quarta-feira, 14 de setembro de 2011



Fraude de construtoras em São Paulo tem 20 acusados

14 de setembro de 2011 | 9h 40
Agência Estado
A Corregedoria-Geral do Município de São Paulo concluiu ontem um relatório de investigação que mostra o envolvimento de 20 diretores de construtoras, despachantes, arquitetos e engenheiros em uma fraude que causou um rombo estimado em R$ 70 milhões à Prefeitura de São Paulo. Eles são acusados de integrar uma quadrilha que forjava o pagamento da outorga onerosa. A taxa é a contrapartida para autorizar a construção de prédios acima do limite permitido na cidade. "Hoje podemos apontar com clareza a responsabilidade criminal de uma quadrilha", disse o corregedor-geral, Edilson Mougenot Bonfim.
Pelo relatório, Bonfim recomendou também ao prefeito Gilberto Kassab (sem partido) o embargo de mais 20 obras de edifícios em construção. O embargo já ocorreu ontem. Alguns edifícios têm obras adiantadas e totalmente vendidos. Um prédio residencial, em Perdizes, está quase 100% ocupado por moradores.
O relatório oficial foi enviado para o Ministério Público. A Promotoria já acompanhava os depoimentos dos acusados e deverá tomar o documento como base para uma denúncia dos envolvidos nas apurações.
Ontem, o Tribunal de Justiça mandou soltar o arquiteto Joel José Abrão da Cruz, envolvido no suposto esquema de falsificação de guias. A decisão foi tomada pelo desembargador Augusto de Ciqueira, da 13.ª Câmara de Direito Criminal. O desembargador deferiu pedido de liminar em habeas corpus impetrado pela defesa de Cruz, preso desde 26 de agosto. Seus advogados, os criminalistas Roberto Podval e Luís Fernando Silveira Beraldo, alegaram que o investigado é "arquiteto renomado e possui família" e, portanto, tem direito a sair em liberdade após pagar fiança - fixada em R$ 500 mil. Também argumentaram que não há provas de que ele poderia se furtar ao processo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com novos ramais e ligações, governo do Estado quer ''Metroanel'' até 2030

Trecho da zona norte faria rede ficar parecida com a de Londres; até 2020, meta é passar dos atuais 70 km de trilhos para 184 km

14 de setembro de 2011 | 0h 00
Rodrigo Brancatelli e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo
Hoje com 62 estações, o Metrô de São Paulo quer chegar até 2020 com mais que o dobro de paradas, exatas 161. A rede, historicamente criticada por não dar conta de uma megalópole de 11 milhões de moradores, passaria então de atuais 70,6 km para 184,2 km de extensão, quase o mesmo índice de cidades como Tóquio e Cidade do México. Os novos ramais subterrâneos e os trechos de superfície que estão sendo planejados pelo governo estadual farão com que a Região Metropolitana ganhe até um "Metroanel" em 2030, ligando os ramais e criando um mapa metroferroviário muito parecido com o das grandes metrópoles mundiais.
Os projetos estão no plano estratégico de investimentos do Metrô, obtido pelo Estado, chamado pelos técnicos de "Expansão 2020". Esse estudo detalha todas as novas linhas já programadas, os ramais em estudo e a integração com outros meios de transporte. Até o fim de 2014, último ano da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), R$ 27,4 bilhões serão investidos nas Linhas 5-Lilás, 15-Branca, 17-Ouro, 4-Amarela e 18-Bronze. Além delas, o governo estadual já enviou para a Assembleia Legislativa o detalhamento para a construção de duas novas linhas, a 20-Rosa (que vai ligar a Lapa, na zona oeste, ao bairro de Moema, na zona sul) e a chamada 19-Celeste (que ultrapassará os limites entre municípios e ligará a Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, a Guarulhos).
Para além desse período, o Metrô já conta com estudos preliminares para a construção de diversos novos ramais e trechos, como a Linha 23-Preta, que pretende ligar o Pari, no centro, a São Miguel Paulista, na zona leste, e a Linha 21-Roxa, da Vila Prudente, na zona leste, a Cachoeirinha, na zona norte. Se todos os planos saírem do papel, São Paulo passaria a ter 76 pontos de conexão para os passageiros, contra apenas dez atuais. Há também planos para a criação da Linha 16, chamada de Arco Norte, que ajudaria a criar um ramal circular para ligar boa parte da rede metroferroviária.
"Seria uma espécie de Circle Line (linha circular), como a que existe em Londres, fazendo um círculo e unindo todas as outras linhas", diz o arquiteto e urbanista Alberto Epifani, gerente de Planejamento e Integração de Transportes Metropolitanos do Metrô. "A ideia é que a rede abarque realmente a Região Metropolitana. Pelos nossos estudos atuais, esses seriam os melhores investimentos a serem feitos no metrô."
Prioridades. De acordo com Epifani, os projetos até 2015 estão garantidos do jeito que estão detalhados no estudo "Expansão 2020". Para os outras linhas, novas projeções de demanda serão feitas no ano que vem, o que pode alterar detalhes e prioridades. "Não vai mudar muito o que está sendo planejado até 2020 e 2030, o que vai mudar é aumentar a prioridade de uma linha ou outra", explica. "Ainda vamos aferir as nossas pesquisas de origem e destino para saber a necessidade dos usuários. Se muda a economia, pode cair o custo de deslocamento, o que muda também a nossa projeção. Mas a intenção, o ideal para a Região Metropolitana, seria isso que está no estudo da expansão."
O Metrô também aponta em seu plano de investimentos os novos prazos de entrega dos trechos que estão atualmente em construção - isso se nenhuma ação judicial ou acidente atrasar o cronograma. Em 2013, o governo estadual espera entregar a Linha 5-Lilás até a Estação Adolfo Pinheiro e a expansão da Linha 2-Verde (conhecida como Linha 15-Branca) da Vila Prudente até a Estação Oratório.
Para 2014, essa mesma Linha 15-Branca chegará até São Mateus e o monotrilho da Linha 17-Ouro vai ligar o Morumbi a Congonhas. Já para 2015, a Linha Lilás será estendida até a Chácara Klabin e a Linha 18-Bronze vai levar da Estação Tamanduateí até o Paço Municipal de São Bernardo do Campo. "A não ser que aconteça algo fora do nosso planejamento, esses ramais estão garantidos", diz Epifani.
A gestão Alckmin também quer encaminhar o início da construção da Linha 6-Laranja, que vai da Estação São Joaquim, já existente na Linha 1-Azul, a uma futura estação em Brasilândia, na zona norte. No estudo do Metrô, já há a intenção de ampliá-la até a Rodovia dos Bandeirantes e à Cidade Líder, na zona leste. 

Verba de boom imobiliário pode ir para o metrô em SP

14 de setembro de 2011 | 8h 50
Agência Estado
A Prefeitura de São Paulo quer usar o dinheiro do boom imobiliário da região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona sul, para investir pelo menos mais R$ 1 bilhão em uma nova linha de metrô na capital, que aparece com detalhes nos mapas da companhia pela primeira vez. Batizado de Linha 20-Rosa, o novo ramal terá 12,3 quilômetros de extensão e ligará a Lapa, na zona oeste, a Moema, na zona sul.
A linha faz parte do Plano Expansão 2020 do Metrô, a que a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo teve acesso com exclusividade. O estudo projeta o sistema com até 161 estações de metrô na Região Metropolitana - hoje são 62 - e ampliação dos atuais 70,6 km para 184,2 km de linhas. A previsão de investimento estadual na rede é de R$ 27,4 bilhões até 2015.
Nos estudos preliminares do Metrô, a Linha 20-Rosa aparece com entrega prevista para 2025, mas a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos acredita que esse prazo possa ser encurtado graças ao interesse da Prefeitura em investir no ramal. O projeto inicial prevê 14 estações, espalhadas pelas zonas estritamente residenciais próximas da Praça Panamericana e por toda a extensão da Faria Lima. No mapa do Metrô, é possível ver que a futura linha tem tudo para ser polêmica, uma vez que passa por áreas valorizadas, como Jardim Europa e Jardim América.
O dinheiro da Prefeitura viria das contrapartidas pagas pelo mercado imobiliário da região da Operação Urbana Faria Lima para construir prédios acima do limite da lei de zoneamento. Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou há duas semanas, o prefeito Gilberto Kassab (sem partido) enviou um projeto à Câmara Municipal que prevê a emissão de mais 500 mil Certificados de Potencial Construtivo (Cepacs), títulos que permitem a construção de edifícios mais altos. Esses papéis devem render cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos - no último leilão da operação, em 25 de maio de 2010, cada Cepac foi comercializado por R$ 4 mil, valor considerado baixo, pela demanda do mercado. Parte do valor arrecadado deve ir para a Linha 20 do Metrô, já que, por lei, esse dinheiro deve ser aplicado no perímetro da Faria Lima. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.