sexta-feira, 28 de abril de 2017

Confira os principais pontos da proposta de reforma trabalhista, JusBrasil, 'Agência Câmara Notícias'

Confira os principais pontos da proposta de reforma trabalhista

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Câmara dos Deputados
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Confira os principais pontos da proposta de reforma trabalhista
Comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (25) o Projeto de Lei 6787/16 na versão apresentada pelo relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). Texto seguirá para votação no Plenário nesta quarta-feira (26)

Confira os principais pontos:

Negociação
Negociação entre empresas e trabalhadores vai prevalecer sobre a lei para pontos como: parcelamento das férias em até três vezes; jornada de trabalho, com limitação de 12 horas diárias e 220 horas mensais; participação nos lucros e resultados; jornada em deslocamento; intervalo entre jornadas (limite mínimo de 30 minutos); extensão de acordo coletivo após a expiração; entrada no Programa de Seguro-Emprego; plano de cargos e salários; banco de horas, garantido o acréscimo de 50% na hora extra; remuneração por produtividade; trabalho remoto; registro de ponto. No entanto, pontos como fundo de garanta, salário mínimo, 13º salário e férias proporcionais não podem ser objeto de negociação.
  • Fora da negociação
As negociações entre patrões e empregados não podem tratar de FGTS, 13º salário, seguro-desemprego e salário-família (benefícios previdenciários), remuneração da hora de 50% acima da hora normal, licença-maternidade de 120 dias, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço e normas relativas à segurança e saúde do trabalhador.
  • Trabalho intermitente
Modalidade pela qual os trabalhadores são pagos por período trabalhado. É diferente do trabalho contínuo, que é pago levando em conta 30 dias trabalhados, em forma de salário. O projeto prevê que o trabalhador receba pela jornada ou diária, e, proporcionalmente, com férias, FGTS, previdência e 13º salário.
  • Fora do trabalho intermitente
Marinho acatou emendas que proíbem contratação por meio de contrato de trabalho intermitente de profissionais que são disciplinados por legislação específica. A mudança foi pedida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas e vale para todas as categorias regidas por lei específica.
  • Rescisão contratual
O projeto de lei retira a exigência de a homologação da rescisão contratual ser feita em sindicatos. Ela passa a ser feita na própria empresa, na presença dos advogados do empregador e do funcionário – que pode ter assistência do sindicato. Segundo o relator, a medida agiliza o acesso do empregado a benefícios como o saque do FGTS.
  • Trabalho em casa
Regulamentação de modalidades de trabalho por home office (trabalho em casa), que será acordado previamente com o patrão – inclusive o uso de equipamentos e gastos com energia e internet.
  • Representação
Representantes dos trabalhadores dentro das empresas não precisam mais ser sindicalizados. Sindicatos continuarão atuando nos acordos e nas convenções coletivas.
  • Jornada de 12 x 36 horas
O projeto estabelece a possibilidade de jornada de 12 de trabalho com 36 horas de descanso. Segundo o relator, a jornada 12x36 favorece o trabalhador, já que soma 176 horas de trabalho por mês, enquanto a jornada de 44 horas soma 196 horas.
  • Ações trabalhistas
O trabalhador será obrigado a comparecer às audiências na Justiça do Trabalho e arcar com as custas do processo, caso perca a ação. Hoje, o empregado pode faltar a até três audiências judiciais.
  • Terceirização
O projeto propõe salvaguardas para o trabalhador terceirizado, como uma quarentena de 18 meses para impedir que a empresa demita o trabalhador efetivo para recontratá-lo como terceirizado.
  • Contribuição sindical
A proposta torna a contribuição sindical optativa. Atualmente, o pagamento é obrigatório para empregados sindicalizados ou não. O pagamento é feito uma vez ao ano, por meio do desconto equivalente a um dia de salário do trabalhador.
  • Sucessão empresarial
O projeto prevê que, no caso em que uma empresa adquire outra, as obrigações trabalhistas passam a ser de responsabilidade da empresa sucessora.
  • Ambiente insalubre
Marinho acatou emenda sugerida pela deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ) que permite o trabalho de mulheres grávidas em ambientes considerados insalubres, desde que a empresa apresente atestado médico que garanta a saúde da funcionária. No substitutivo, o relator defende que o afastamento de mulheres grávidas de ambientes de trabalho considerados insalubres discrimina as mulheres, que assim têm seu salário reduzido, além de desestimular a contratação de mulheres.
  • Justiça do Trabalho
O projeto torna mais rigorosos os pressupostos para uma ação trabalhista, limita o poder de tribunais de interpretarem a lei e onera o empregado que ingressar com ação por má fé. Em caso de criação e alteração de súmulas nos tribunais, por exemplo, passa a ser exigida a aprovação de ao menos dois terços dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho. Além disso, a matéria tem que ter sido decidida de forma idêntica por unanimidade em pelo menos dois terços das turmas, em pelo menos dez sessões diferentes.
  • Regime parcial
O parecer do relator estabelece que trabalho em regime de tempo parcial é de até 30 horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares por semana, ou de 26 horas por semana – neste caso com a possibilidade de 6 horas extras semanais. As horas extras serão pagas com o acréscimo de 50% sobre o salário-hora normal. Atualmente, trabalho em regime de tempo parcial é aquele que tem duração máxima de 25 horas semanais e a hora extra é vedada.
  • Multa
Na proposta original, apresentada pelo governo, a multa para empregador que mantém empregado não registrado era de R$ 6 mil por empregado, valor que caía para R$ 1 mil para microempresas ou empresa de pequeno porte. Em seu parecer, porém, Rogério Marinho reduziu o valor da multa, respectivamente, para R$ 3 mil e R$ 800. Atualmente, a empresa está sujeita a multa de um salário mínimo regional, por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada reincidência.
  • Recontratação
O texto modifica o substitutivo anterior para proibir uma empresa de recontratar, como terceirizado, o serviço de empregado demitido por essa mesma empresa. Modifica a Lei 6.019/74.
  • Tempo de deslocamento
O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho. A CLT, hoje, contabiliza como jornada de trabalho deslocamento fornecido pelo empregador para locais de difícil acesso ou não servido por transporte público. Segundo Rogério Marinho, o dispositivo atual desestimula o empregador a fornecer transporte para seus funcionários.
  • Acordos individuais
Os trabalhadores poderão fazer acordos individuais sobre parcelamento de férias, banco de horas, jornada de trabalho e jornada em escala (12x36).
  • Banco de horas
A lei atual permite o banco de horas: a compensação do excesso de horas em um dia de trabalho possa ser compensado em outro dia, desde que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. O substitutivo permite que o banco de horas seja pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação se realize no mesmo mês.
  • Trabalhador que ganha mais
Relações contratuais firmadas entre empregador e empregado portador de diploma de nível superior e que receba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social prevalecem sobre o que está escrito na CLT.
  • Demissão
O substitutivo considera justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador a perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão pelo empregado. Rogério Marinho acatou emenda que condiciona essa demissão “caso haja dolo na conduta do empregado”.
  • Custas processuais
Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao processo terão valor máximo de quatro vezes o teto dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social, que em valores atuais corresponde a R$ 22.125,24.
  • Justiça gratuita
O projeto permite aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder o benefício da justiça gratuita a todos os trabalhadores que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. A proposta anterior estabelecia limite de 30%.
  • Tempo de trabalho
O substitutivo altera o artigo  da CLT para desconsiderar da jornada de trabalho as atividades que o trabalhador realiza no âmbito da empresa como: descanso, estudo, alimentação, atividade social de interação entre colegas, higiene pessoal e troca de uniforme.
  • Jornada excedente
Hoje, a CLT permite que a jornada de trabalho exceda o limite legal (8 horas diárias e 44 semanais) ou convencionado se ocorrer necessidade imperiosa. A duração excedente pode ser feita se o empregador comunicar a necessidade à autoridade competente dez dias antes. O projeto acaba com essa obrigação.
Reportagem – Antonio Vital | Edição – Pierre Triboli
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Presidente da Alesp propõe corte de gastos e transparência nas contas para resgatar confiança da população. G1 Ribeirão Preto


Em visita a Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira (27), Cauê Macris (PSDB) falou sobre primeiro mês no comando da Assembleia Legislativa de São Paulo.

O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB) (Foto: Maurício Glauco/EPTV)O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB) (Foto: Maurício Glauco/EPTV)
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB) (Foto: Maurício Glauco/EPTV)
Em visita a Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira (27) o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Cauê Macris (PSDB), disse que a classe política está desacreditada e que seu principal objetivo à frente da Casa de Leis é resgatar a confiança dos paulistas no trabalho dos deputados.
Para isso, o tucano propõe modernizar os procedimentos do Legislativo, tornando-os mais dinâmicos e eficientes, dar mais transparência às contas da Alesp e implantar o que chama de “profissionalização da gestão pública”, a partir do corte radical de gastos.
“O único instrumento que existe para mudar a vida das pessoas é a política. Agora, a política bem feita. Ela não pode ser utilizada como trampolim para benefícios pessoais ou familiares, esse desvirtuamento que veio acontecendo ao longo do tempo”, afirma.
Aos 33 anos, Macris está no segundo mandato como deputado estadual e foi eleito para o biênio 2017-2018 com 88 de 94 votos. Jovem e com estilo visionário, o tucano admite que as mudanças propostas por ele têm causado “desconforto” na Alesp.
“Não adianta, e não é só com os deputados. Hoje, em média, os funcionários têm 20 anos de casa. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas estão entendendo que estamos em outro momento, é preciso virar a página. A instituição política, da maneira como está, já está falida”, diz.

Inovação, transparência e austeridade

Macris afirma que tem trabalho com base em três pilares. O primeiro deles é a inovação e, por isso, quer modernizar os processos dentro do Legislativo para facilitar não só os serviços internos, como o acesso da população a eles.
“Nosso regimento é da década de 1970. Hoje, o dinamismo do debate, o tipo do debate, como fazer o debate tem que ser totalmente diferente do que era nessa época. Nós não nos modernizamos, temos uma postura parlamentar arcaica”, afirma.
O presidente também quer dar mais transparência às contas da Alesp e prometeu implantar, em 90 dias, um aplicativo que permitirá a qualquer pessoa acessar os gastos individuais de cada deputado, assim como o número de funcionários e de veículos que ele dispõe.
“Nós temos que mostrar para a sociedade como é gasto o dinheiro público, sem medo. Por que medo de mostrar como se gasta o dinheiro? Nós não temos que ter medo e temos que ser suscetíveis a críticas sobre a maneira como se gasta o dinheiro público”, diz.
Apesar de preparar uma licitação para contratar a empresa que será responsável pelo desenvolvimento do aplicativo, Macris diz que sua intenção é fechar uma parceria com a iniciativa privada para evitar mais um gasto à Assembleia.
Por fim, o tucano afirma que tem atuado com austeridade em relação ao caixa da Alesp. Entre as medidas que já adotou estão a suspensão dos reajustes de contratos e a renegociação dos valores com fornecedores, mediante desconto de 10% a 15%.
Em um mês na presidência, Macris também já suspendeu uma licitação de R$ 1,3 milhão para compra de equipamentos de ar condicionado e outra estimada em R$ 1,7 milhão para aquisição de 920 cadeiras.
“Você tem que profissionalizar a gestão pública. Hoje, a gestão pública é feita da maneira que cada um acha. Não existe profissionalismo e é isso que eu estou trazendo de novidade para a Assembleia, cortando aquilo que realmente não precisa”, completa.
Cauê Macris dá entrevista após ser eleito presidente da Alesp, em 15 de março de 2016 (Foto: Lívia Machado/G1)Cauê Macris dá entrevista após ser eleito presidente da Alesp, em 15 de março de 2016 (Foto: Lívia Machado/G1)
Cauê Macris dá entrevista após ser eleito presidente da Alesp, em 15 de março de 2016 (Foto: Lívia Machado/G1)

Atuação na Alesp

Macris afirma que diante da crise econômica que o país enfrenta, em todas as esferas de governo, cabe aos deputados estaduais auxiliarem as Prefeituras na busca por recursos e também na interlocução com o governo paulista.
“Nós temos um estado que tem suas finanças saneadas, apesar do momento de crise, e que pode fazer investimentos. Então, o papel do parlamentar é auxiliar as prefeituras da melhor maneira possível na busca pelos recursos e pelos investimentos”, diz.
Ex-vereador de Americana (SP), Macris mantém escritório na região e afirma que tem acompanhado de perto a crise financeira na Prefeitura, buscando verbas para serviços públicos essenciais.
“Nós conseguimos, recentemente, R$ 2 milhões para recape, através de emenda parlamentar. Isso está em fase de convênio junto à Prefeitura. Foi um trabalho em parceria com o deputado Chico Sardelli (PV), para que a gente consiga ajudar, especificamente, Americana”, afirma.

Delações da Odebrecht

Macris foi líder do governo na Alesp por dois anos e diz que a citação do nome de Geraldo Alckmin (PSDB) em delações de ex-executivos da Odebrecht, na Operação Lava Jato, não devem prejudicá-lo em uma possível disputa presidencial em 2018.
“O Geraldo é uma pessoa de vida modesta, que tem zelado pelo dinheiro público. Não é atoa que o Estado de São Paulo é o único que, apesar da crise, tem pagado servidor em dia, pagado fornecedor em dia, sem maior dificuldade do ponto de vista financeiro”, afirma.
O presidente também defendeu a continuidade das investigações da Lava Jato, destacando que as delações não devem prejudicar os trabalhos na Alesp. Para Macris, os políticos citados são os que mais têm interesse em esclarecer os fatos.
“É claro que esse é um momento delicado para todos aqueles que foram citados. Eu tenho plena convicção de que, quem deve e tem culpa, tem que pagar por aquilo que fez, independente de partido político, independente de quem seja”, diz.