças ao pré-sal. Em contraposição, todas as petroleiras mundiais estão com alto endividamento e com dificuldades financeiras em razão dos baixos preços do petróleoe dos altos custos de extração.
Reafirmando, para que fique bem marcado: a Petrobras está muito melhor que a maioria das petroliferas em razão dos baixos custos de extração e alta produção obtida no pré-sal.
Ao contrário do que dizem certos analistas a serviço dos magnatas do Petróleo, o pré-sal já é hoje a principal fonte de lucro da Petrobras e será a salvação da empresa, sendo a fonte de recursos que saldará suas dívidas.
Senhoras e senhores senadores, o pré-sal é a última grande reserva de petróleo disponível no mundo com baixos custos de extração: 8 dólares o barril!.
O custo de extração do pré-sal é baixo em razão da alta produtividade dos poços, da alta tecnologia desenvolvida pela Petrobras e da ótima localização dos poços que são próximos dos grandes centros consumidores, processadores e logísticos do Brasil.
Além disso, a carga tributária no pré-sal é uma das menores do mundo para grandes jazidas de petróleo.
É por isso que todas as petrolíferas mundiais querem o pré-sal, querem o pré-sal para resolver seus problemas financeiros e voltar a lucrar
Terceiro. A Petrobras é fundamental para a segurança estratégica do Brasil.
A cadeia de petróleo e gás é a espinha dorsal da economia brasileira e do financiamento do Estado Nacional. A Petrobras, sua cadeia produtiva, e a renda gerada indiretamente por elas, são responsáveis por 20% do PIB brasileiro.
Isso resulta em dezenas de bilhões de reais em impostos que são investidos em saúde, educação e serviços sociais. O próprio desenvolvimento tecnológico nacional e grande parte da nossa indústria de máquinas, equipamentos e setores estratégicos dependem da Petrobras e, agora, do pré-sal. A Petrobras é a maior geradora de patentes do país.
Logo, enfraquecê-la agora, quando há um agressivo dumping internacional movido pelas grandes potências é um crime contra a Pátria.
Quarto. O desemprego avança no país. A Petrobras e suas operações no pré-sal são de extrema importância para a retomada do desenvolvimento e para combater o desemprego.
A Petrobrás é a espinha dorsal do desenvolvimento industrial brasileiro. Comanda a maior cadeia produtiva do país, que responde direta e indiretamente por cerca de 15% da geração de emprego e renda no Brasil. São milhões de trabalhadores e famílias desse segmento produtivo.
Mas a cadeia produtiva da empresa está debilidada. Muitos canteiros de obras estão praticamente abandonados e os equipamentos enferrujando-se. Enormes perdas em consequência da paralisação injustificada, desnecessária de muitas obras.
Todos sabemos – e todos criticam o governo- que o Brasil enfrenta uma aguda crise econômica e de emprego, com dois anos sucessivos de contração e poucas perspectivas de retomada no próximo ano. No entanto, com a retomada dos investimentos da Petrobrás aos níveis históricos de meados de 2014, ainda há tempo de reação.
Quinto. A Petrobras e o Brasil devem reservar-se o direito de propriedade, exploração e de conteúdo nacional sobre o pré-sal, porque foram conquistas exclusivamente brasileiras após décadas de pesado esforço tecnológico, político e humano.
Nos anos 50, os melhores geólogos norte-americanos diziam que não havia grandes volumes de petróleo no Brasil e que não era necessário criar uma empresa estatal para explorá-lo. Mas o povo brasileiro, por teimosia, fé e coragem insistiu em procurar petróleo no país na base do “custe o que custar”. “O Petróleo é nosso!”, gritavam as ruas.
E isso custou até mesmo a vida do grande brasileiro que criou a Petrobras.
Se não achamos muito petróleo em terra, fomos buscar no mar. Investimos tudo que estava disponível e tivemos que chegar a lugares nunca antes alcançados.
Ano após ano, com ou sem crise econômica, com ou sem crise política, realizamos o que para outros parecia impossível, batendo recordes sobre recordes na exploração de petróleo em águas profundas.
Fizemos tudo isso com nossos próprios meios e desenvolvemos nossa própria tecnologia. Uma tecnologia desenvolvida por brasileiros, dos brasileiros e para os brasileiros.
Assim, com o pré-sal, o esforço de gerações foi premiado. A exploração brasileira do pré-sal é uma homenagem que fazemos a nossos avós que lutaram para construir a Petrobras e a grande herança que damos a nossos netos.
Logo, não podemos entregar de mão beijada para o primeiro forasteiro capaz de “convencer” jornalistas e lobistas de que o pré-sal é grande demais para ser apenas do povo brasileiro.
Sexto. O projeto Serra, que já era inconveniente e anti-nacional, com os baixos preços do petróleo passou a ser lesivo, um crime contra a pátria.
O projeto do senador José Serra que tem como objetivo a retirar a Petrobrás da condição de operadora única do pré-sal é um equívoco. O senador parte de uma premissa errada, a falsa premissa de que a Petrobrás não tem condições financeiras para dar conta desse programa. Se fosse verdade, seria terrível para nós na medida em que, possuindo a mais competitiva petrolífera do mundo por sua capacidade de produção em águas profundas, com imenso patrimônio, teríamos mesmo assim que dividir com estrangeiros o controle do uso estratégico dessa imensa riqueza. Então para que teria servido criar, desenvolver e dotar de alta tecnologia a Petrobrás?
Uma empresa que já tem entre 50 bilhões de barris a 100 bilhões de barris já comprovados de petróleo no pré-sal não pode ser apontada como financeiramente fraca.
Pergunto: acaso isso seria uma base insuficiente para que a Petrobrás, por algum expediente, financie seus investimentos?
São os meus argumentos para a reflexão dos senhores. Mais clareza que isso não saberia onde buscar.
Senadores, senadores, abrir mão do pré-sal é condenar o Brasil ao inferno eterno do subdesenvolvimento, da corrupção e da degradação social.

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