sábado, 16 de setembro de 2017

Alckmin reage a protesto de deputado e diz que salário de parlamentar é uma 'vergonha'





Governador de São Paulo elevou tom de voz e discutiu com deputado durante entrega de viaturas da PM em São Carlos; parlamentar cobrou reajuste de servidores










Renne Moreira e Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo
16 Setembro 2017 | 15h38
SÃO CARLOS - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez neste sábado, 16, um discurso exaltado após ser alvo de um protesto do deputado federal Major Olímpio (SD) em São Carlos, no interior de São Paulo. Durante o discurso do tucano em um evento de entrega de 197 viaturas para a Polícia Militar, Olímpio usou um microfone e uma caixa de som para puxar palavras de ordem contra o governador e reivindicar aumento para os policiais civis e militares.
Olímpio gritou durante a fala do tucano: “Cadê o salário da polícia?”. Um pequeno grupo de manifestantes, a maior formada por integrantes da Apeoesp, protestou contra o governador, que estava acompanhado do secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho.



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Alckmin se exalta em discurso após protesto de deputado

Com a intervenção do parlamentar, Alckmin também reagiu aos gritos:  “Quem aqui ganha R$ 50 mil do povo de São Paulo? Você devia ter vergonha deputado. Vergonha! Ele que grita é que ganha R$ 50 mil do povo”, afirmou o governador ao microfone. Alckmin justificou sua reação: “É ele que está gritando!”. Em seu discurso, Alckmin disse que vai reajustar os salários do servidores civis e militares.
Depois da confusão, o governador tentou aparentar calma, tirou fotos com as pessoas e conversou com a imprensa, mas sem entrar no tema. Antes, já havia rebatido as críticas, alegando que tem investido na segurança pública. 


Geraldo Alckmin, governador de São Paulo
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo Foto: Nilton Fukuda|Estadão

Segundo Olímpio, o salário inicial de um PM hoje é  de R$ 2.900. “Faz quatro anos que não dão nem o aumento da revisão constitucional”, disse o deputado ao Estado. Sobre o discurso de Alckmin, Olímpio disse ter ficado “surpreso” com o tom do tucano ao microfone. “Alckmin mostrou o desespero dele, é falta de argumento me chamar de marajá. E ainda usou meu bordão ao dizer 'vergonha'.” 
O parlamentar disse que recebe uma aposentadoria de major da PM de R$ 13mil, além do salário de deputado federal – cerca de R$ 33 mil.

Sabesp : fato relevante

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo : FATO RELEVANTE

SÃO PAULO, 15 de setembro de 2017 /PRNewswire/ — A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp (“Companhia” ou “Sabesp”), em atendimento ao disposto no artigo 157, §4º da Lei nº 6.404/76 e às disposições da Instrução CVM nº 358/02 e, em continuidade ao Fato Relevante divulgado no dia 5 de setembro de 2017 – “Aprovação do Projeto de Lei Estadual nº 659 de 2017 – Reorganização Societária da Sabesp”, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que na presente data, ocorreu a sanção pelo Governador do Estado de São Paulo do Projeto de Lei Estadual nº 659 de 2017, tornando –o  em Lei Estadual nº 16.525 de 2017.
Cumpre-se com esta sanção mais um passo necessário e importante no processo de uma possível capitalização da Sabesp.
A Lei Estatual nº 16.525 de 2017 estará disponível no site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e será publicada no DOE (Diário Oficial do Estado de São Paulo) e, posteriormente, será disponibilizada em www.sabesp.com.br/investidores.
A Companhia manterá o mercado informado a respeito dos desdobramentos do assunto objeto deste Fato Relevante.
Contatos de RI:Mario Arruda Sampaio – (55 11) 3388-8664 (maasampaio@sabesp.com.br
Angela Beatriz Airoldi – (55 11) 3388-8793 (abairoldi@sabesp.com.br)
FONTE Companhia de Saneamento Basico do Estado de Sao Paulo – SABESP

Gordura X Carboidratos, FSP


Líbero/Editoria de Arte/Folhapress
Carnes e açúcares geram discussões apaixonadas.
Desde os anos 1960, os serviços de saúde da maior parte do mundo recomendam que a ingestão de gorduras seja limitada a menos de 30% das calorias diárias. No caso daquelas de origem animal, esse número deveria ficar abaixo de 10%.
As pirâmides alimentares construídas naquela época colocavam em sua base os carboidratos, em relação aos quais o consumo estava liberado; no topo, as carnes.
A justificativa veio de estudos epidemiológicos dos anos 1950, que atribuíram ao colesterol contido nas carnes papel crucial na incidência de doenças cardiovasculares.
Análises mais recentes, no entanto, têm questionado a metodologia empregada nesses estudos antigos. Cada vez é mais consistente a literatura que considera essas conclusões equivocadas e enganosas. Não são poucos os que as acusam de estimular o consumo de carboidratos e, por conseguinte, contribuir para a globalização da epidemia de obesidade.
Acaba de ser publicado na revista "The Lancet" o estudo PURE, apresentado num congresso europeu como a avaliação mais abrangente da influência dos macronutrientes na mortalidade das populações.
No período de 2003 a 2013, foram incluídos 135.335 indivíduos de 35 a 70 anos, residentes em 18 países, dos cinco continentes, acompanhados por um período médio de 7,4 anos.
Periodicamente, os participantes responderam a questionários padronizados para a descrição dos alimentos contidos na dieta. Com base nas quantidades ingeridas de carboidratos, gorduras (saturadas e insaturadas) e vegetais, eles foram divididos em subgrupos.
Os principais resultados foram os seguintes:
1) No decorrer do estudo ocorreram 5.796 óbitos e 4.784 eventos cardiovasculares (infartos, derrames cerebrais, etc.).
2) O consumo mais elevado de carboidratos teve relação direta com a mortalidade. Entre os 20% com dietas mais ricas em carboidratos a mortalidade foi 28% mais alta, do que aquela entre os 20% com dietas mais pobres nesse nutriente.
3) A ingestão de carboidratos, no entanto, não interferiu com a incidência ou a mortalidade por doenças cardiovasculares.
4) Ao contrário, a presença de gordura na dieta guardou relação inversa com a mortalidade geral. Os 20% de participantes com dietas mais ricas apresentaram mortalidade 23% mais baixa, do que os 20% com dietas mais pobres.
5) Quando analisados em separado, o total de gordura nas refeições e o tipo de gordura (saturada ou insaturada), o resultado se manteve: quanto mais gordura, menor a mortalidade, independentemente de se tratar de origem animal ou não.
6) Como ocorreu com os carboidratos, o consumo de gordura não alterou nem a incidência nem a mortalidade por doenças cardiovasculares.
7) O benefício das frutas, legumes e vegetais atinge o pico com três ou quatro porções diárias. Quantidades acima dessas não reduzem a mortalidade.
8) Comparados com os que ingerem menos do que uma porção por dia, a mortalidade dos que comem em média duas foi 19% mais baixa. Com três ou quatro porções a mortalidade caiu 23%.
Publicado numa revista médica de primeira linha e divulgado amplamente pela imprensa leiga, o PURE traz com ele um viés estatístico mal discutido. Se dietas ricas em gordura ou em carboidratos não provocam aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares, de que morreram as pessoas?
Podemos pensar que refeições com muito carboidrato e pouca carne são características de populações mais pobres, com dificuldade de acesso ao saneamento básico e à assistência médica de qualidade. O oposto seja dito a respeito dos que têm à mesa mais carnes e menos carboidratos.
De qualquer forma, o PURE acrescenta evidências a estudos recentes, que não conseguiram atribuir ao consumo de gordura o aumento da incidência de doenças cardiovasculares.
Você, leitor, perguntará: O que comer, então? Suas refeições devem conter, no mínimo, três a quatro porções de frutas, legumes e vegetais, de preferência crus. Consuma carboidratos com parcimônia; as carnes, com moderação.
Se minha avó não tivesse partido desta para o nada, diria: "Gastam tanto dinheiro nesses estudos, para concluir o que sempre recomendei: coma de tudo um pouco, sem exageros".