sexta-feira, 17 de setembro de 2010

NO RÁDIO, ALCKMIN PROMETE R$ 1,4 BI PARA DESPOLUIR RIO TIETÊ



17 de setembro de 2010  08h23  atualizado às 08h31 do site Terra



Durante o horário eleitoral gratuito veiculado no rádio na manhã desta sexta-feira (17), o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, prometeu investir quase R$ 1,4 bilhão no tratamento de esgoto para ajudar na despoluição do rio Tietê. "A maior causa da poluição hoje é o esgoto sanitário. Então, com o projeto Tietê 3, nós teremos mais 1,5 milhão de pessoas na Grande São Paulo que irão ter o esgoto coletado e tratado", afirmou Alckmin.
O programa também lembrou que Geraldo, quando era deputado federal, foi quem apresentou o projeto de lei que virou o Código de Defesa do Consumidor. "Nós pretendemos descentralizar a Fundação Procon de São Paulo para as regiões administrativas do Estado e aumentar os 'Procons' municipais", disse Alckmin.
Os locutores da inserção tucana comentaram a atuação de Alckmin nos debates promovidos na TV. "Tem candidato que diz que vai fazer o que já foi feito. Ou quer fazer a mesma coisa que o Geraldo já fez. Fora que tem uns três ou quatro que parece que já entram meio combinado para acertar o Geraldo", disse Joca. "E você vê, o Geraldo está sempre equilibrado, não perde a categoria", completou.
O programa de Aloizio Mercadante utilizou falas do candidato proferidas durante o debate Folha/RedeTV! na última quarta-feira (15) com suas propostas para a educação. "Esse Estado é rico, esse Estado pode ter escola com qualidade. Nós temos que avaliar os alunos, ter reforço. Tem que ter carreira para os professores. Dezesseis anos do PSDB, 100 mil professores não têm carreira", afirmou o petista. Mercadante também cobrou as propostas do governo tucano para a CPTM. "Há quanto tempo que eles dizem que irão dar qualidade de metrô para a CPTM. Onde está essa qualidade? Em uma linha, duas talvez", criticou.
O empresário Paulo Skaf (PSB) fez críticas ao voto em Tiririca, candidato a deputado federal pelo PR. ¿Se eu pintasse minha cara de palhaço, vocês votariam em mim? Claro que não, ou seja, o voto no Tiririca não é um voto a favor, é um voto contra". Para o socialista, os eleitores que pretendem votar no palhaço querem alertar os políticos que estão 'de saco cheio'. "É bom levar esse recado a sério. Do contrário, em breve poderemos ter novos Tiriricas se elegendo para o Senado, quem sabe para a prefeitura ou até mesmo para o governo", afirmou Skaf.
Fabio Feldmann, do PV, voltou a defender economia criativa, ou seja, "novas formas de gerar emprego e renda investindo em atividades como tecnologia da informação, design, moda, turismo de negócios e turismo médico¿. O candidato também falou sobre a economia de baixo carbono e a criação de programas específicos para tratamento das doenças modernas, como a obesidade, a anorexia e a depressão.
O jornalista Celso Russomanno (PP) aproveitou seu espaço para agradecer aos eleitores o carinho recebido durante as visitas que tem feito a cidades de todo o Estado e para pedir ajuda a sua campanha. "Você quer me ajudar? Eu preciso de você. Você sabe que minha campanha é humilde, com poucos recursos, porque eu sempre estive do lado dos mais fracos e humildes. Seja um voluntário na minha campanha", pediu o progressista.
O programa de Paulo Bufalo (Psol) foi o mesmo já veiculado anteriormente, no qual um locutor afirma que o partido "lutou sem vacilar contra a reforma do Código Florestal" e "defendeu no Congresso e nas ruas, a Lei da Ficha Limpa".

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Paulistano gasta em média 2 horas e 42 minutos por dia no trânsito


Mais de sete em cada dez deixariam carro em casa se transporte público fosse melhor, diz pesquisa

16 de setembro de 2010 | 12h 01
     
Gabriel Pinheiro, do estadão.com.br
SÃO PAULO - Quase sete em cada dez paulistanos (68%) avaliam o trânsito em São Paulo como ruim ou péssimo. Em média, o motorista gasta diariamente 2 horas e 42 minutos no deslocamento para todas as suas atividades. As conclusões são da pesquisa "Nossa São Paulo/Ibope - Dia Mundial Sem Carro 2010", divulgada nesta quinta-feira, 16.
O levantamento revela que mais pessoas estão dispostas a usar o transporte público - de 40% registrado em 2009, a proporção neste ano subiu para 52%. Mais gente também está deixando o carro em casa. Entre 2008 e 2010, o porcentual de quem usa o veículo todos ou quase todos dias caiu de 30% para 26%.
Quanto ao transporte coletivo, a maioria dos paulistanos (67%) concorda que o setor deveria receber mais atenção dos governos. Mais de sete em cada dez (76%) se disseram dispostos a deixar de usar o carro caso houvesse uma boa alternativa de transporte público.
Em uma escala de 0 a 10, a nota média dada aos ônibus de São Paulo ficou em 5,5. A lotação dos veículos foi o quesito pior avaliado, com média de 3,4. A proporção dos que acham que aumentou a limpeza e conservação dos coletivos, porém, foi de 16% para 32%.
 Soluções. Para 68% dos entrevistados, a medida mais importante para atenuar os problemas no trânsito em São Paulo é construir ou ampliar linhas de trem e metrô. Já a porcentagem dos que consideram novos corredores de ônibus importantes para diminuir o problema caiu de 45% em 2009 para 42% neste ano.
A construção e ampliação de ciclovias também ganhou força. Mais de nove em cada dez (92%) são favoráveis, enquanto o grupo contrário caiu de 11% para apenas 5%. Por sua vez, o pedágio urbano no centro expandido enfrenta resistência de 78% dos entrevistados.
A quarta edição da pesquisa foi feita pelo Ibope entre 25 e 30 de agosto. Foram ouvidos 805 paulistanos com mais de 16 anos. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Como se vai às urnas de lenço no nariz


27 de agosto de 2010 | 10h 19
Marcos Sá Corrêa - O Estado de S. Paulo
Se há uma coisa que não está acontecendo pela primeira vez na história do País é essa mistura de ar seco, horizonte encardido e céu opaco que marca mais uma estiagem como a hora tradicional de botar fogo no mato.
Disso o entomólogo alemão Hermann von Burmeister se queixou há uns 200 anos, em suas viagens de pesquisa pelo interior do Brasil, onde “tamanha era a quantidade de fumaça que, durante dias ou mesmo meses, o Sol ofusca quase totalmente oculto e, se o vemos, ele é vermelho”.
É a mesma fumaça que nos amplia o entardecer com um festival de panoramas alaranjados, para alegria dos fotógrafos. Burmeister, mais crítico, vaiou o espetáculo, resmungando contra esse efeito especial equivalente a enxergar o mundo “através de um vidro enegrecido”, sem contar que, nessas ocasiões, a atmosfera dos trópicos ardia nos olhos, irritava as narinas e inflamava os pulmões.
O que ele viu foi o Brasil crescendo do jeito que sabe. No caso, estava diante de Burmeister a prosperidade do café no Vale do Paraíba, derrubando as florestas para abrir alas a uma festa que durou uma geração, deixando de herança barões falidos, casarões em ruínas e um mar de morros carcomidos que a posteridade até hoje não sabe como consertar.
Nisso, o Brasil está cansado de ter história. O que 2010 registra pela primeira vez nos anais da imprevidência política no País é o encontro das queimadas com uma campanha presidencial em que pelo menos uma candidata, Marina Silva (PV), tenta, em vão, discutir se é isso mesmo que os brasileiros querem daqui para a frente.
Pelo visto, sim. É pelo menos o que as pesquisas andam dizendo. Pobre Marina. Mais sufocante que o ar poluído e seco, só uma eleição conservada em índices tóxicos de pasmaceira conformista. O Brasil vai às urnas em um dos piores ciclos de seu desastroso currículo ambiental. E não está nem aí para isso.
Aos inconformados, como Sérgio Leitão, do Greenpeace, resta apontar a revoada de sinais agourentos em direção a caminhos sem saída. Este foi o ano em que o Código Florestal caiu em desuso, entregue a um Congresso que só ouvia a voz dos pequenos, médios, grandes e enormes agricultores, todos alegando que não dá para sobreviver no campo sem enterrá-lo.
A reforma sequer acabou. E o triunfo do fogo sobre o código mostra em que deu o movimento nacional para malhá-lo ainda em vida.
Na Amazônia, o Imazon contabilizou 37 propostas simultâneas de madeireiros, mineradores, pecuaristas e grileiros em geral para avançar sobre 48 áreas protegidas na região. São quase 50 mil quilômetros quadrados de florestas nesse butim.
Na Bahia, a Bamin, um consórcio de indianos e cazaques, acaba de derrubar os entraves legais ao Porto Sul, um terminal de exportação de minério a se erguer no último trecho do litoral onde a legítima terra do Descobrimento – ou seja, a paisagem original descrita na carta de Caminha – tinha chance de progredir economicamente sem pisar nas próprias cinzas.
Os parques nacionais estão sob ataque na Justiça. O Jardim Botânico acaba de ser deserdado no Rio de Janeiro pela Secretaria do Patrimônio da União, que prefere deixar invasores aboletados no arboreto a reaver seu primeiro laboratório ao ar livre de pesquisa aplicada à conservação.
Isso, claro, numa terra que precisa como nunca formar especialistas em manejo de florestas nativas.
Futuro desolador
E lá vamos nós. Estamos prontos para cutucar o pré-sal com canos enferrujados. Temos cada vez mais projetos de hidrelétricas em bacias fluviais sujeitas a reviravoltas climáticas. Perdemos um século culpando os ingleses que levaram nossos seringais para a Malásia.
E nem notamos que, hoje, o tambaqui da Amazônia já se mudou para a China, que aprendeu antes de nós a cultivá-lo em cativeiro.
Aliás, o Peru é o maior exportador mundial de castanha-do-pará. Aquela que, lá fora, é chamada de “Brazil's nuts”.
Mas nada disso tem a ver com eleição presidencial, não é mesmo?