quarta-feira, 14 de setembro de 2011


Com novos ramais e ligações, governo do Estado quer ''Metroanel'' até 2030

Trecho da zona norte faria rede ficar parecida com a de Londres; até 2020, meta é passar dos atuais 70 km de trilhos para 184 km

14 de setembro de 2011 | 0h 00
Rodrigo Brancatelli e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo
Hoje com 62 estações, o Metrô de São Paulo quer chegar até 2020 com mais que o dobro de paradas, exatas 161. A rede, historicamente criticada por não dar conta de uma megalópole de 11 milhões de moradores, passaria então de atuais 70,6 km para 184,2 km de extensão, quase o mesmo índice de cidades como Tóquio e Cidade do México. Os novos ramais subterrâneos e os trechos de superfície que estão sendo planejados pelo governo estadual farão com que a Região Metropolitana ganhe até um "Metroanel" em 2030, ligando os ramais e criando um mapa metroferroviário muito parecido com o das grandes metrópoles mundiais.
Os projetos estão no plano estratégico de investimentos do Metrô, obtido pelo Estado, chamado pelos técnicos de "Expansão 2020". Esse estudo detalha todas as novas linhas já programadas, os ramais em estudo e a integração com outros meios de transporte. Até o fim de 2014, último ano da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), R$ 27,4 bilhões serão investidos nas Linhas 5-Lilás, 15-Branca, 17-Ouro, 4-Amarela e 18-Bronze. Além delas, o governo estadual já enviou para a Assembleia Legislativa o detalhamento para a construção de duas novas linhas, a 20-Rosa (que vai ligar a Lapa, na zona oeste, ao bairro de Moema, na zona sul) e a chamada 19-Celeste (que ultrapassará os limites entre municípios e ligará a Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, a Guarulhos).
Para além desse período, o Metrô já conta com estudos preliminares para a construção de diversos novos ramais e trechos, como a Linha 23-Preta, que pretende ligar o Pari, no centro, a São Miguel Paulista, na zona leste, e a Linha 21-Roxa, da Vila Prudente, na zona leste, a Cachoeirinha, na zona norte. Se todos os planos saírem do papel, São Paulo passaria a ter 76 pontos de conexão para os passageiros, contra apenas dez atuais. Há também planos para a criação da Linha 16, chamada de Arco Norte, que ajudaria a criar um ramal circular para ligar boa parte da rede metroferroviária.
"Seria uma espécie de Circle Line (linha circular), como a que existe em Londres, fazendo um círculo e unindo todas as outras linhas", diz o arquiteto e urbanista Alberto Epifani, gerente de Planejamento e Integração de Transportes Metropolitanos do Metrô. "A ideia é que a rede abarque realmente a Região Metropolitana. Pelos nossos estudos atuais, esses seriam os melhores investimentos a serem feitos no metrô."
Prioridades. De acordo com Epifani, os projetos até 2015 estão garantidos do jeito que estão detalhados no estudo "Expansão 2020". Para os outras linhas, novas projeções de demanda serão feitas no ano que vem, o que pode alterar detalhes e prioridades. "Não vai mudar muito o que está sendo planejado até 2020 e 2030, o que vai mudar é aumentar a prioridade de uma linha ou outra", explica. "Ainda vamos aferir as nossas pesquisas de origem e destino para saber a necessidade dos usuários. Se muda a economia, pode cair o custo de deslocamento, o que muda também a nossa projeção. Mas a intenção, o ideal para a Região Metropolitana, seria isso que está no estudo da expansão."
O Metrô também aponta em seu plano de investimentos os novos prazos de entrega dos trechos que estão atualmente em construção - isso se nenhuma ação judicial ou acidente atrasar o cronograma. Em 2013, o governo estadual espera entregar a Linha 5-Lilás até a Estação Adolfo Pinheiro e a expansão da Linha 2-Verde (conhecida como Linha 15-Branca) da Vila Prudente até a Estação Oratório.
Para 2014, essa mesma Linha 15-Branca chegará até São Mateus e o monotrilho da Linha 17-Ouro vai ligar o Morumbi a Congonhas. Já para 2015, a Linha Lilás será estendida até a Chácara Klabin e a Linha 18-Bronze vai levar da Estação Tamanduateí até o Paço Municipal de São Bernardo do Campo. "A não ser que aconteça algo fora do nosso planejamento, esses ramais estão garantidos", diz Epifani.
A gestão Alckmin também quer encaminhar o início da construção da Linha 6-Laranja, que vai da Estação São Joaquim, já existente na Linha 1-Azul, a uma futura estação em Brasilândia, na zona norte. No estudo do Metrô, já há a intenção de ampliá-la até a Rodovia dos Bandeirantes e à Cidade Líder, na zona leste. 

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