- Carreiras no topo do ranking têm indicadores, como a jornada de trabalho, que refletem escassez de profissionais
BRASÍLIA - A medicina é a carreira de nível superior com maior desempenho trabalhista, considerando os fatores salário, jornada de trabalho, nível de ocupação e cobertura previdenciária. Na média brasileira, os médicos ganham R$ 6.940,12 e trabalham 42,03 horas por semana. A taxa de ocupação nessa profissão é de 91,81% e a de proteção trabalhista, de 90,72%. Os números fazem parte da edição especial Perspectivas profissionais – nível técnico e superior da publicação Radar, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Depois de medicina, em um ranking de 48 formações de nível superior, estão odontologia; engenharia civil; engenharia mecânica e metalúrgica; serviços de transportes; estatística; engenharia elétrica e automação; engenharia (outros); setor militar e de defesa. Na base do ranking, com pior desempenho trabalhista, estão religião, filosofia, educação física e turismo.
O presidente do Ipea e ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, afirmou que as carreiras no topo do ranking têm indicadores que refletem escassez de profissionais. Se a jornada é alta, disse, esse é um sinal claro de que faltam trabalhadores, o que prejudica o bem-estar dos profissionais.
- Se tudo (indicadores) é alto, esses são sinais inequívocos de que faltam aqueles profissionais. As instituições, sejam privadas, sejam públicas, deveriam direcionar esforços para essa área. Tanto é que é isso que tem sido feito tanto no caso de engenheiros quanto de medicina - afirmou.
O ministro disse que o Brasil vive um “bom problema”, o de falta de profissionais.
- É um problema melhor do que a crise de desemprego. Pleno emprego, entre aspas, é um problema, só que um bom problema. A gravidade é que para formar pessoas demora tempo - disse.
Neri afirmou que o estudo – baseado em dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE – vem sendo desenvolvido há algum tempo e não busca subsidiar a política do governo Dilma Rousseff de atrair médicos. No entanto, ressaltou a escassez de profissionais no setor.
- Basicamente, ele mostra que, de todas as 48 carreiras consideradas, a de medicina é aquela onde há maior escassez de mão de obra. Então, é basicamente esse o resultado do estudo - afirmou.
O ministro destacou que há um desafio agora no país para a área de mobilidade urbana e que o mercado precisará de profissionais capacidades nos próximos anos.
- Profissionais ligados a serviços de transportes são sim com mais escassez. Então, é um sinal de que precisamos desses profissionais - disse.
No ranking, serviços de transporte aparecem na quinta posição. O salário médio é de R$ 4,4 mil e a jornada de trabalho, de 41,91 horas semanais. O índice de ocupação é de 89,14% e a cobertura previdenciária, de 91,47%.
Segundo Neri, o pico de ocupação no Brasil, considerando todas as carreiras e níveis de formação, se dá aos 41 anos e o de salário, aos 51 anos.
- A taxa de ocupação é mais ou menos de 80% aos 41 anos de idade. Quando (o trabalhador) tem 16 anos, é em torno de 30%. Quando tem 65 anos, é em torno de 35% - disse.
- O salário médio aos 51 anos é de R$ 1,3 mil. Na medida em que (o profissional) fica mais velho, o salário aumenta e depois cai. Mas cai muito mais a ocupação do que o salário - observou.
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