Em 2012, IPCA havia subido 5,84%; grupo Alimentos e Bebidas exerceu o principal impacto na inflação
10 de janeiro de 2014 | 9h 00
Economia & Negócios e Vinicius Neder, da Agência Estado
SÃO PAULO - A inflação oficial do País avançou 5,91% em 2013, ante alta de 5,84% em 2012, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 10. Com o resultado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou abaixo do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%. A meta varia de 2,5% a 6,5% e tem como centro 4,5%.
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O resultado do IPCA, porém, ficou acima do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que esperavam uma taxa entre 5,73% e 5,88%. A projeção dos analistas no começo de 2013 também ficou divergente.
Além disso, o resultado de 2013 contrariou a expectativa da Fazendo e do Banco Central, que esperavam uma inflação menor do que em 2012.
O grupo Alimentação e Bebidas teve o principal impacto sobre a inflação no ano passado. O grupo registrou variação de preços de 8,48% e teve impacto de 2,03 pontos porcentuais. Na outra ponta, Comunicação foi o que menos avançou (1,50%).
O segundo maior impacto no IPCA de 2013 foi o grupo Despesas Pessoais, com alta de 8,39% e impacto de 0,87 ponto porcentual no índice fechado do ano. O grupo Transportes, o segundo maior peso no IPCA, acelerou na passagem de 2012 para 2013 (de uma alta de 0,48%, em 2012, para 3,29%, ano passado). O impacto no índice fechado do ano foi de 0,64 ponto porcentual. Isso apesar da ação do governo para conter os reajustes das tarifas de ônibus urbanos, na esteira das manifestações de rua iniciadas em junho. Esse item encerrou 2013 com inflação estável pelo IPCA (0,02%).
Segundo o IBGE, a aceleração no grupo Transportes deve-se ao fato de, em 2012, ter havido deflação de 0,72% nos combustíveis e de os preços de carros também terem ficado mais baratos, por conta de desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Dezembro. O IPCA subiu 0,92% em dezembro, ante uma variação positiva de 0,54% em novembro. Segundo o IBGE, "é o maior IPCA mensal desde abril de 2003, quando atingiu 0,97%, e, ainda, o maior IPCA dos meses de dezembro desde 2002, cujo resultado chegou a 2,10%." O resultado do mês também ficou acima das estimativas, que iam de 0,75% a 0,89%, com mediana de 0,83%.
Em dezembro, o grupo Transportes teve o maior impacto no IPCA, com alta de 1,85% e 0,35 ponto porcentual de contribuição para a taxa mensal. Em Transportes, gasolina e passagens aéreas foram destaque em dezembro de 2013. A gasolina contribuiu com 0,15 ponto porcentual no índice mensal, enquanto as passagens de avião contribuíram com 0,12 ponto porcentual.
Os grupos Alimentação e Bebidas e Artigos de Residência aceleraram a alta no IPCA de dezembro de 2013. Os alimentos passaram de uma alta de 0,56% em novembro para avanço de 0,89% em dezembro.
Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a alta foi generalizada, com destaque para carnes e hortaliças. "A produção de hortaliças é muito sensível a chuvas e tem produção local", afirmou.
Em Artigos de Residência, a aceleração foi de 0,38% para 0,89% na passagem de novembro para dezembro. A volta do IPI nos eletrodomésticos fez diferença, segundo Eulina.
Gasolina. O mais recente reajuste da gasolina já deve estar totalmente embutido no resultado do IPCA de dezembro, avaliou Eulina. Ela se refere ao aumento de 4% do combustível ocorrido no mês passado, o que impactou 0,15 ponto porcentual na alta de 1,85% do grupo Transportes no âmbito do indicador no mês passado.
Energia. O IPCA de 2013 registrou deflação de 15,66% no item energia elétrica. A deflação do item foi a maior da história do Plano Real, informou o IBGE. Com -0,52 ponto porcentual, a energia elétrica teve o maior impacto negativo no IPCA de 2013. A última deflação nesse item foi registrada em 2007, com -6,16%.
Serviços. A inflação de serviços fechou 2013 em 8,75%, ante 8,74% em 2012, segundo o IBGE.
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