quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Mesmo quem está empregado sonha em deixar o país, FSP


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No ano passado, quando apareceu a chance para o administrador Juliano Pereira, 36, ir trabalhar na sede da empresa de celulose Stora Enzo, na Suécia, ele não duvidou.
"Nos últimos oito anos eu havia viajado muito pelo pela empresa, mas nunca tinha tido a experiência de morar fora. Achamos que era o momento de viver outra cultura."
Ele se mudou com a mulher e o filho. Embora ainda não falem sueco, ele diz que se adaptaram. "Eles não vivem para trabalhar. Trabalham, mas também levam a vida pessoal muito a sério", diz o executivo, que não pensa em retornar antes de dois anos.
Vice-presidente de Recursos Humanos da divisão de biomateriais da Stora Enzo, Pereira diz que, para atrair profissionais qualificados de volta, o Brasil precisará destravar o investimento.
"Primeiro a economia retornará com o básico, com o consumo. Para desenvolver tecnologia, que é o que atrai pessoal qualificado, é preciso subir um degrau. Mas quem tem segurança de investir no país hoje?"
Profissionais como Pereira, empregados e com disposição de trabalhar no exterior, são numerosos, segundo a consultoria de recursos humanos Hays.
Pesquisa recente da empresa mostra que o percentual de profissionais com a disposição passa de 60% em todos os níveis: de analistas a presidentes.
"A ambição de morar fora em busca de aprimoramento já era comum entre executivos, mas, com a crise, passou a atingir todos os níveis de gestão e idades", diz Raphael Falcão, diretor da Hays.
Segundo ele, a crise tem sido uma oportunidade para empresas estrangeiras recrutarem no país. "No curto prazo, é uma perda. Mas esses movimentos são muito voláteis. Muitos voltam", diz. 

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