terça-feira, 25 de setembro de 2012

Primeira fábrica do etanol 2G deverá ser aberta em 2013 em Alagoas


A primeira usina brasileira de etanol 2G dever entrar em operação até dezembro de 2013, em Alagoas. O anúncio foi feito durante o Green Power Conferences, em São Paulo, nos últimos dias 18 e 19 deste mês, com investidores internacionais, pesquisadores, e presidentes de corporações.

Dentro de sete meses, em Campinas, um centro de pesquisa instalado no campus da Unicamp, terá a sua sede própria. Lá está sendo desenvolvido o chamado "cana energia", uma nova variedade com produtividade três vezes superior a da cana comum.

O que chama a atenção no projeto da família Gradin é o desenvolvimento da nova variedade. Até o fim do ano, a estação experimental que fica em Alagoas deverá cultivar 100 mil plântulas para produzir 100 toneladas de massa seca por hectare e tem a primeira colheita industrial prevista para 2015.

A planta é uma espécie de showroom e pode funcionar por meio de licenciamento. Até lá, serão usadas as sobras de palha e bagaço das usinas alagoanas. "Nossa meta é produzir a biomassa mais competitiva do mundo", disse Bernardo Gradin, sócio e presidente da empresa fundada em 2011.

Os investimentos para a unidade de Alagoas são de R$ 300 milhões com capacidade para produzir 82 milhões de litros de etanol por ano. Dos R$ 300 milhões, a expectativa da Graal é que o BNDES financie R$ 210 milhões, o que equivale a 70% desse valor.

Para que o projeto desse certo, a GraalBio precisou contar com um coquetel de pelo menos 50 enzimas, responsável pela transformação da celulose (e da hemicelulose) em açúcar. O produto batizado de Cellic CTec3 representou redução de 10% no custo final de produção do biocombustível.

A GraalBio comprou da Chemtex, empresa do grupo italiano Mossi & Ghissolfi (M&G), os equipamentos de pré-tratamento da matéria-prima. A tecnologia, desenvolvida pela BetaRenewables, joint venture entre a Chemtex e o fundo americano TPG, será implantada na planta brasileira e também em uma planta na Itália e outra nos Estados Unidos.


Parceiros

Os demais parceiros da empresa, além da Unicamp e do BNDES, são os grupos Novozymes (fornecedor de enzimas), a DSM (fornecedora de leveduras), o produtor de etanol 1G Carlos Lyra e a Ridesa, que pesquisa variedades de cana.

"A produção de 80 toneladas de cana sucralose pode dobrar para 160 com maior produção em área menor", informou Frank Nadimi, diretor na América Latina da DSM. Segundo Alan Hiltner, a média de produção das unidades industriais deve ser de 100 milhões de litros.

"Nada nos impede de alugar usinas que produzem etanol 1G e se comprarmos energia por R$ 140 ao invés dos atuais R$ 100 pagos pelo governo para as usinas. Tudo depende de como se comportará o mercado", explica.

Conforme a GraalBio, o investimento total pode chegar a R$ 1 bilhão e as novas plantas serão anunciadas conforme os contatos.
Fonte: Udop
Publicada em: 25/9/2012 07:54:19

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