sexta-feira, 30 de junho de 2017

A meta real é a modernidade, OESP


A economia brasileira tem hoje um rumo, de fato, e nele permanecerá enquanto o governo e sua equipe econômica mantiverem a rota fixada no ano passado

O Estado de S.Paulo
30 Junho 2017 | 03h00
O Brasil tem rumo e seu roteiro o conduz aos padrões internacionais de política econômica. Ao reduzir a meta de inflação para 4,25% em 2019 e 4% em 2020, os chefes da equipe econômica enviaram essa dupla mensagem à opinião pública, ao mercado e às principais figuras da Praça dos Três Poderes. No meio de uma crise centrada no ataque da Procuradoria-Geral à Presidência da República, essa mensagem pode parecer irrealista e pretensiosa. Afinal, desse choque podem resultar, na pior hipótese, a destruição do programa de ajustes e reformas, o afrouxamento da política monetária, a recaída na recessão, a desordem dos preços e um retardamento maior da retomada do emprego, uma terrível notícia para os 14 milhões de pessoas em busca de ocupação e, provavelmente, para um número adicional de desempregados. Irrealismo é negar esse risco.
A economia brasileira tem hoje um rumo, de fato, e nele permanecerá enquanto o governo e sua equipe econômica mantiverem a rota fixada no ano passado e sustentada com enorme esforço até hoje. As decisões formalizadas ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) foram baseadas nesse pressuposto: a administração federal continuará comprometida com a recuperação das finanças públicas, a estabilização da moeda e a modernização das instituições econômicas, até por falta de alternativa racional. A reforma das leis trabalhistas e a do sistema previdenciário são componentes dessa agenda, assim como, talvez pouco mais tarde, as mudanças do sistema tributário e das normas orçamentárias.
A atual meta de inflação, de 4,5%, foi fixada em 2005 e ainda valerá em 2018, completando 14 anos de vigência. É muito elevada, tanto pelos padrões internacionais como por qualquer critério de segurança e de estabilidade. A isso se acrescentou, no período da presidente Dilma Rousseff, uma escandalosa tolerância à alta de preços. Os números finais foram normalmente muito superiores ao chamado centro da meta, como se o alvo de 4,5% fosse decorativo.
A decisão de reduzir a meta é mais que oportuna, portanto, até por seu valor simbólico. A inflação já caiu para 3,6% nos 12 meses terminados em maio e deverá ficar entre 4% e 4,5% nos próximos dois anos, segundo as projeções correntes. As expectativas, portanto, já são compatíveis com um objetivo mais ambicioso. A única surpresa foi a determinação da meta para 2020. Com isso, a antecedência foi alongada de dois para três anos. A ideia, como explicaram os membros do CMN, é oferecer a indivíduos e empresas um horizonte mais distante, para facilitar previsões e decisões de mais longo prazo, em ambiente mais favorável, portanto, ao crescimento econômico.
A aproximação dos padrões internacionais, no entanto, será gradual, como indicou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, presidente do CMN. De fato, a maioria dos países emergentes opera há anos com metas abaixo dos 4,25% escolhidos para 2019 no Brasil. Mas o importante, neste momento, é iniciar a caminhada e manter o esforço para a convergência.
As expectativas estão bem ancoradas e haverá condições de enfrentar choques inesperados por meio da política monetária, comentou o presidente do BC, Ilan Goldfajn, também membro do conselho. Com expectativas bem ancoradas, acrescentou, será mais fácil baixar os juros de longo prazo, também relevantes para o crescimento econômico. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, terceiro membro do CMN, também ressaltou o esforço do governo para adotar métodos e padrões internacionais em todos os campos da política econômica. É uma das formas, poderia ter acrescentado, de instalar o País, com segurança, no século 21.
A autonomia efetiva do BC seria um componente importante dessa modernização – mais precisamente, da atualização do sistema de poder. Mas o esforço para chegar a um presente já alcançado por muitas outras nações será em boa parte perdido, enquanto os costumes políticos continuarem no passado. Mais concretamente: enquanto houver tantos postos públicos negociáveis e for preciso pagar pela aprovação de projetos importantes.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

29.06.17 | Venda de incandescentes está proibida a partir de julho



Fonte: Setor Energético - 28.06.2017

Brasil - Depois de um processo de retirada gradual do mercado de produtos de iluminação sem eficiência, iniciado em 2012, finalmente as incandescentes acima de 25W não poderão mais ser comercializadas. O cronograma foi estabelecido pelo governo, tendo como meta a fixação de índices mínimos de eficiência luminosa para fabricação e comercialização de lâmpadas, e acompanha uma tendência mundial para minimizar o desperdício no consumo de energia elétrica. O comerciante que não atender a legislação estará sujeito ao pagamento de multa.

Quem ainda não se adaptou a tecnologias mais eficientes não terá mais escolha, alerta Alexandre Cricci, vice-presidente da Lâmpadas Golden e uma das maiores fabricantes de LED do mercado. “O consumidor teve cinco anos para se adequar e entender que no lugar da incandescente ele tem como opção a fluorescente compacta, que dura até 10 vezes mais e consome quatro vezes menos energia, ou o LED com durabilidade 30 vezes maior e 86% de economia”.

A política nacional de incentivo à venda de versões mais econômicas em iluminação teve impacto direto sobre as vendas. Segundo o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior, Alice Web, de 2013 a 2016 a importação de LED disparou 1.000%, passando de 12 milhões para 130 milhões de unidades/ano. No mesmo período, a fluorescente compacta teve um decréscimo de 28%.

Embora a venda de LED tenha disparado, motivada pela economia que proporciona, segundo Cricci “o principal desafio para a indústria foi convencer o consumidor doméstico a pagar mais caro por ele”. Acostumado a comprar lâmpadas levando em consideração apenas a Potência, ainda existe dificuldade do consumidor entender que o valor pago a mais é recuperado com a maior durabilidade e o menor consumo do LED.

Outra novidade decorrente da política nacional de eficiência energética é que as embalagens LED agora trazem informação sobre o índice de eficiência, o qual está diretamente ligado à economia. Este índice estimula o consumidor ao conceito que relaciona a capacidade de gerar luz (dada em Lúmen) ao consumo de energia (dado em Watt). Desta forma, “quanto maior a relação Lúmen por Watt mais eficiente é o produto”, finaliza Cricci.

A única incandescente que poderá ser comercializada é a de 15W, geralmente usada em abajur e geladeira.

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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Crise eleva número de brasileiros que deixam o país, OESP

A desilusão com a situação política e o desemprego elevado são os maiores responsáveis pela saída de quem escolhe países como Portugal, Canadá e EUA

A busca por uma oportunidade de vida melhor fora do Brasil se intensificou nos últimos anos, em grande parte por causa da crise econômica.
De acordo com dados da Receita Federal, entre 2014 e 2016 foram entregues 55.402 Declarações de Saída Definitiva do País, um aumento de 81,61% na comparação com o triênio imediatamente anterior.
De 2011 a 2013, período que antecede a crise econômica, 30.506 pessoas entregaram o mesmo documento. O número, no entanto, pode ser ainda maior, já que nem todos os brasileiros prestam essa informação quando vão embora.
A publicitária Camila Juhrs Flaire, de 26 anos, está entre os que decidiram fazer as malas e abandonar tudo em São Paulo. Há um ano, ela aproveitou a cidadania portuguesa herdada do avô lusitano, deixou o emprego na área de eventos e embarcou para o Porto, em Portugal.
“Sabia que ficando no Brasil, mesmo formada, não teria grandes oportunidades ou qualidade de vida. Fugi da crise também, pois ela se tornou um obstáculo.”
A desilusão com a situação política e a taxa de desemprego elevada são os maiores responsáveis pela saída de quem escolhe países como Portugal, Canadá e EUA para uma nova vida. Planeje! O KAYAK tem as melhores passagens para os Estados Unidos, confira. Patrocinado 
“Há uma falta de crença generalizada na recolocação profissional porque há muitas pessoas desempregadas. É natural esse desejo por experiências em outros locais”, diz a sócia-fundadora da consultoria executiva Unique Group, Alexia Franco.
Há quem se mude com o desejo de empreender lá fora, mas a espera por resultados imediatos acaba frustrando muita gente, diz o presidente da consultoria especializada em mobilidade global Emdoc, João Marques da Fonseca. “É preciso entender a cultura local e adaptar seus produtos e serviços às necessidades do novo público.”
Essa foi a fórmula seguida pelo empresário Guilherme Cerqueira, de 36 anos. Fundador de uma empresa de tecnologia, ele e os sócios já tinham em mente um outro negócio envolvendo comportamento e consumo, que “deveria nascer internacional”. O próximo passo foi analisar qual o melhor destino para a startup que queriam criar.
“Não bastava ter vontade de ir morar fora, pegar tudo e desembarcar em outro país. O primeiro lugar que surgiu no meu radar foi o Vale do Silício, na Califórnia, então fui para lá entender como era a vida de um empreendedor naquele local. Só quando voltei é que decidimos investir”, relembra.
Em 2015, Cerqueira deixou o Brasil com a mulher e os dois filhos. Ele cita a crise econômica e a violência do Rio de Janeiro, onde morava, como fatores determinantes para a mudança.
Expectativa
Segundo Fonseca, da Emdoc, outro erro constante de quem deixa o Brasil é acreditar que a vida lá fora será semelhante ao experimentado aqui. Em certos casos, ele confessa identificar que algumas dessas aventuras já surgem com data certa para acabar pela falta de alinhamento entre expectativa e realidade.
“Boas ideias e dinheiro guardado não são suficientes. A pessoa sai daqui com uma ideia sobre ganhos e estilo de vida e somente lá percebe que a dinâmica é completamente diferente”, comenta Fonseca.
No caso de Cerqueira, a cobertura na Barra da Tijuca deu lugar a um apartamento de dois cômodos em São Francisco, para conter despesas e fazer o dinheiro render enquanto seu negócio não decolava.
Para Camila, o caminho encontrado foi aceitar um emprego na área de telecomunicações. Apesar de não ter relação com sua formação, o novo trabalho ajudou no entendimento de como funcionava o mercado de trabalho em Portugal, diz a jovem.
“Começar do zero não é fácil. No primeiro mês, se alguém me perguntasse se eu tinha desejo de voltar diria que sim. Hoje, tenho certeza de que quero ficar de vez.”