terça-feira, 25 de julho de 2017

Alckmin lança edital para Complexo Esportivo do Ibirapuera, Exame


Ícone da capital paulista será disponibilizado à iniciativa privada, nesta segunda-feira, pelo governo do estado de São Paulo. 

Um ícone da capital paulista será disponibilizado à iniciativa privada nesta segunda-feira pelo governo do estado de São Paulo. Será lançado o edital do Complexo Esportivo do Ibirapuera aos interessados em gerir as arenas e quadras por 30 anos.
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No pacote estão o icônico Ginásio do Ibirapuera, o Estádio Ícaro de Castro Melo, o Conjunto Aquático Caio Pompeu de Toledo, o Ginásio Mauro Pinheiro e o Palácio do Judô. Nas demandas básicas estão a instalação de ar condicionado, telões e novas poltronas em 30% do Ginásio e a transformação do estádio em uma arena multiuso, a moldes próximos às instalações olímpicas do Rio de Janeiro. São cerca de 110.000 metros quadrados de área esportiva. O contrato será prorrogável por mais 30 anos e tem como exigência a reforma das instalações em até três anos.
Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin havia anunciado também a concessão de cinco aeroportos estaduais à iniciativa privada. O consórcio Voa São Paulo vai investir 93 milhões de reais nas estações para “modernizar e oferecer mais serviços” nas regiões e arredores de Campinas, Ubatuba e Jundiaí. Outra nova frente trabalhada por Alckmin é de parques estaduais, em um programa aplicado aos poucos. No Parque Villa-Lobos, na capital, o estacionamento foi concedido e o governo negocia reforma em quadras e equipamentos em troca de propaganda.
A agenda de privatizações de Alckmin ganhou tração após a chancela nas urnas das propostas do prefeito de São Paulo e apadrinhado político, João Doria. Na capital, foi aprovado no início do mês uma lista de privatizações na Câmara Municipal que inclui parques, praças, mercados, aluguel de bicicleta, terminais de ônibus e o sistema de Bilhete Único – parte dos 55 ativos previstos pelo plano do prefeito. Depois de quatro tentativas de votar, o pacote passou com 36 votos favoráveis e 12 contrários. A votação em segundo turno ficou para agosto.
Alckmin e Doria, possíveis candidatos a presidente em 2018, correm para mostrar quem terá mais a mostrar aos eleitores.

Por Que Jornalistas Deixarão de Existir, blog do Kanitz






Se você tem um filho/a/x ou amigo/a/x que está prestando vestibular de jornalismo, leia e avise a fria que irá lhe ocorrer.
Jornalistas estão se iludindo ao acharem que sempre haverá a necessidade de bons jornalistas, que o “mundo precisa ser bem informado” mesmo por via digital.
A morte deles virá de outra maneira que ninguém está percebendo.
O jornalista depende do trabalho voluntário das pessoas que eles entrevistam.
O único que recebe dinheiro pelo tempo desprendido é o jornalista, nunca o entrevistado que tem de fato o conteúdo e a informação.
O jornalista ganha bem, mas no fundo vive da “mais valia” extraída do entrevistado.
Criar conteúdo como eu fazia com a edição Melhores e Maiores é uma coisa. Colar, copiar, usurpar conteúdo de graça das pessoas que os têm, está com seus dias contados.
Responda a um jornalista, como fazem muitos engenheiros, administradores e contadores, que você custa R$ 300,00 a hora, e você jamais será entrevistado, como a maioria não o é.
Por isso o jornalismo acaba entrevistando narcisistas compulsivos, aqueles que adoram aparecer de graça, a qualquer hora da noite, e se deslocam com prazer para as rádios e estúdios de TV.
Trabalhar de graça para alguém que não diz obrigado nem sequer manda a revista ou jornal para você ver?
E apesar de sobreviverem da exploração do homem pelo homem jornalista são todos marxistas de carteirinha, uma enorme contradição.
Hoje quem tem de fato conteúdo, quem tem o que dizer, utiliza os blogs, FB e WordPress; e recebe por isso.
A Veja me pagava R$ 900,00 por mês, mas cobrava R$ 9,00 por um milhão de revistas.
Eu que era lido por 20% desses leitores em meia, ganhava somente 0,01% desse total, minha mais valia ficava com quem?
Agora eu ganho R$ 8.090,00 de anúncios nos meus blogs, e tenho os mesmos page views por mês, com muito mais repercussão.
Faz sentido dar entrevistas de graça e concorrer comigo mesmo?
Aqueles que têm conteúdo não precisam mais de um “gate keeper” ou o jornalista.
Que anota tudo errado, e só confunde tudo.
Hoje eles só conseguem entrevistar os “losers” da sociedade, aqueles com enorme necessidade de “aparecer”.
Eu parei de ler jornal e de ler esses “losers” de esquerda, que só sabem reclamar e nada contribuem.
Se você quer ser jornalista, faça uma faculdade que lhe dê de fato conteúdo como Física, Psicologia, Direito, Administração, e abra um blog.
Para não ter que viver da exploração a la Marx do conteúdo dos outros, do conhecimento de quem de fato estuda, produz pesquisa, e entende do assunto.
Quanto mais rápido vocês jornalistas desaparecerem, mais bem informada será a nossa sociedade.
Essa é a verdade.

O outono do patriarca, POR Gustavo H.B. Franco


Hoje temos instituições que zelam pela integridade do Fisco e da moeda

Gustavo H. B. Franco, O Estado de S.Paulo
25 Junho 2017 | 05h00
A divulgação da gravação de Joesley Batista com o presidente no dia 18 de maio teve o curioso efeito de parar o tempo econômico. O mesmo dia recomeça todas as manhãs, sempre nublado, muda apenas o título da operação da Polícia Federal. Estamos como Bill Murray, o meteorologista aprisionado na comemoração do dia da marmota em O Feitiço do Tempo
O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos ainda não se pronunciou sobre esse estranho fenômeno, são poucos os precedentes, quase todos emanados do realismo fantástico latino-americano. Mas os relatos vão se acumulando entre nostálgicos empresários dividindo-se entre o lamento (“Estava tão perto ...”) e o ressentimento (“Nunca me iludi ...”). 
Para piorar as coisas, logo adiante, o fenômeno se torna mais agudo com a histórica decisão do TSE: foi como se tivesse começado o quinto ano da presidência José Sarney. O que pode ser mais inútil e ao mesmo tempo mais interminável?
É verdade que a sala de espera é bastante mais confortável desta vez. Em 1989, não tínhamos instituições independentes como as de hoje para tratar de assuntos fiscais, bancários e monetários, para não falar dos órgãos de controle da administração pública, do Ministério Público e do Judiciário. Por conta disso, em 1989, o derretimento da liderança política se transmutou em devastação econômica: o limiar técnico da hiperinflação, 50% mensais, foi transposto exatamente em dezembro de 1989, no segundo turno das primeiras diretas para presidente depois de mais de duas décadas. 
Não há chance dessa desgraça se repetir, por maiores que sejam as semelhanças com aquele momento político, e elas são muitas. Hoje, temos instituições que zelam pela integridade do Fisco e da moeda, e fortes o suficiente inclusive para derrubar presidentes se atentam contra a responsabilidade fiscal. São outros tempos.
Nesse contexto, o governo Michel Temer começou direito, como um bem urdido casamento de conveniência reunindo um grupo político que nunca teve afinidades visíveis com políticas ortodoxas e reformas liberais, e alguns dos mais destacados expoentes dessas crenças nos postos mais importantes da área econômica.
Era uma união sem amor, e com o mínimo intercurso possível, mas fazia sentido e seguiu produzindo resultados por algum tempo. Parecia uma combinação pragmática de uma coalizão parlamentar interessada em sua sobrevivência política através do bom desempenho da economia com executivos habilitados para entregar esse produto, mas precisando ainda purgar os efeitos tóxicos da Nova Matriz.
As dificuldades se revelaram maiores do que se esperava, mas os mercados continuavam a acreditar na inexorabilidade da Razão, ao menos até o tempo cessar a sua fruição depois do evento das gravações. O outono de Michel Temer se estabeleceu com espantosa rapidez. Ameaças e traições o cercaram por todos os lados, mas ele criou para si uma fortificação que praticamente lhe assegura seu quinto ano de mandato, ainda que sob permanente tensão.
Nisso se parece com Macbeth, um dos mais intensos e instigantes entre os vilões shakespearianos, ainda que de forma meio acidental. Temer não pode ser acusado de matar o rei, embora fosse conivente e acessório, e se mostrasse assolado por pudores, não tanto por culpas. Mas depois de assumir o trono, cercado de tantas contrariedades, não tem alternativa senão avançar: “Ser rei não é nada, há que sê-lo sem perigo”. Mas para isso é necessário praticar outros atos terríveis, cada vez piores, e a partir daí se desdobra o que Barbara Heliodora descreveu como o “suicídio moral” do protagonista.
No Brasil, entretanto, o desfecho tende a ser outro. Macbeth resiste ao cerco, envelhece “e descobre no transcurso de seus anos incontáveis que a mentira é mais cômoda que a dúvida, mais útil que o amor, mais perdurável que a verdade”. Como o patriarca de García Marquez, pode chegar “à ficção de ignomínia de mandar sem poder, de ser exaltado sem glória e de ser obedecido sem autoridade”.
O tempo perdido é o que define, afinal, o país do futuro.