quinta-feira, 12 de junho de 2014

PM detem 3 manifestantes em ato contra a Copa


DIEGO ZANCHETTA - O ESTADO DE S. PAULO
12 Junho 2014 | 11h 00

Cinco ativistas ficaram feridos; jornalista da CNN foi ferida por bala de borracha e foi levada a hospital da zona leste

Atualizado às 11h55
SÃO PAULO - Três manifestantes foram detidos e cinco ficaram feridos após confronto nas proximidades da Estação Carrão do Metrô, na zona leste. Além deles, a produtora da CNN Barbara Arvanitidis foi ferida por uma bala de borracha e foi levada para o Hospital do Tatuapé. "É sempre assim aqui?", perguntou o jornalista espanhol da Reuters Nacho Doce. Mesmo com mais de três décadas de experiência em coberturas internacionais, Doce ficou surpreso e assustado com o que presenciou. "A PM começou muito rápido o tumulto."
A primeira bomba da Copa da Mundo explodiu às 10h14, quando 30 manifestantes do Diretório de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) gritavam em solidariedade aos metroviários, chamando o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de fascista. Sobrou também para a presidente Dilma Rousseff (PT). "Fora, Alckmin, leva a Dilma com você."
A Tropa de Choque ocupava todas as ruas das imediações da Estação Carrão desde as 8h30. Alguns policiais diziam que "não ia ter manifestação". Eles estenderam o seu dispositivo pelas ruas do bairro e ficaram a postos à espera dos manifestantes.
Havia 150 policiais com escudos, cassetetes, espingardas, bombas, 20 carros e um helicóptero, apoiando a tropa no chão. Eles contavam ainda com seis bloqueios em ruas contíguas. Em todas as entradas e saídas do Metrô e dentro da estação, outros PMs do Comando de Policiamento da Copa (CPCopa) faziam revistas em jovens, abriam mochilas dos que desembarcavam na estação. A presença ostensiva da polícia surpreendeu os estudantes que chegaram ao lugar por volta das 9h50.
MANIFESTAÇÕES NA COPA
Daniel Teixeira/Estadão
Manifestantes fizeram barricadas com fogo para impedir o avanço da tropa de choque
Um grupo desembarcou de um ônibus de Campinas com uma banda e megafone. O bater dos bumbos dos estudantes não durou quinze minutos. Foi interrompido pelas bombas de gás e de efeito moral disparadas pela Tropa de Choque quando se aproximou do cordão de isolamento feito pelos policiais para impedir a chegada dos manifestante à Radial Leste.
Os manifestantes correram em direção à Rua Platina, uma paralela da Radial. Lá, foram novamente recebidos a bala de borracha por outro grupo da Tropa de Choque. Um manifestante tirou a camiseta e ficou diante dos policiais com uma latinha na mão, desafiando os policiais. Acabou preso. "Coxinha! Coxinha! Coxinha! Fascista! Fascista", gritavam os manifestantes.
Outros cinco ônibus chegaram com manifestantes para "O Grande Ato 12 de Junho: não vai ter Copa!". Eram black blocks, punks, sindicalistas ligados à CSP-Conlutas e estudantes secundaristas. Por volta das 11h, um grupo resolveu marchar até a Rua Serra do Japi, onde fica a sede do Sindicato dos Metroviários. A PM acompanha.

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