Cerca de 65,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade não utilizaram a internet em 2016; o número de conectados equivale a 64,7% da população
21/02/2018 | 10h08
Por Daniela Amorim, do Rio - O Estado de S. Paulo
Principais motivos para não usar a Internet na residência foram falta de interesse e custo
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Apesar dos avanços tecnológicos mundo afora, a proporção de desconectados no Brasil ultrapassava um terço da população em 2016. Cerca de 65,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade não utilizaram a internet em 2016 (35,3% do total), ou por que não sabiam usar (37,8%), por falta de interesse (37,6%) ou por considerar o serviço caro (14,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016: acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal (Pnad Contínua - TIC 2016) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 21.
O total de conectados somou cerca de 116 milhões de brasileiros, o que equivale a 64,7% da população com 10 anos ou mais de idade. Segundo Azeredo, os brasileiros estão usando a internet como uma forma de comunicação mais barata e alternativa às tradicionais ligações telefônicas.
"Com WhatsApp e outros aplicativos, fica mais barato você passar uma mensagem para alguém, basta estar num guarda-chuva de Wi-Fi. A pessoa pode estar em outro estado, em outro País. Facilita muito, isso aproxima as pessoas que estão distantes", lembrou Azeredo.
Lares. Embora a tendência seja de melhora em relação a anos anteriores, mais de 30% dos lares brasileiros ainda estavam desconectados em 2016. Os principais motivos listados para não usar a Internet na residência foram falta de interesse (34,8%), custo alto do serviço (29,6%) e desconhecimento dos moradores sobre como navegar na rede (20,7%).
"Os dados de pobreza vão dialogar muito com esses dados de acesso à internet. Nos locais com menos domicílios com acesso à internet, o rendimento é menor, o grau de instrução da população é mais baixo, isso vai influenciar os resultados", lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Cerca de 69,3% dos domicílios do País (48,1 milhões) tinham acesso à internet em 2016, graças à disseminação do acesso à rede via telefone celular. O computador foi o único meio de acesso à internet em apenas 2,3% dos domicílios, mesmo presente em 57,8% deles. Em 77,3% das residências conectadas havia o uso da banda larga móvel (3G ou 4G), superando o da banda larga fixa (71,4%). A predominância da banda larga móvel crescia em áreas onde a infraestrutura de rede é mais precária, como o Norte e Nordeste.
"O acesso à internet via celular é especialmente importante para essas regiões Norte e Nordeste", disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad.
Casos de uso. Entre as pessoas que acessaram a rede em 2016, 94,2% usaram aplicativos e redes sociais para troca de mensagens de texto, voz ou imagens. A segunda finalidade mais citada foi assistir a vídeos, programas, séries e filmes (76,4%), conversar por chamada de voz ou vídeo (73,3%) e enviar ou receber e-mail (69,3%). O estudo mostra ainda que 94,6% dos usuários de internet no País acessaram a rede via telefone celular.
Em todo o País, 138 milhões de brasileiros tinham telefone móvel celular para uso pessoal em 2016. Apesar do avanço em relação a anos anteriores, cerca de 22,9% das pessoas com 10 anos ou mais de idade ainda não tinham celular pessoal: 25,9% consideravam o aparelho caro; 22,1% alegaram falta interesse; 20,6% usavam o celular de outra pessoa; e 19,6% não sabiam usar.
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