quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Imprensa é oposição, FSP

Jair Bolsonaro segue os passos de Trump, Lula e Dilma

Só está surpreso com o tratamento que a imprensa está tendo do governo Bolsonaro quem esteve em coma na última década ou não usa redes sociais. Jornalistas, blogueiros e cidadãos críticos ao PT em seus anos no poder, e que mantêm o mesmo espírito para analisar as ações do novo presidente e de sua equipe, apenas têm visto os ataques partirem de outro lado. 
Essa batalha entre governantes e a imprensa é antiga para quem é gato escaldado e, de fato, teve equilíbrio e isenção para analisar e reportar os fatos. Jair apenas deixou claro que está em guerra e que vai cercear a liberdade da categoria, se puder. Não é coincidência. É o jeito de operar dos poderosos. 
Bolsonaro, além de seguir os passos de Donald Trump na tentativa de desmoralizar o jornalismo profissional, segue o que Lula e Dilma fizeram desde sempre. Instiga a militância contra veículos de comunicação e jornalistas por trás de histórias que não são favoráveis a ele. 
Até pouco tempo, essas mesmas pessoas eram xingadas de tucanos, coxinhas, golpistas, fascistas, hostilizadas e ameaçadas todas as vezes em que ousavam examinar com rigor as ações do PT e de seus representantes, que já apontavam a imprensa como inimiga do povo. 
Há pouco o que fazer contra a cegueira ideológica, tanto da direita quanto da esquerda radicais. São pessoas menos capazes de avaliar quando estão erradas, segundo conclusão de cientistas da University College London. Os entrevistados mostraram autoritarismo, intolerância e resistem a mudar suas crenças ainda que diante de evidências.
O mesmo tipo de doença que contagiou petistas e simpatizantes dos últimos governos faz vítimas entre os eleitores de Bolsonaro. A imprensa não está contra esse ou aquele presidente. “Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”, já dizia Millôr Fernandes. Ao menos é assim que deveria ser. E, ao fazer oposição, vamos apanhar sempre.

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