Segundo o Supremo, Ivan Rejane Forte Boa Pinto, 46, foi preso nesta sexta-feira (22) pela Polícia Federal em Belo Horizonte, após resistir à prisão. Ele havia sido candidato a vereador da capital mineira em 2020, sob o nome "Ivan Papo Reto", pelo PSL (hoje, União Brasil).
Ministro Alexandre de Moraes, do STF - Carlos Moura - 26.abr.2022/SCO/STF
Além da prisão, Moraes determinou a busca e apreensão de "armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos" em poder de Boa Pinto. Também determinou ao Twitter, YouTube e Facebook que bloqueiem as redes sociais do ex-candidato e que o Telegram bloquei um grupo que ele administrava.
A PF, que solicitou ao ministro a prisão de Boa Pinto, afirmou que ele "utiliza canais da rede mundial de computadores (YouTube, Facebook, Twitter) e aplicativos de mensagem para ‘mandar um recado para a esquerda brasileira’, cooptando apoiadores com o fim de ‘caçar’ e de praticar ações violentas dirigidas a integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico".
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Nominalmente, são mencionados Lula, Freixo e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, além dos ministros do Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e o próprio Moraes. Ele chama os ministros, nessas redes, de "vagabundos do STF".
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Interlocutores de Moraes apontam que essa decisão do ministro, que será o próximo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e é relator do inquérito das milícias digitais, demonstra que ele não irá tolerar esse tipo de ameaça e que está monitorando grupos de extremistas.
No final, Steve Bannon pode acabar preso. É isso mesmo, o tarefeiro ideológico do deputado Bannoninho, o minion que não sabe a diferença entre grelhar e fritar (hambúrgueres), esbarrou num obstáculo que costuma ignorar —a lei.
O ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon durante entrevista coletiva em Washington - Stefani Reynolds/AFP
Voltou atrás, assombrado pelo macacão laranja, mas foi tarde. O juiz decidiu que não importa mais se ele prestar depoimento e contar o que sabe sobre a invasão –da qual é um comprovado instigador. Cada uma das duas acusações implica sentença obrigatória de 30 dias ou até um ano de prisão, além de multa de US$ 100 mil.
Bannon já era criminoso indiciado quando recebeu indulto presidencial horas antes de Donald Trump deixar a Casa Branca. Ele arriscava pegar até 20 anos de cadeia por roubar cerca de US$ 1 milhão de uma "fundação" que arrecadava doações para construir um muro na fronteira com o México. Os dois comparsas de Bannon não tiveram indulto e vão conhecer suas sentenças em setembro.
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Num áudio vazado na semana passada, ouvimos Bannon dizendo a asseclas, três dias antes da eleição presidencial de 2020, que Trump ia se declarar vitorioso horas depois do encerramento da votação, mesmo se estivesse perdendo. Em meio a gargalhadas, diz que todo mundo vai pirar —democratas, cortes, mídia— e que "Trump vai ficar postando merda no Twitter". O áudio prenuncia o que o republicano fez, derrubando a defesa de que ele acreditava de fato que a eleição tinha sido roubada.
Bannon não precisa mais de Trump. Trump é quem precisa de Bannon. No podcast diário que grava no térreo de uma casa em Washington, de propriedade de um egípcio, Bannon recebe um desfile de extremistas pró-Trump e alista até donas de casa para entrar na política.
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O dom do megalomaníaco Bannon é identificar ignorantes e rejeitados, gente que não sabe somar dois com dois, e vender a eles a ilusão de relevância, como faz quando nomeia "líderes" de seu movimento no exterior.
Será que o capitão psicografa mensagens? Ou será que o herdeiro deslumbrado, nunca acusado de sagacidade, telefona regularmente para seu feitor ideológico pedindo palavras de ordem?
À medida que envelhecemos, nossa memóriadiminui. Esta é uma suposição arraigada em muitos de nós e, no entanto, de acordo com Richard Restak, neurologista e professor clínico da Faculdade de Medicina e Saúde da Universidade George Washington (EUA), o declínio não é necessariamente inevitável.
Autor de mais de 20 livros sobre a mente, Restak tem décadas de experiência na orientação de pacientes com problemas de memória. "The Complete Guide to Memory: The Science of Strengthening Your Mind" (“O Guia Completo para a Mente: A Ciência de Endireitar Sua Mente”, em tradução livre), último livro de Restak, inclui ferramentas como exercícios mentais, hábitos de sono e dieta que podem ajudar a melhorar a memória.
Ainda assim, Restak se aventura além desse território familiar, considerando todas as facetas da memória – como ela está conectada ao pensamento criativo, o impacto da tecnologia, como a memória pode moldar nossa identidade. "O objetivo do livro é superar os problemas cotidianos de memória", diz o autor.
Alguns lapsos de memória são, na verdade, problemas de atenção e não de memória Foto: Pixabay
Especialmente a memória de trabalho, que fica entre a memória imediata e a memória de longo prazo, e está diretamente ligada à inteligência, à concentração e às conquistas. Segundo Restak, esse é o tipo mais crítico de memória, e exercícios para fortalecê-la devem ser praticados diariamente. Mas a chave para evitar problemas posteriores, acrescenta, é reforçar todas as habilidades ligadas à mente.
O declínio da memória não é inevitável com o envelhecimento, argumenta Restak no livro. Em vez disso, ele aponta para 10 "pecados" ou "tropeços que podem levar a memórias perdidas ou distorcidas". Sete desses empecilhos foram descritos pela primeira vez pelo psicólogo e especialista em memória Daniel Lawrence Schacter – são os "pecados de omissão", como a distração; e os "pecados de comissão", como memórias distorcidas. A esses, Restak acrescentou outros três de sua autoria: distorção tecnológica, distração tecnológica e depressão.
Em última instância, "nós somos o que podemos lembrar", diz ele.
Aqui estão algumas dicas de Restak para desenvolver e manter uma memória saudável.
Preste mais atenção
Alguns lapsos de memória são, na verdade, problemas de atenção e não de memória. Por exemplo, se você esqueceu o nome de alguém que conheceu em um evento, pode ser porque estava conversando com várias pessoas no momento e não prestou atenção quando ouviu.
"A desatenção é a maior causa de dificuldades de memória", disse Restak. "Isso significa que você não codificou corretamente a memória."
Uma maneira de prestar atenção ao aprender novas informações, como um nome, é visualizar a palavra. Ter uma imagem associada à palavra, disse Restak, pode melhorar a lembrança. Por exemplo, ele recentemente teve que memorizar o nome de um médico, Dr. King (um exemplo fácil, reconhece). Assim, imaginou um médico "de jaleco branco com uma coroa na cabeça e, na mão, um cetro em vez de um estetoscópio".
Encontre desafios de memória diários e regulares
Existem muitos exercícios de memória que você pode integrar na vida cotidiana. Restak sugeriu compor uma lista de compras e memorizá-la. Quando você chegar à loja, não retire automaticamente sua lista (ou seu telefone) – em vez disso, pegue tudo de acordo com sua memória.
"Tente ver os itens em sua mente", disse ele, e só consulte a lista no final, se necessário. Se você não for à loja, tente memorizar uma receita. Ele acrescentou que cozinhar com frequência é realmente uma ótima maneira de melhorar a memória de trabalho.
De vez em quando, entre no carro sem ligar o GPS e tente navegar pelas ruas de memória. Um pequeno estudo de 2020 sugeriu que as pessoas que usaram o GPS com mais frequência ao longo do tempo mostraram um declínio cognitivo mais acentuado na memória espacial três anos depois.
Jogue mais
Jogos como dama e xadrez são ótimos para a memória, mas um jogo mais simples também, disse Restak. Por exemplo, seu "jogo de memória de trabalho favorito" é o 20 perguntas – em que um grupo (ou uma única pessoa) pensa em uma pessoa, lugar ou objeto; a outra pessoa, o questionador, faz 20 perguntas para serem respondidas com um sim ou não. Porque para ter sucesso, ele disse, o questionador deve manter todas as respostas anteriores na memória para adivinhar a resposta correta.
Jogos como dama e xadrez são ótimas formas de melhorar a 'memória de trabalho' Foto: Alex Silva / Estadão
Outro dos exercícios de memória testados e comprovados de Restak requer apenas uma caneta e papel ou um gravador de áudio. Primeiro, lembre-se de todos os presidentes do Brasil, começando com Jair Bolsonaro e voltando, digamos, a Deodoro da Fonseca, escrevendo-os ou gravando-os. Em seguida, cite apenas os presidentes de esquerda e apenas os de direita. Por último, liste-os em ordem alfabética.
Se preferir, experimente com jogadores do seu time favorito ou com seus autores favoritos. O objetivo é envolver sua memória de trabalho, "mantendo informações e movendo-as em sua mente", escreveu Restak.
Leia mais histórias
Um indicador precoce de problemas de memória, de acordo com Restak, é desistir da ficção. "As pessoas, quando começam a ter dificuldades de memória, tendem a mudar para a leitura de não-ficção", disse ele.
Ao longo de suas décadas de tratamento de pacientes, Restak notou que a ficção requer um envolvimento ativo com o texto, começando no início e indo até o fim. "Você precisa se lembrar do que o personagem fez na página 3 quando chegar na página 11", disse ele.
Cuidado com a tecnologia
Entre os três novos pecados da memória de Restak, dois estão associados à tecnologia.
O primeiro é o que ele chama de "distorção tecnológica". Armazenar tudo em seu telefone significa que "você não sabe", disse Restak, o que pode corroer nossas próprias habilidades mentais. "Por que se preocupar em focar, concentrar e aplicar esforço para visualizar algo quando uma câmera de celular pode fazer todo o trabalho para você?", escreveu.
A segunda maneira pela qual nosso relacionamento com a tecnologia é prejudicial para a memória é porque muitas vezes tira nosso foco das tarefas manuais. "Em nossos dias, o maior impedimento da memória é a distração", escreveu Restak. Muitas dessas ferramentas foram projetadas com o objetivo de viciar a pessoa que as usa e, como resultado, muitas vezes nos distraímos com elas. Hoje em dia, as pessoas podem verificar seus e-mails enquanto assistem à Netflix, conversam com um amigo ou caminham pela rua. Tudo isso impede nossa capacidade de focar no momento presente, que é fundamental para a codificação de memórias.
Trabalhe com um profissional de saúde mental, se necessário
Seu humor desempenha um grande papel no que você faz ou não lembra.
A depressão, por exemplo, pode diminuir muito a memória. Entre "as pessoas que são encaminhadas a neurologistas por problemas de memória, uma das maiores causas é a depressão", disse Restak.
Seu estado emocional afeta o tipo de memórias que você lembra. O hipocampo (ou "centro de entrada de memória", de acordo com Restak) e a amígdala (a parte do cérebro que gerencia emoções e comportamento emocional) estão ligados – então "quando você está de mau humor ou deprimido, você tende a lembre-se de coisas tristes", disse Restak. O tratamento da depressão – quimicamente ou por meio de psicoterapia – também costuma restaurar a memória.
Determine se há motivo para preocupação
Ao longo de sua carreira, Restak foi questionado por dezenas de pacientes como eles podem melhorar sua memória. Mas nem todos os lapsos de memória são problemáticos. Por exemplo, não lembrar onde você estacionou seu carro em um estacionamento lotado é bastante normal. Esquecer como você chegou ao estacionamento em primeiro lugar, no entanto, indica possíveis problemas de memória.
Não há solução simples para saber o que deve ser motivo de preocupação, disse Restak. Muito disso depende do contexto. Por exemplo, é normal esquecer o número do quarto do seu hotel, mas não o endereço do seu apartamento. Se você estiver preocupado, é melhor consultar um especialista médico.