sexta-feira, 28 de abril de 2017

Presidente da Alesp propõe corte de gastos e transparência nas contas para resgatar confiança da população. G1 Ribeirão Preto


Em visita a Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira (27), Cauê Macris (PSDB) falou sobre primeiro mês no comando da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB) (Foto: Maurício Glauco/EPTV)O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB) (Foto: Maurício Glauco/EPTV)
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB) (Foto: Maurício Glauco/EPTV)
Em visita a Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira (27) o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB), disse que a classe política está desacreditada e que seu principal objetivo à frente da Casa de Leis é resgatar a confiança dos paulistas no trabalho dos deputados.
Para isso, o tucano propõe modernizar os procedimentos do Legislativo, tornando-os mais dinâmicos e eficientes, dar mais transparência às contas da Alesp e implantar o que chama de “profissionalização da gestão pública”, a partir do corte radical de gastos.
“O único instrumento que existe para mudar a vida das pessoas é a política. Agora, a política bem feita. Ela não pode ser utilizada como trampolim para benefícios pessoais ou familiares, esse desvirtuamento que veio acontecendo ao longo do tempo”, afirma.
Aos 33 anos, Macris está no segundo mandato como deputado estadual e foi eleito para o biênio 2017-2018 com 88 de 94 votos. Jovem e com estilo visionário, o tucano admite que as mudanças propostas por ele têm causado “desconforto” na Alesp.
“Não adianta, e não é só com os deputados. Hoje, em média, os funcionários têm 20 anos de casa. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas estão entendendo que estamos em outro momento, é preciso virar a página. A instituição política, da maneira como está, já está falida”, diz.

Inovação, transparência e austeridade

Macris afirma que tem trabalho com base em três pilares. O primeiro deles é a inovação e, por isso, quer modernizar os processos dentro do Legislativo para facilitar não só os serviços internos, como o acesso da população a eles.
“Nosso regimento é da década de 1970. Hoje, o dinamismo do debate, o tipo do debate, como fazer o debate tem que ser totalmente diferente do que era nessa época. Nós não nos modernizamos, temos uma postura parlamentar arcaica”, afirma.
O presidente também quer dar mais transparência às contas da Alesp e prometeu implantar, em 90 dias, um aplicativo que permitirá a qualquer pessoa acessar os gastos individuais de cada deputado, assim como o número de funcionários e de veículos que ele dispõe.
“Nós temos que mostrar para a sociedade como é gasto o dinheiro público, sem medo. Por que medo de mostrar como se gasta o dinheiro? Nós não temos que ter medo e temos que ser suscetíveis a críticas sobre a maneira como se gasta o dinheiro público”, diz.
Apesar de preparar uma licitação para contratar a empresa que será responsável pelo desenvolvimento do aplicativo, Macris diz que sua intenção é fechar uma parceria com a iniciativa privada para evitar mais um gasto à Assembleia.
Por fim, o tucano afirma que tem atuado com austeridade em relação ao caixa da Alesp. Entre as medidas que já adotou estão a suspensão dos reajustes de contratos e a renegociação dos valores com fornecedores, mediante desconto de 10% a 15%.
Em um mês na presidência, Macris também já suspendeu uma licitação de R$ 1,3 milhão para compra de equipamentos de ar condicionado e outra estimada em R$ 1,7 milhão para aquisição de 920 cadeiras.
“Você tem que profissionalizar a gestão pública. Hoje, a gestão pública é feita da maneira que cada um acha. Não existe profissionalismo e é isso que eu estou trazendo de novidade para a Assembleia, cortando aquilo que realmente não precisa”, completa.
Cauê Macris dá entrevista após ser eleito presidente da Alesp, em 15 de março de 2016 (Foto: Lívia Machado/G1)Cauê Macris dá entrevista após ser eleito presidente da Alesp, em 15 de março de 2016 (Foto: Lívia Machado/G1)
Cauê Macris dá entrevista após ser eleito presidente da Alesp, em 15 de março de 2016 (Foto: Lívia Machado/G1)

Atuação na Alesp

Macris afirma que diante da crise econômica que o país enfrenta, em todas as esferas de governo, cabe aos deputados estaduais auxiliarem as Prefeituras na busca por recursos e também na interlocução com o governo paulista.
“Nós temos um estado que tem suas finanças saneadas, apesar do momento de crise, e que pode fazer investimentos. Então, o papel do parlamentar é auxiliar as prefeituras da melhor maneira possível na busca pelos recursos e pelos investimentos”, diz.
Ex-vereador de Americana (SP), Macris mantém escritório na região e afirma que tem acompanhado de perto a crise financeira na Prefeitura, buscando verbas para serviços públicos essenciais.
“Nós conseguimos, recentemente, R$ 2 milhões para recape, através de emenda parlamentar. Isso está em fase de convênio junto à Prefeitura. Foi um trabalho em parceria com o deputado Chico Sardelli (PV), para que a gente consiga ajudar, especificamente, Americana”, afirma.

Delações da Odebrecht

Macris foi líder do governo na Alesp por dois anos e diz que a citação do nome de Geraldo Alckmin (PSDB) em delações de ex-executivos da Odebrecht, na Operação Lava Jato, não devem prejudicá-lo em uma possível disputa presidencial em 2018.
“O Geraldo é uma pessoa de vida modesta, que tem zelado pelo dinheiro público. Não é atoa que o Estado de São Paulo é o único que, apesar da crise, tem pagado servidor em dia, pagado fornecedor em dia, sem maior dificuldade do ponto de vista financeiro”, afirma.
O presidente também defendeu a continuidade das investigações da Lava Jato, destacando que as delações não devem prejudicar os trabalhos na Alesp. Para Macris, os políticos citados são os que mais têm interesse em esclarecer os fatos.
“É claro que esse é um momento delicado para todos aqueles que foram citados. Eu tenho plena convicção de que, quem deve e tem culpa, tem que pagar por aquilo que fez, independente de partido político, independente de quem seja”, diz.

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