O presidente do conselho e CEO da Stellantis, John Elkann, considera que a trajetória da economia brasileira no longo prazo, apesar do sobe e desce momentâneos, é positiva.
A empresa, dona de marcas como Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM, anunciou no ano passado um plano de investir R$ 30 bilhões no país entre 2025 e 2030. Nesta terça-feira (11), inaugurou o centro de desenvolvimento de motores híbridos flex em sua planta de Betim (MG).
A cerimônia contou com a participação do presidente Lula (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e de outras autoridades.
"O Brasil é um país que, se você olha na história –e no próximo ano vamos completar 50 anos aqui–, teve altos, baixos, mas a trajetória é boa, ascendente", disse Elkann, ao ser questionado pela Folha sobre como avalia o cenário econômico em meio aos planos de investimentos da montadora.
O executivo também falou que o Brasil pode servir como um exemplo de produção automotiva regionalizada diante dos desafios impostos pela possibilidade de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a cadeia produtiva.
"O Brasil está fazendo muita produção local. Em outros grandes mercados, é muito China produzindo para a China, os Estados Unidos estão pensando nesse sentido, assim como a Europa. É algo que no Brasil está indo muito bem e temos muito o que aprender", afirmou.
Elkann se recusou a entrar em detalhes sobre os impactos das tarifas americanas sobre a Stellantis, porque caracterizou a discussão como incerta, mas disse que a empresa está pronta para reagir caso elas entrem em vigor.
Nesta terça, a Casa Branca confirmou que irá prosseguir com as tarifas de 25% sobre aço e alumínio de "todos os parceiros comerciais, sem exceções ou isenções".
O Brasil representa cerca de 80% do volume de produção da Stellantis na América Latina. A região, por sua vez, responde por 15% da produção da montadora em todo o mundo.
O foco dos R$ 30 bilhões para serem investidos até 2030 será no desenvolvimento de modelos híbridos flex. Por causa da experiência com o etanol, o Brasil se tornou o centro de desenvolvimento dos novos sistemas híbridos da montadora.
Essa é a principal estratégia da fabricante para enfrentar a concorrência chinesa no país, que tem elevado as importações de elétricos diante da recomposição gradual de alíquotas impostas pelo governo.
Desde julho de 2024, ela é de 18% para elétricos, 20% para híbridos plug-in e 25% para híbridos.
A volta ao patamar de 35% está prevista para o início de 2026. A Anfavea (associação das montadoras) tem defendido o retorno imediato e integral do Imposto de Importação para veículos híbridos e elétricos.
As montadoras chinesas que estão chegando ao país têm anunciado planos de estabelecer linhas de produção no Brasil, mas têm enfrentado atrasos.
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