‘A maior parte das investigações ainda está por vir’, disse membro do MP.
Coordenador de força-tarefa, Dallagnol foi entrevistado por Miriam Leitão.
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador da força-tarefa criada para a Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, afirmou durante entrevista à jornalista Miriam Leitão, exibida nesta quinta-feira (26) na GloboNews, que há informações de que a corrupção ultrapassa a Petrobras e atinge outros órgãos públicos.
“Temos informações - informações de inteligência, por enquanto - de que a corrupção, ela está alastrada também para outros órgãos públicos. Isso nos traz uma preocupação muito grande, não só de buscar punição, responsabilização integral de quem cometeu esses crimes, mas também de mudar nosso ambiente”, disse Dallagnol.
“Nós temos informação de que isso [corrupção em outros órgãos] acontece. Aliás, muitas pessoas já diziam isso antes", completou. O procurador também que no atual modelo de trabalho do Ministério Público estão sendo oferecidos pacotes de acusações com tudo o que está sendo apurado pela Operação Lava Jato.
"Nós temos trabalhado com prioridades. E oferecido pacotes de acusações. Nós temos buscado focar para produzir resultados. Porque todo mundo que quer abraçar o mundo acaba não abraçando ninguém", disse.
De acordo com Dallagnol, ainda há novas etapas das investigações "por vir". "Certamente, a maior parte das investigações ainda está por vir. Existem muitas coisas que ainda estão em processo de investigação. A investigação é como a apuração de qualquer coisa na nossa vida. Você busca descobrir se algo aconteceu, começa a coletar evidencias e informações para chegar a uma conclusão."
O procurador também lembrou que a investigação que identificou corrupção na maior estatal brasileira só chegou à Petrobras porque foram apuradas as apurações de um esquema que envolvia, inicialmente, quatro doleiros. “Se tivéssemos focado apenas no que nós tínhamos, já teríamos parado lá atrás. Ainda não conseguimos fechar todas as pontas da investigação em relação àquelas quatro organizações criminosas", declarou.
"Foi interessante porque, no começo, tínhamos informações sobre quatro doleiros de quatro organizações criminosas. A partir de um e-mail entre Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, começamos a investigar Petrobras”, completou.
"Nós temos trabalhado com prioridades. E oferecido pacotes de acusações. Nós temos buscado focar para produzir resultados. Porque todo mundo que quer abraçar o mundo acaba não abraçando ninguém", disse.
De acordo com Dallagnol, ainda há novas etapas das investigações "por vir". "Certamente, a maior parte das investigações ainda está por vir. Existem muitas coisas que ainda estão em processo de investigação. A investigação é como a apuração de qualquer coisa na nossa vida. Você busca descobrir se algo aconteceu, começa a coletar evidencias e informações para chegar a uma conclusão."
O procurador também lembrou que a investigação que identificou corrupção na maior estatal brasileira só chegou à Petrobras porque foram apuradas as apurações de um esquema que envolvia, inicialmente, quatro doleiros. “Se tivéssemos focado apenas no que nós tínhamos, já teríamos parado lá atrás. Ainda não conseguimos fechar todas as pontas da investigação em relação àquelas quatro organizações criminosas", declarou.
"Foi interessante porque, no começo, tínhamos informações sobre quatro doleiros de quatro organizações criminosas. A partir de um e-mail entre Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, começamos a investigar Petrobras”, completou.
Esforço conjunto
Sobre as delações premiadas, Dallagnol afirmou que foi criado um efeito “bola de neve” de acordo de colaboração, o que fez com que as pessoas entregassem uma as outras. “A corrupção é um crime muito difícil de ser apurado, porque acontece entre quatro paredes. As pessoas têm um código de silêncio. Elas não querem perder o benefício que ganharam com o ato corrupto e não querem ser punidas”.
Sobre as delações premiadas, Dallagnol afirmou que foi criado um efeito “bola de neve” de acordo de colaboração, o que fez com que as pessoas entregassem uma as outras. “A corrupção é um crime muito difícil de ser apurado, porque acontece entre quatro paredes. As pessoas têm um código de silêncio. Elas não querem perder o benefício que ganharam com o ato corrupto e não querem ser punidas”.
Segundo ele, o sucesso da Lava Jato só aconteceu devido ao esforço conjunto da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, além da atuação do Poder Judiciário. “Houve quase que uma conspiração para que essa operação desse tão certo."
Sobre o pacote de medidas anticorrupção sugeridas pelo Ministério Público no último dia 20, ele ressaltou que as 10 medidas anunciadas se basearam, em grande parte, nos três pilares criados por Hong Kong, que já liderou a lista de corrupção mundial e conseguiu diminuir os índices.
'Quem rouba milhões mata milhões'
A primeira medida do pacote se baseia na prevenção da corrupção, pois, segundo ele, a cultura de corrupção se combate com educação e conscientização. As outras medidas têm como objetivo principal tornar a corrupção um crime de alto risco. “A punição da corrupção no Brasil é uma piada de mau gosto”.
'Quem rouba milhões mata milhões'
A primeira medida do pacote se baseia na prevenção da corrupção, pois, segundo ele, a cultura de corrupção se combate com educação e conscientização. As outras medidas têm como objetivo principal tornar a corrupção um crime de alto risco. “A punição da corrupção no Brasil é uma piada de mau gosto”.
De acordo com o procurador, tornar o pagamento de propina crime hediondo, conforme propõe o pacote, é uma importante mudança para coibir a corrupção. “É um crime racional (pagamento de propina). Isso (a medida) toma por base que a corrupção rouba a comida, o remédio e a escola do brasileiro. Quem rouba milhões mata milhões”, afirmou Dallagnol.
O procurador ainda defendeu uma mudança legislativa para que casos penais, que demoram de 10 a 15 anos, não prescrevam. “A Lava Jato pode se estender por vários anos. O quanto isso vai demorar depende de uma série de fatores”, afirmou o coordenador da força-tarefa, destacando que é possível mudar o cenário atual. “Se o brasileiro acha que não temos saída, existe uma luz e vamos fazer a nossa parte.”
O procurador ainda defendeu uma mudança legislativa para que casos penais, que demoram de 10 a 15 anos, não prescrevam. “A Lava Jato pode se estender por vários anos. O quanto isso vai demorar depende de uma série de fatores”, afirmou o coordenador da força-tarefa, destacando que é possível mudar o cenário atual. “Se o brasileiro acha que não temos saída, existe uma luz e vamos fazer a nossa parte.”
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