WILLIAM CASTANHO, MÔNICA REOLOM - O ESTADO DE S. PAULO
04 Junho 2014 | 23h 58
Após assembleia da categoria, cerca de 60 docentes leram uma carta de desagravo ao vice-reitor Vahan Agopyan, mas que era destinada ao reitor Marco Antonio Zago
SÃO PAULO - Professores em greve da Universidade de São Paulo (USP) ocuparam na noite desta quarta-feira, 4, o saguão da reitoria, no câmpus Butantã, zona oeste da capital, e leram uma carta de desagravo ao vice-reitor Vahan Agopyan, mas que era destinada ao reitor Marco Antonio Zago.
Os professores manifestaram "preocupação e indignação diante de alguns dos artigos e entrevistas veiculados na grande imprensa por comprometer a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade e daqueles que nela estudam e trabalham".
Entre os pontos criticados pelos grevistas, estão a "impossibilidade de concessão de reajuste e recusa em abrir negociação com docentes e funcionários"; "a recusa em reconhecer a gravidade da questão ambiental na USP Leste"; "a defesa da redução do quadro do professor em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP)"; e a afirmação do reitor de que "nada sabia" sobre os gastos da gestão anterior.
A decisão de entregar a carta ao reitor foi tomada após assembleia da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp), que reuniu cerca de 100 professores às 18h, no Auditório da História, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
"Dentro do contexto da assembleia entendemos a incapacidade e a impossibilidade de se estabelecer diálogo e negociação com as reitorias (das três universidades estaduais paulistas), com a Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas)", afirmou Ruy Braga, professor do Departamento de Sociologia.
"Nós redigimos a carta na assembleia e foi deliberado que entregássemos diretamente para o reitor, exigindo, entre outros pontos, a abertura imediata de negociações, a questão da defesa explícita do regime de RDIDP e outras pautas que temos levado para a reitoria", disse.
Segundo Braga, entre 60 e 70 docentes ocuparam o prédio, que foi liberado após a leitura ao vice-reitor. O professor disse que Agopyan se comprometeu a apresentar as reivindicações a Zago e a levá-las ao Cruesp.
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