segunda-feira, 13 de junho de 2022

Cearenses podem se tornar piauienses? .

 

BRASIL

(Imagem: G1 | Reprodução)

O Ceará e o Piauí estão feito você e seu irmão brigando por quem pegou o pedaço maior — só que o motivo da briga envolve 13 cidades.

  • Os dois estados nordestinos estão em meio a uma disputa territorial no STF, em que o Piauí reivindica algumas terras hoje pertencentes ao Ceará.

O alecrim-dourado é a Serra da Ibiapaba. Ambos os estados alegam ter documentos que comprovem a jurisdição sobre a região, mas ainda resta ao STF analisá-los

Qual a relevância disso? 🇧🇷

Para começar, com base no Exército, cerca de 245 mil cearenses passariam a morar no Piauí, tendo que procurar os serviços do estado. Além disso, a região do Ibiapaba tem forte potencial na geração de energia limpa e no agronegócio

A questão também envolve fatores afetivos, devido ao sentimento de pertencimento dos moradores ao estado onde vivem. Seus filhos seriam, ao nascer, piauienses. 

Bottom-line: Esse não é o primeiro caso do tipo no Brasil. Em 2020, o Piauí já ganhou uma briga, obtendo territórios até então sob jurisdição do Tocantins.

É o empobrecimento, editorial FSP

 

Fila para o auxílio emergencial na cidade de São Paulo, em 2021 - Jardiel Carvalho, 30.abr.21/Folhapress

É notável como a recuperação da economia brasileira desde a recessão provocada pela pandemia não se traduz hoje em percepção geral de maior bem-estar, o que também tem consequências sobre a popularidade de Jair Bolsonaro (PL). Novos dados do IBGE sobre a queda do poder de compra em 2021 jogam luz sobre o fenômeno.

O Produto Interno Bruto teve expansão de 4,6% no ano passado, recuperando-se da queda de 3,9% provocada pela Covid-19 em 2020. Esse ganho, apurado a partir da produção de indústria, serviços e agropecuária, não se reflete nos valores declarados pelas famílias.

O rendimento domiciliar per capita —vale dizer, a renda disponível em cada domicílio, dividida pelo número de moradores— teve queda de 6,9% no período. Em valores corrigidos, caiu de R$ 1.454 para R$ 1.353 mensais.

Ressalve-se que essa pesquisa do IBGE, feita por meio de entrevistas em uma amostra de residências, tende a subestimar rendas como as oriundas de patrimônio e aplicações financeiras. Ainda assim, os números bastam para escancarar como as perdas de poder de compra se distribuíram de forma desigual na população.

Para a metade mais desfavorecida dos brasileiros, o baque foi muito maior, de 15,1%, e os valores mensais per capita encolheram de R$ 489 para R$ 415. Se considerados os 5% mais pobres, a queda chega a brutais 33,9%, de R$ 59 para R$ 39.

Em contraste, o topo da pirâmide social declara danos menores, de 6,9% no 1% mais rico, cujos rendimentos per capita ficaram em R$ 15.940 mensais —provavelmente subestimados, repita-se.

Grande parte da discrepância pode ser atribuída ao fim do auxílio emergencial de R$ 600 pago durante a pandemia, que contribuiu para um considerável incremento da renda dos mais pobres em 2020, mesmo durante a paralisação das atividades econômicas.

O outro fator principal é a escalada da inflação, que, como sempre, tem impacto muito mais dramático sobre o poder de compra dos que dependem do trabalho menos qualificado. Mesmo com alguma recuperação do emprego a partir do ano passado, os salários perderam para os preços.

A resposta da política pública foi precária. A criação do Auxílio Brasil se justificava pela necessidade de ampliar a rede de proteção social, mas serviu de pretexto para uma elevação geral de gastos públicos de objetivos muito menos nobres.

Se Bolsonaro não pode ser responsabilizado pela onda inflacionária global, seu governo agrava os efeitos e dificulta o controle da carestia ao desorganizar as finanças públicas e minar a credibilidade da política econômica. Os mais prejudicados têm domicílio conhecido.

editoriais@grupofolha.com.br

Campanha de Bolsonaro descartou seis inserções após pesquisa com grupo de eleitores, Painel FSP

 


Juliana Braga
BRASÍLIA

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) só levou ao ar três das seis propagandas gravadas para serem veiculadas em junho.

Bolsonaro gravou, ao todo, nove filmetes a partir de uma conversa com jovens e mulheres na Capela São Pedro Nolasco, na Vila Telebrasília, uma comunidade próxima à área nobre de Brasília.

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Depois de gravados, todos passaram por análise qualitativa em pesquisa com grupos focais, para avaliar quais as mensagens deveriam ser priorizadas e quais refletiam melhor a imagem que pretendiam.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) em anúncio no Palácio do Planalto. Foto: REUTERS/Adriano Machado - REUTERS

Após o processo, seis dos nove foram descartados e somente três irão ao ar.

Embora venha buscando tirar a credibilidade das pesquisas, o núcleo da campanha tem procurado profissionalizar as estratégias e tem consultado análises para as principais decisões.

Na primeira inserção que foi ao ar, o presidente exaltou a família e afirmou aos jovens que eles devem ouvir os pais. Essa peça buscou humanizar Bolsonaro e trazer uma imagem de mais sensibilidade, focando o eleitorado feminino.

Ao fim, ele declara que "Sem pandemia, sem corrupção e com Deus no coração seremos uma grande nação". A frase tem sido criticada por aliados.

As outras duas focam em Auxílio Brasil, para reforçar a paternidade da gestão bolsonarista do programa, e sobre o Pix, como forma de alcançar os jovens.

As inserções nacionais do PL se encerraram no sábado (11).