CORREIO BRAZILIENSE - 29/03
Desde os romanos pão e circo têm sido a fórmula para angariar o apoio da plebe. Os maquiavéis da esquerda latino-americana, conforme o livro de Vargas Llossa sobre o perfil do perfeito idiota sul-americano, usam a mesma estratégia: acusam os ricos pela situação dos pobres. Passam a lhes dar migalhas para incluí-los numa suposta sociedade solidária. Com a ajuda de parte dos ricos, moralmente desfibrados e corruptos, aparelham o Estado para eternizarem-se no poder. O caso da Petrobras é emblemático. Somos, majoritariamente, um povo humilde, crédulo e desinformado, governado por incompetentes.
A Petrobras, em 12/12/2014, valia R$ 127 bilhões. Hoje, menos até do que o valor de quando Lula chegou ao poder. Entram em cena a má gestão e as opções de modelos de exploração inexequíveis, feitos mais pela ganância estatizante do que pela reflexão criativa. Vários são os motivos, todos por culpa dos governos Lula e Dilma, que abateram a maior empresa de petróleo e gás da América Latina.
Primeiro - Desde a posse de Dilma, no primeiro mandato, com a tese de nova matriz econômica, os preços administrados (tarifas de energia, telefonia, transportes, petróleo, gás e combustíveis) foram comprimidos para não aumentar a inflação causada pelo aumento dos salários acima da produtividade da mão de obra, pela inundação de crédito a juros baixos e pelos gastos imoderados do governo. A Petrobras perdeu R$ 68 bilhões (quebra de caixa) comprando no exterior mais caro e vendendo no país mais barato.
Segundo - Fez investimentos desastrosos em lugares não recomendados, mormente em refinarias, com sobrepreços de R$ 62 bilhões (Pasadena, Rio, Recife).
Terceiro - Com o argumento de incentivar a indústria brasileira, comprou equipamentos e serviços nacionais 30% a 40% mais caros, menos eficientes e entregues em prazo maior do que os de fornecedores no exterior. Cálculos de empresas especializadas indicam atraso na exploração do pré-sal, numa época em que o petróleo estava acima de U$ 120 (hoje está em R$ 50 o barril, a inviabilizar o custo do pré-sal).
Quarto - O modelo de exploração (partilha, com recebimento em óleo e participação obrigatória da Petrobras em 30% em todos os poços) elevou o endividamento da empresa. Com a subida da moeda norte-americana, a Petrobras viu a dívida subir R$ 48 bilhões nos últimos três meses.
Quinto - Durante os últimos cinco anos, foram pouquíssimas as áreas licitadas, impedindo que parceiros nacionais e internacionais se apresentassem nos leilões, perfurassem o fundo do oceano e retirassem mais petróleo e gás, justamente numa época em que o petróleo estava caro e o risco do pré-sal era considerado baixo (as reservas existem). Esses parceiros não se interessam mais em atuar no Brasil. De nada vale ter reservas se não temos dinheiro para investir, nem parceiros, nem preço que compense. O modelo deve mudar ou a Petrobras afunda de vez, a menos que o governo aporte socorro superior a R$ 100 bilhões para saldar dívidas e fazer investimento. Mas, nesse caso, a dívida pública subirá para 70% do PIB e o Brasil perderá o grau de investimento.
Sexto - Falta de gestão e corrupção, dois lados de uma só moeda. Da graça para a desgraça bastaram 12 anos de PT. O custo, ninguém sabe ao certo. Todavia, a dívida da empresa supera R$ 261,45 bilhões, a maior do mundo no setor.
O saudoso Tancredo Neves tinha razão: "Toda vez que o PT teve que escolher entre seus interesses e os do Brasil, escolheu a si próprio". O impedimento da presidente inepta, a ponto de ser tutelada por um Ministro (e que lhe fazia oposição), está na ordem do dia.
O afundamento da Petrobras vem do somatório dos erros políticos, gerenciais e estratégicos dos governos do PT. De um lado distribuem dinheiro a mancheia (Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida), de outro sugam o dinheiro da sociedade. Chamam a isso de corrupção endêmica e institucional. Só para remarcar, a Petrobras nunca foi do povo. Pertence aos acionistas. Quem não tem ação não é proprietário. O seu mal é ser do governo que lhe retira dinheiro em vez de petróleo.
A má gestão da Petrobras piorou depois da Lava-Jato. A corrupção, a que foi para o bolso de terceiros, é uma ninharia. Os contratos revistos é praxe de mercado. A estatal valeu-se do escândalo para não pagar a ninguém. A cadeia econômica do petróleo e gás, sem receber, está sendo destruída (10% do PIB), gerando desemprego e erosão de mais de 230 empresas antes saudáveis.
Enquanto não for privatizada, o país continuará a sofrer. Que se faça como na Noruega, ao menos isso. Cada norueguês é acionista, junto com o governo que administra um fundo soberano. A empresa de exploração de petróleo é administrada por um conselho de experts do setor privado. Se não der lucro, o governo substitui a governança.
domingo, 29 de março de 2015
Quase glacial - MÍRIAM LEITÃO, (definitivo)
O GLOBO - 29/03
Será longo o inverno. Nós o atravessaremos com nossa alma tropical duvidando do sol. Mas ele voltará. Durante a travessia, vamos conviver com inflação alta, notícia de desemprego, recessão e todos os efeitos em cadeia da maior operação de combate à corrupção já vista no Brasil. O governo se desfaz rápido demais para início de mandato, e sua base política foge da fraqueza exposta.
Na economia, o inverno será o segundo ano de estagnação, no qual a atividade descerá um degrau a mais. O crescimento zero este ano seria o melhor cenário, mas nem o Banco Central acredita mais nele. O magro 0,1% de 2014 não configura crescimento, mas livrou o governo da feia palavra recessão estampada nos jornais. Dela, entretanto, não escapará de novo. O país tolera não crescer, mas detesta inflação alta. Quando os dois incômodos aparecem juntos, o desconforto econômico cresce. Ninguém gosta. A certa altura, procurarão um culpado, e o remédio será acusado de provocar a doença. Será um erro de análise, mas ele já está sendo incentivado pelo partido do governo, onde o conhecimento de teoria econômica é, em geral, raso. Os dedos apontarão cada vez mais para a equipe econômica, como sendo ela a causadora dos males que foram contratados no mandato passado.
Ainda estamos no outono, mas não parece. As empresas já começaram a fechar algumas janelas. Investimentos são suspensos, cancelados, empréstimos não são concedidos, as taxas cobradas pelos credores sobem, empresas preferem não correr riscos. Um ambiente assim é quase glacial. Exceto pela temperatura literal que permanece lembrando, em certos momentos do dia, o verão escaldante e seco que tivemos no Sudeste e Nordeste.
Mesmo em momentos invernais, é preciso pensar na volta do sol, porque quem corta demais não se prepara para aproveitar as oportunidades quando elas aparecem. Mas este é o tempo mais difícil de tomar decisões. Cortar parece sensato. A partir de um determinado ponto, no entanto, é contrassenso.
Na política, o ambiente é de fuga em massa, como se o centro do poder fosse não o que é, mas um meteorito que caiu ameaçando arrastar quem se aproxima dele. Isso sempre acontece nas crises. O poder atrai; a perda do poder afugenta. O inesperado é a fraqueza visitar o governo em início de mandato. A situação pode ser superada, mas é preciso que a crise diminua ao entrar no palácio. Não tem ocorrido isso. Hoje, quando a crise entra no centro do governo, ela encontra um vazio de pessoas e ideias e sai de lá ainda mais forte.
Nesse clima, não se pode escalar o técnico da economia para enfrentar os desencontros do campo político. Esse corpo a corpo tem que ser entregue aos articuladores políticos. Eles desapareceram. Foram incompetentes, erraram muito ou foram neutralizados pela briga intestina no núcleo do poder sobre quem é o melhor para o papel. O poder emagreceu a olhos vistos.
Os tremores do combate à corrupção continuarão atraindo todos os olhos. Eles provocarão um efeito dominó na economia. A Petrobras permanece perdida em seu labirinto contábil. Com medo de errar, suspende contratos, que atinge empresas, que não recebem empréstimos, os bancos têm que fazer provisão e vão reclamar seu quinhão às seguradoras. Algumas empresas aproveitarão para se dizer vítimas do tratamento contra a doença da corrupção, quando na verdade elas eram insustentáveis sem os vícios que dominaram a economia. Qualquer generalização é perigosa. Há empresas saudáveis e outras dependentes crônicas das formas escusas de se fazer negócios que se propagou pelo país. Talvez o ano separe os grupos. Mas todos sofrerão com os tremores. O importante para se guiar no meio da confusão é não perder o norte: o combate à corrupção é o tratamento indispensável para haver uma economia mais forte no futuro.
Os ventos frios virão dos quatro cantos. A inflação reduzirá renda, as crises nas empresas aumentarão o desemprego, a correção dos erros passados reduzirá o gasto público, a fragmentação da base de sustentação do governo alimentará a incerteza em todos os cantos. Por isso tudo comecei dizendo aqui que será longo o inverno. Mas nossa alma tropical precisa ser informada de que o sol voltará.
Será longo o inverno. Nós o atravessaremos com nossa alma tropical duvidando do sol. Mas ele voltará. Durante a travessia, vamos conviver com inflação alta, notícia de desemprego, recessão e todos os efeitos em cadeia da maior operação de combate à corrupção já vista no Brasil. O governo se desfaz rápido demais para início de mandato, e sua base política foge da fraqueza exposta.
Na economia, o inverno será o segundo ano de estagnação, no qual a atividade descerá um degrau a mais. O crescimento zero este ano seria o melhor cenário, mas nem o Banco Central acredita mais nele. O magro 0,1% de 2014 não configura crescimento, mas livrou o governo da feia palavra recessão estampada nos jornais. Dela, entretanto, não escapará de novo. O país tolera não crescer, mas detesta inflação alta. Quando os dois incômodos aparecem juntos, o desconforto econômico cresce. Ninguém gosta. A certa altura, procurarão um culpado, e o remédio será acusado de provocar a doença. Será um erro de análise, mas ele já está sendo incentivado pelo partido do governo, onde o conhecimento de teoria econômica é, em geral, raso. Os dedos apontarão cada vez mais para a equipe econômica, como sendo ela a causadora dos males que foram contratados no mandato passado.
Ainda estamos no outono, mas não parece. As empresas já começaram a fechar algumas janelas. Investimentos são suspensos, cancelados, empréstimos não são concedidos, as taxas cobradas pelos credores sobem, empresas preferem não correr riscos. Um ambiente assim é quase glacial. Exceto pela temperatura literal que permanece lembrando, em certos momentos do dia, o verão escaldante e seco que tivemos no Sudeste e Nordeste.
Mesmo em momentos invernais, é preciso pensar na volta do sol, porque quem corta demais não se prepara para aproveitar as oportunidades quando elas aparecem. Mas este é o tempo mais difícil de tomar decisões. Cortar parece sensato. A partir de um determinado ponto, no entanto, é contrassenso.
Na política, o ambiente é de fuga em massa, como se o centro do poder fosse não o que é, mas um meteorito que caiu ameaçando arrastar quem se aproxima dele. Isso sempre acontece nas crises. O poder atrai; a perda do poder afugenta. O inesperado é a fraqueza visitar o governo em início de mandato. A situação pode ser superada, mas é preciso que a crise diminua ao entrar no palácio. Não tem ocorrido isso. Hoje, quando a crise entra no centro do governo, ela encontra um vazio de pessoas e ideias e sai de lá ainda mais forte.
Nesse clima, não se pode escalar o técnico da economia para enfrentar os desencontros do campo político. Esse corpo a corpo tem que ser entregue aos articuladores políticos. Eles desapareceram. Foram incompetentes, erraram muito ou foram neutralizados pela briga intestina no núcleo do poder sobre quem é o melhor para o papel. O poder emagreceu a olhos vistos.
Os tremores do combate à corrupção continuarão atraindo todos os olhos. Eles provocarão um efeito dominó na economia. A Petrobras permanece perdida em seu labirinto contábil. Com medo de errar, suspende contratos, que atinge empresas, que não recebem empréstimos, os bancos têm que fazer provisão e vão reclamar seu quinhão às seguradoras. Algumas empresas aproveitarão para se dizer vítimas do tratamento contra a doença da corrupção, quando na verdade elas eram insustentáveis sem os vícios que dominaram a economia. Qualquer generalização é perigosa. Há empresas saudáveis e outras dependentes crônicas das formas escusas de se fazer negócios que se propagou pelo país. Talvez o ano separe os grupos. Mas todos sofrerão com os tremores. O importante para se guiar no meio da confusão é não perder o norte: o combate à corrupção é o tratamento indispensável para haver uma economia mais forte no futuro.
Os ventos frios virão dos quatro cantos. A inflação reduzirá renda, as crises nas empresas aumentarão o desemprego, a correção dos erros passados reduzirá o gasto público, a fragmentação da base de sustentação do governo alimentará a incerteza em todos os cantos. Por isso tudo comecei dizendo aqui que será longo o inverno. Mas nossa alma tropical precisa ser informada de que o sol voltará.
Procurador diz que Lava Jato detectou corrupção em outros órgãos públicos, no G1
‘A maior parte das investigações ainda está por vir’, disse membro do MP.
Coordenador de força-tarefa, Dallagnol foi entrevistado por Miriam Leitão.
Do G1, em Brasília, e do G1 Rio
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador da força-tarefa criada para a Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, afirmou durante entrevista à jornalista Miriam Leitão, exibida nesta quinta-feira (26) na GloboNews, que há informações de que a corrupção ultrapassa a Petrobras e atinge outros órgãos públicos.
“Temos informações - informações de inteligência, por enquanto - de que a corrupção, ela está alastrada também para outros órgãos públicos. Isso nos traz uma preocupação muito grande, não só de buscar punição, responsabilização integral de quem cometeu esses crimes, mas também de mudar nosso ambiente”, disse Dallagnol.
“Nós temos informação de que isso [corrupção em outros órgãos] acontece. Aliás, muitas pessoas já diziam isso antes", completou. O procurador também que no atual modelo de trabalho do Ministério Público estão sendo oferecidos pacotes de acusações com tudo o que está sendo apurado pela Operação Lava Jato.
"Nós temos trabalhado com prioridades. E oferecido pacotes de acusações. Nós temos buscado focar para produzir resultados. Porque todo mundo que quer abraçar o mundo acaba não abraçando ninguém", disse.
De acordo com Dallagnol, ainda há novas etapas das investigações "por vir". "Certamente, a maior parte das investigações ainda está por vir. Existem muitas coisas que ainda estão em processo de investigação. A investigação é como a apuração de qualquer coisa na nossa vida. Você busca descobrir se algo aconteceu, começa a coletar evidencias e informações para chegar a uma conclusão."
O procurador também lembrou que a investigação que identificou corrupção na maior estatal brasileira só chegou à Petrobras porque foram apuradas as apurações de um esquema que envolvia, inicialmente, quatro doleiros. “Se tivéssemos focado apenas no que nós tínhamos, já teríamos parado lá atrás. Ainda não conseguimos fechar todas as pontas da investigação em relação àquelas quatro organizações criminosas", declarou.
"Foi interessante porque, no começo, tínhamos informações sobre quatro doleiros de quatro organizações criminosas. A partir de um e-mail entre Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, começamos a investigar Petrobras”, completou.
"Nós temos trabalhado com prioridades. E oferecido pacotes de acusações. Nós temos buscado focar para produzir resultados. Porque todo mundo que quer abraçar o mundo acaba não abraçando ninguém", disse.
De acordo com Dallagnol, ainda há novas etapas das investigações "por vir". "Certamente, a maior parte das investigações ainda está por vir. Existem muitas coisas que ainda estão em processo de investigação. A investigação é como a apuração de qualquer coisa na nossa vida. Você busca descobrir se algo aconteceu, começa a coletar evidencias e informações para chegar a uma conclusão."
O procurador também lembrou que a investigação que identificou corrupção na maior estatal brasileira só chegou à Petrobras porque foram apuradas as apurações de um esquema que envolvia, inicialmente, quatro doleiros. “Se tivéssemos focado apenas no que nós tínhamos, já teríamos parado lá atrás. Ainda não conseguimos fechar todas as pontas da investigação em relação àquelas quatro organizações criminosas", declarou.
"Foi interessante porque, no começo, tínhamos informações sobre quatro doleiros de quatro organizações criminosas. A partir de um e-mail entre Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, começamos a investigar Petrobras”, completou.
Temos informações - informações de inteligência, por enquanto - de que a corrupção, ela está alastrada também para outros órgãos públicos. Isso nos traz uma preocupação muito grande, não só de buscar punição, responsabilização integral de quem cometeu esses crimes, mas também de mudar nosso ambiente"
Deltan Dallagnol, coordenador da
forçatarefa da Operação Lava Jato
forçatarefa da Operação Lava Jato
Esforço conjunto
Sobre as delações premiadas, Dallagnol afirmou que foi criado um efeito “bola de neve” de acordo de colaboração, o que fez com que as pessoas entregassem uma as outras. “A corrupção é um crime muito difícil de ser apurado, porque acontece entre quatro paredes. As pessoas têm um código de silêncio. Elas não querem perder o benefício que ganharam com o ato corrupto e não querem ser punidas”.
Sobre as delações premiadas, Dallagnol afirmou que foi criado um efeito “bola de neve” de acordo de colaboração, o que fez com que as pessoas entregassem uma as outras. “A corrupção é um crime muito difícil de ser apurado, porque acontece entre quatro paredes. As pessoas têm um código de silêncio. Elas não querem perder o benefício que ganharam com o ato corrupto e não querem ser punidas”.
Segundo ele, o sucesso da Lava Jato só aconteceu devido ao esforço conjunto da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, além da atuação do Poder Judiciário. “Houve quase que uma conspiração para que essa operação desse tão certo."
Sobre o pacote de medidas anticorrupção sugeridas pelo Ministério Público no último dia 20, ele ressaltou que as 10 medidas anunciadas se basearam, em grande parte, nos três pilares criados por Hong Kong, que já liderou a lista de corrupção mundial e conseguiu diminuir os índices.
'Quem rouba milhões mata milhões'
A primeira medida do pacote se baseia na prevenção da corrupção, pois, segundo ele, a cultura de corrupção se combate com educação e conscientização. As outras medidas têm como objetivo principal tornar a corrupção um crime de alto risco. “A punição da corrupção no Brasil é uma piada de mau gosto”.
'Quem rouba milhões mata milhões'
A primeira medida do pacote se baseia na prevenção da corrupção, pois, segundo ele, a cultura de corrupção se combate com educação e conscientização. As outras medidas têm como objetivo principal tornar a corrupção um crime de alto risco. “A punição da corrupção no Brasil é uma piada de mau gosto”.
De acordo com o procurador, tornar o pagamento de propina crime hediondo, conforme propõe o pacote, é uma importante mudança para coibir a corrupção. “É um crime racional (pagamento de propina). Isso (a medida) toma por base que a corrupção rouba a comida, o remédio e a escola do brasileiro. Quem rouba milhões mata milhões”, afirmou Dallagnol.
O procurador ainda defendeu uma mudança legislativa para que casos penais, que demoram de 10 a 15 anos, não prescrevam. “A Lava Jato pode se estender por vários anos. O quanto isso vai demorar depende de uma série de fatores”, afirmou o coordenador da força-tarefa, destacando que é possível mudar o cenário atual. “Se o brasileiro acha que não temos saída, existe uma luz e vamos fazer a nossa parte.”
O procurador ainda defendeu uma mudança legislativa para que casos penais, que demoram de 10 a 15 anos, não prescrevam. “A Lava Jato pode se estender por vários anos. O quanto isso vai demorar depende de uma série de fatores”, afirmou o coordenador da força-tarefa, destacando que é possível mudar o cenário atual. “Se o brasileiro acha que não temos saída, existe uma luz e vamos fazer a nossa parte.”
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