quarta-feira, 4 de abril de 2018

ANP divulga dados de reservas de petróleo e gás em 2017 , ANP



A ANP divulgou nesta segunda-feira (2/4) o Boletim de Recursos e Reservas de Petróleo e Gás Natural relativo a 2017. Os dados são informados à Agência pelos operadores dos campos até o dia 31 de janeiro do ano seguinte, de acordo com a 
Resolução ANP nº 47/2014. 

Em 2017, foram declarados 12,835 bilhões de barris de petróleo em reservas provadas (1P) e 23,630 bilhões de reservas provadas, prováveis e possíveis (3P). Trata-se de um aumento de 1% e 4%, respectivamente, se comparado com o ano de 2016. 

Com relação ao gás natural, foram declarados 369,918 bilhões de metros cúbicos de reservas 1P e 609,213 bilhões de m³ de reservas 3P. Os números representam uma redução de 2% e 5%, respectivamente, na comparação com 2016. 

Em geral, as mudanças ocorridas no volume das reservas de petróleo brasileiras são devidas à produção durante o ano, reservas adicionais oriundas de novos projetos de desenvolvimento e revisão das reservas dos campos por diferentes fatores técnicos e econômicos. 

As reservas provadas, prováveis e possíveis se diferenciam pelo grau de probabilidade de que ocorram, sendo as provadas com maior probabilidade e as possíveis, com menor. 

Em 2017, foram produzidos no Brasil aproximadamente 957 milhões de barris de petróleo e 40 bilhões de metros cúbicos de gás natural. 

O Boletim de Recursos e Reservas de Petróleo e Gás Natural 2017 está disponível na páginahttp://www.anp.gov.br/wwwanp/dados-estatisticos/reservas-nacionais-de-petroleo-e-gas-natural. 

Roubocracia e violência política, OESP


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Luiz Flávio Gomes, Professor de Direito do Ensino Superior
Publicado por Luiz Flávio Gomes
há 21 horas
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Foram os cruéis e medievais colonizadores (espanhóis, portugueses, franceses, holandeses) que implantaram a roubocracia na América Latina (roubocracia = governo ou poder regido pela roubalheira).
Para cá eles vieram para roubar, estuprar, escravizar, queimar, aniquilar, extorquir, corromper, esquartejar, expropriar, espoliar, se apropriar, se enriquecer, devastar e destruir.
Aqui a violência política (dos donos do poder) sempre foi uma realidade, porque irmã siamesa da roubocracia. A violência é empregada pelos donos corruptos do poder para manter as brutais desigualdades assim como para garantir a impunidade deles. Em algumas vezes a violência é o meio de execução da própria roubalheira.
Nunca o Brasil, consequentemente, foi uma verdadeira democracia (governo eleito pelo povo e para o povo). As eleições e até mesmo os eleitos sempre foram comprados pelos donos do poder. Os políticos corruptos sempre se venderam, ou melhor, se alugaram (cada causa tem um preço). A nossa é, por conseguinte, uma democracia venal (simulacro de democracia).
De outro lado, aqui não se governa para o povo (salvo raras exceções), sim, para os ladrões que dominam a nação. Ora de esquerda, ora de centro, ora de direita, mas ladrões.
O roubo e a violência política são exercidos pelos mesmos grupos dominantes. Os atuais donos corruptos do poder (de esquerda, de centro ou de direita) são continuação dos primeiros colonizadores. Mesma tradição medieval perversa, regida pela ganância extrativista e espoliadora.
Estão no poder para roubar, espoliar, sugar, parasitar, matar e eliminar quem se coloca como obstáculo aos seus desonestos propósitos.
Marielle criticava o poder bárbaro dos milicianos no Rio de Janeiro. Fachin, cuja família está sendo ameaçada, é o ministro relator da Lava Jato (que está investigando os poderosos corruptos de todas as ideologias).
Os donos corruptos e violentos do poder matam e ameaçam pessoas. A violência política, nesse caso, é empregada para a preservação do sistema corrupto (leia-se, da roubocracia), que só se detém quando uma força superior promove o império da lei. A Lava Jato não pode parar.
A nova direita radical (NDR), usando os mesmos métodos populistas autoritários do esquerdismo revolucionário (revolução bolivariana, cidadã ou comunitária – Venezuela, Equador e Bolívia), aqui quer implantar um modelo regressivo de sociedade totalmente incivilizada (leia-se, uma sociedade civil totalmente incivil, onde prevaleça a guerra de todos contra todos, como afirmava Hobbes).
Nem roubocracia (governos ou poderes regidos pela roubalheira) nem sociedades incivilizadas, reinadas pelo “estado de natureza” (ou seja, pela violência política bruta). As cabeças que pensam devem repudiá-las, porque destrutivas das nações.
No princípio do século XX a democracia liberal foi duramente atacada por duas formas violentas de negação da própria democracia: pelo comunismo e pelo fascismo. Ambos, desde fora (do exterior), a derrotaram por um longo período.
No Brasil a (sonhada) democracia liberal sempre foi aniquilada desde dentro, ou seja, por meio das eleições. Os donos corruptos e violentos do poder sempre manipularam e compraram muitos eleitores e, sobretudo, os eleitos, os parlamentares, os governantes. A nossa é (por natureza e tradição) uma democracia venal.
No século XXI os novos bombardeios contra a enferma democracia liberal vêm do populismo autoritário (de esquerda ou da nova direita radical), que está conduzindo vários países para um tipo de ditadura democrática (ditadura eleita pelo povo para destruir o próprio povo). Autoflagelação inconcebível.
Quem ainda tem dúvida sobre isso é só passar os olhos nas Filipinas, onde o ditador Rodrigo Duterte usa seu poder para matar dezenas de pessoas diariamente. E tudo isso com amplo apoio popular! Ele mesmo se encarrega de alguns assassinatos.
Bertold Brecht (1898-1956) dizia que “a cadela do fascismo [leia-se, hoje, do populismo autoritário] está sempre no cio, pronta para parir filhotes”.
No Brasil de 2018 o protagonismo da violência política (isto é, do ódio, da alterofagia, que é a destruição do outro) já é um filhote parido. A guerra já começou. Milicianos, policiais, forças paramilitares, militantes civis armados e odiosos e guerrilhas campais e na internet. É só ir computando os cadáveres, a partir de Marielle, por exemplo!
Publicado originalmente no Estadão: https://goo.gl/6tCSzx

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Antonia Pellegrino: José Padilha não entendeu o mecanismo

Antonia Pellegrino: José Padilha não entendeu o mecanismo

Não creio que ele tenha a intenção de defender algum candidato ou mesmo uma ditadura, mas é isso que a lógica da série acaba sugerindo

 
O cineasta José Padilha tem uma missão: desvendar o mecanismo que não cessa em oferecer um imenso passado pela frente ao país do futuro. Seu método? "Uma obra de ficção inspirada livremente em eventos reais, onde personagens, situações e outros elementos foram adaptados para efeito dramático".

Sua dissertação abre a série, na boca do personagem Ruffo: "O que fode o nosso país não é falta de educação, não é o sistema de saúde falido, não é o déficit público, nem a taxa de juros. O que fode nosso país é a causa de tudo isso. Descobri o que fode a vida de todos os brasileiros: um câncer. Se a gente não matar essa porra na raiz, vai espalhar".

Cabe a Ruffo, vivido por Selton Mello, enfrentar o mecanismo por dentro. Mas graças a um surto diante do "erro" cometido pelo Ministério Público no engavetamento do Banestado —que na série acontece no governo Lula—, Ruffo é expelido do mecanismo. Mas não desiste.

Uma década depois, por fora do mecanismo, o personagem bipolar vai usar qualquer método para combatê-lo. Inclusive a violência, a intimidação e o microterrorismo. Mas a metodologia não interessa. Se for preciso misturar fatos, distorcer e caluniar para caber na tese do diretor, não tem problema. Afinal, a desonestidade é sempre dos outros.

Os métodos de Padilha, assim como os de Ruffo, não importam: são em nome de um bem maior (não escrevo contra ou em defesa de nenhum grupo; quem cometeu crime, que seja investigado e, se provado, que se puna).

No oitavo episódio, o câncer é identificado. O mecanismo se dá pela articulação entre empresas públicas, empreiteiras, operadores e agentes públicos. E a solução para a política está fora dela. Na Polícia Federal, no MP e no ex-policial outsider bipolar disposto a tudo para quebrar a engrenagem.

Tendo tido a chance de criar a grande e inovadora narrativa sobre corrupção no país, o cineasta acabou fazendo um clichê binário, digno dos padrões mentais dos milicianos da narrativa "contra tudo isso que está aí". Mas com um agravante: manejando com excelência as ferramentas de Hollywood.

No esquema do diretor, MP e PF estão fora da política. Não faz diferença a mudança de posição desses órgãos em governos distintos. Toda política é demonizada, desde dom João. Qualquer político, agente público ou empresário honesto será inócuo ante a força autotélica do mecanismo. O que se desenrola na tela, ao som da canção "Juízo Final", é a condenação da democracia representativa.

O "efeito dramático" que Padilha deixa de presente ao país onde não vive mais é o caminho aberto ao fascismo "livremente inspirado" na figura psicopata do ex-capitão do Exército que finge ser de fora da política e promete pôr a casa em ordem no grito e na arma.

Se a eleição fosse hoje e Bolsonaro se elegesse, pelo sistema de Padilha estaria tudo ótimo. O mecanismo poderia ser quebrado. Que outros métodos extrapolíticos valem para romper o mecanismo? Uma ditadura militar? Não creio que a intenção de José Padilha seja a defesa de candidato algum ou mesmo de uma ditadura, mas é isso que seu mecanismo acaba sugerindo.

Nas últimas semanas, o Brasil cruzou decisivamente a fronteira da democracia e adentrou a várzea da barbárie. É grave que, neste momento, quando todos estão convocados para a defesa da democracia, o iceberg conceitual por baixo do que aparece na série de José Padilha resulte em um panfleto fascista.

Enquanto Padilha faz sua pirotecnia, o real mecanismo, das oligarquias e do rentismo —que capturam o Estado e orçamento público para seus interesses—, agradece.
Antonia Pellegrino
É ativista e fundadora do blog #AgoraÉQueSãoElas, hospedado pela Folha