terça-feira, 18 de abril de 2017

Reforma da Previdência - a favor ou contra , O Globo - pauta

Hoje, as mulheres se aposentam cinco anos antes que os homens, mas a proposta do governo estabelece o fim dessa diferença.

A favor - Elas vivem mais. Uma mulher que se aposenta hoje aos 53 anos (idade média) vive mais 29,5 anos; um homem que se aposenta aos 55 anos de idade, vive mais 23,8 anos.
Contra - Dupla jornada e condições no mercado de trabalho mais adversas. Elas ganham 86% dos salários dos homens e, além disso, enfrentam maiores dificuldades para se manter no emprego, com prejuízos para a frequência e o valor das contribuições para o regime.

Idade mínima de 65 anos para aposentadoria


Francisca Costa, 68 anos, retornou ao trabalho depois de se aposentar. - Thiago Freitas / Agência O Globo
O governo estabeleceu em sua proposta uma idade mínima de 65 anos para que o trabalhador possa se aposentar.
A favor - Conjugação de dois fatores: de um lado, aumento da expectativa de vida (atualmente, quem se aposenta aos 65 anos vive mais 18,4 anos)) e, de outro, mudanças na demografia (envelhecimento da população e queda na taxa de fecundidade). A idade média de aposentadoria no Brasil, de 59,4 anos, é uma das mais baixas do mundo.
Contra - Idade minima elevada, equivalente aos mesmos padrões de países com maior população de idosos e com melhores condições de vida

Fim da aposentadoria especial do trabalhador rural


Cortador de cana no Norte Fluminense: Trabalhador rural terá novas regras - Domingos Peixoto / O Globo
Os trabalhadores rurais têm hoje condições especiais de aposentadoria. A contribuição não é obrigatória e o trabalhador se aposenta aos 55 anos (mulheres) e 60 anos (homem). A proposta do governo prevê o fim dessa aposentadoria especial.
A favor - Melhores condições de vida de trabalho nas áreas rurais; suspeita de fraudes (a quantidade de beneficiários rurais, 9,5 milhões, é maior que a população rural com 55 anos ou mais, de 6,2 milhões, segundo dados do IBGE) e necessidade de equilibrar as contas do INSS, que registrou um rombo de R$ 150 bilhões no ano passado, dos quais R$ 103,4 bilhões se referem aos benefícios rurais.
Contra - As desigualdades ainda persistem no campo, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Esses trabalhadores, geralmente, começam trabalhar mais cedo e têm dificuldades de comprovar renda, sobretudo da agricultura familiar.

Fim de condições especiais de policiais federais


Policiais federais em atuação - Andre Coelho / Agência O Globo
Policiais federais têm condições especiais para se aposentar hoje. Homens podem parar de trabalhar com 55 anos de idade e 30 anos de contribuição. No caso de mulheres, são 50 anos de idade e 25 anos de contribuição. A proposta de reforma, no entanto, prevê o fim dessa aposentadoria especial.
A favor - Igualdade de regras para todos os trabalhadores.
Contra - A categoria deve continuar com tratamento diferenciado, porque lida com atividades de risco.

Exclusão de servidores estaduais e municipais


Sala de aula da Escola Municipal Barro Branco, em Duque de Caxias.
O projeto inicial do governo previa o fim da aposentadoria especial para professores do ensino infantil, fundamental e médio (30 anos de contribuição no caso dos homens e 25 anos das mulheres). Agora, no entanto, a proposta do governo excluiu os servidores estaduais e municipais da reforma, incluindo professores e policiais civis.
A favor - A decisão sobre as aposentadorias de servidores estaduais e municipais deve caber aos estados e municípios para evitar "invasão de competência". Policiais defendem que a atividade é de risco, enquanto professores argumentam que atividade exige muito tempo de pé e trabalhos fora do experiente; ocorrência elevada de problemas nas cordas vocais.
Contra - A reforma deve estabelecer igualdade de regras para todos os trabalhadores. A exclusão de parte deles pode criar categorias diferentes de trabalhadores, como uma espécie de casta, e abre espaço para novos lobbies. 

Pensão por morte 


A proposta de reforma da Previdência prevê o fim da vinculação ao salário mínimo, do benefício integral e da acumulação.
A favor - O Brasil é um dos poucos países do mundo em que o valor da pensão é integral. Não leva em conta a quantidade de dependentes e é vinculado ao salário mínimo. A alta é crescente na quantidade de beneficiários, que acumulam pensão e aposentadoria (o percentual subiu de 9,9% em 1992 para 32,2% em 2015). O país gasta 3% do PIB com pensões, enquanto deveria gastar 1% porque ainda é um pais relativamente jovem.
Contra - Queda da renda na velhice, momento de maiores gastos com saúde, com a possibilidade de pensões de valor inferior ao salário mínimo. Seria ilegal proibir a acumulação se o trabalhador contribuiu para isso.

Benefícios assistenciais (BPC/Loas)


Gastos sociais tiraram 6,8 milhões da pobreza nos últimos anos, segundo Ministério da Fazenda - Márca Foletto / Agência O Globo
Está previsto o fim da vinculação dos benefícios assistenciais (como Benefício de Prestação Continuada e Loas) ao salário mínimo e o aumento gradativo da idade para requerer o benefício, de 65 anos para 70 anos.
A favor - Tornar a regra mais justa em relação aos demais trabalhadores que contribuem para o regime e reduzir o gasto com o benefício, que mais que triplicou nos últimos 12 anos, pulando para R$ 46,5 bilhões em 2016.
Contra - A medida prejudica idosos e deficientes mais pobres. .

Fim do benefício integral e da paridade

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A proposta da reforma da Previdência prevê o fim do benefício integral de aposentadoria para servidores públicos e da paridade de reajuste salarial entre servidores ativos e inativos (para quem entrou antes de 2003).
A favor - Igualdade de regras para todos os trabalhadores (teto do INSS e aposentadoria complementar)
Contra - A categoria alega direitos adquiridos.

Mudança no valor da aposentadoria


- Infoglobo
O cálculo do valor da aposentadoria vai mudar. Pela proposta, o valor vai corresponder a 51% sobre as melhores contribuições mais 1 ponto percentual por ano adicional de contribuição.
A favor - medida vai inibir que os trabalhadores se aposentem com benefício integral e terá impacto direto nas contas da Previdência. Atualmente, o piso médio da aposentadoria no Brasil equivale a 76% do salário - sendo superior à média dos países europeus, onde o percentual médio é de 64,5%. Nenhum pais paga 100%.
Contra - A nova fórmula, além de reduzir o valor do benefício, obriga o trabalhador a ficar mais tempo na ativa. Com idade mínima de 65 anos e tempo mínimo de contribuição (que sobe de 15 anos para 25 anos), um trabalhador que começou a contribuir aos 16 anos de idade terá que ficar na ativa por 49 anos para receber uma aposentadoria integral.

Regra de transição

Homens a partir de 50 anos e mulheres a partir dos 45 anos vão poder se aposentar pelas regras atuais, pagando pedágio de 50% sobre o tempo de contribuição que faltar, segunda a proposta do governo para a Reforma da Previdência.
A favor - Preserva direitos de quem está próximo da aposentadoria.
Contra - A regra prejudica a maioria do trabalhadores brasileiros (77% dos homens e 68% das mulheres, abaixo do corte por idade), criando um degrau "abrupto" entre pessoas com características semelhantes. Um homem de 50 anos que começou a trabalhar aos 16 anos de idade poderá se aposentar aos 51,5 anos; outro de 49 anos e também começou a trabalhar aos 16 anos e portanto, já contribuiu por 33 anos, será obrigado a ficar na ativa por mais 16 anos.


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