sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Para a vida toda


De peroba rosa e couro, a nova poltrona de Carlos Motta é feita para durar

16 de fevereiro de 2011 | 13h 00
Natália Mazzoni - O Estado de S. Paulo
Olhe para esta poltrona. Se você conhece Carlos Motta, não vai ter de pensar duas vezes para reconhecer que o trabalho é dele. É fácil identificar o estilo natural do designer e arquiteto. Habituado à vida próximo da natureza, ele usa seu jeito leve de viver para projetar móveis perfeitamente simples.
A poltrona, a Santa Rita, é uma de suas últimas criações e foi pensada para fazer parte do mobiliário do navio de um empresário. De peroba rosa de demolição e com estofado revestido com raspa de couro, pesa exatos 60 quilos e tem 79 cm de altura, 1,04 m de largura e assento de 80 cm. "Conforto foi o ponto de partida da peça", diz Motta. "O resultado estético é apenas uma consequência."
A escolha da peroba rosa é que não foi por acaso. O designer conta que está aperfeiçoando o uso da madeira em seu ateliê. "Estou conseguindo tirar qualidade dessa espécie, que é pouco valorizada para esse tipo de trabalho." O preço da poltrona, que já está disponível, só é fornecido sob consulta. E, antes de desembolsar o que vale, é preciso gostar bastante: Motta garante que a parruda poltrona vai durar uma vida inteira.
3 perguntas para...
Carlos Motta, designer
Fazer poltronas é um desafio para você?
De todas as peças do mobiliário, é a mais difícil de fazer, porque está muito envolvida com o corpo.
O que é imprescindível a uma boa peça?
Ser confortável para mim, que tenho 60 anos, e também para alguém que tenha 24. Além disso, deve ser confortável tanto para uma pessoa alta quanto para uma muito baixa.
Criar essas cadeiras é uma maneira que você encontrou de levar um pouco da natureza que você ama para dentro de casa?
Para mim tudo é uma extenção da natureza. Tomar água, comer, respirar, isso tudo faz parte dela. O que eu faço é apenas isso: continuar esse uso da natureza, tentando agredir da menor forma possível o meio ambiente. Eu acabo agredindo, claro, mas acredito que o impacto que causo seja pequeno.
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