terça-feira, 25 de julho de 2017

O outono do patriarca, POR Gustavo H.B. Franco


Hoje temos instituições que zelam pela integridade do Fisco e da moeda

Gustavo H. B. Franco, O Estado de S.Paulo
25 Junho 2017 | 05h00
A divulgação da gravação de Joesley Batista com o presidente no dia 18 de maio teve o curioso efeito de parar o tempo econômico. O mesmo dia recomeça todas as manhãs, sempre nublado, muda apenas o título da operação da Polícia Federal. Estamos como Bill Murray, o meteorologista aprisionado na comemoração do dia da marmota em O Feitiço do Tempo
O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos ainda não se pronunciou sobre esse estranho fenômeno, são poucos os precedentes, quase todos emanados do realismo fantástico latino-americano. Mas os relatos vão se acumulando entre nostálgicos empresários dividindo-se entre o lamento (“Estava tão perto ...”) e o ressentimento (“Nunca me iludi ...”). 
Para piorar as coisas, logo adiante, o fenômeno se torna mais agudo com a histórica decisão do TSE: foi como se tivesse começado o quinto ano da presidência José Sarney. O que pode ser mais inútil e ao mesmo tempo mais interminável?
É verdade que a sala de espera é bastante mais confortável desta vez. Em 1989, não tínhamos instituições independentes como as de hoje para tratar de assuntos fiscais, bancários e monetários, para não falar dos órgãos de controle da administração pública, do Ministério Público e do Judiciário. Por conta disso, em 1989, o derretimento da liderança política se transmutou em devastação econômica: o limiar técnico da hiperinflação, 50% mensais, foi transposto exatamente em dezembro de 1989, no segundo turno das primeiras diretas para presidente depois de mais de duas décadas. 
Não há chance dessa desgraça se repetir, por maiores que sejam as semelhanças com aquele momento político, e elas são muitas. Hoje, temos instituições que zelam pela integridade do Fisco e da moeda, e fortes o suficiente inclusive para derrubar presidentes se atentam contra a responsabilidade fiscal. São outros tempos.
Nesse contexto, o governo Michel Temer começou direito, como um bem urdido casamento de conveniência reunindo um grupo político que nunca teve afinidades visíveis com políticas ortodoxas e reformas liberais, e alguns dos mais destacados expoentes dessas crenças nos postos mais importantes da área econômica.
Era uma união sem amor, e com o mínimo intercurso possível, mas fazia sentido e seguiu produzindo resultados por algum tempo. Parecia uma combinação pragmática de uma coalizão parlamentar interessada em sua sobrevivência política através do bom desempenho da economia com executivos habilitados para entregar esse produto, mas precisando ainda purgar os efeitos tóxicos da Nova Matriz.
As dificuldades se revelaram maiores do que se esperava, mas os mercados continuavam a acreditar na inexorabilidade da Razão, ao menos até o tempo cessar a sua fruição depois do evento das gravações. O outono de Michel Temer se estabeleceu com espantosa rapidez. Ameaças e traições o cercaram por todos os lados, mas ele criou para si uma fortificação que praticamente lhe assegura seu quinto ano de mandato, ainda que sob permanente tensão.
Nisso se parece com Macbeth, um dos mais intensos e instigantes entre os vilões shakespearianos, ainda que de forma meio acidental. Temer não pode ser acusado de matar o rei, embora fosse conivente e acessório, e se mostrasse assolado por pudores, não tanto por culpas. Mas depois de assumir o trono, cercado de tantas contrariedades, não tem alternativa senão avançar: “Ser rei não é nada, há que sê-lo sem perigo”. Mas para isso é necessário praticar outros atos terríveis, cada vez piores, e a partir daí se desdobra o que Barbara Heliodora descreveu como o “suicídio moral” do protagonista.
No Brasil, entretanto, o desfecho tende a ser outro. Macbeth resiste ao cerco, envelhece “e descobre no transcurso de seus anos incontáveis que a mentira é mais cômoda que a dúvida, mais útil que o amor, mais perdurável que a verdade”. Como o patriarca de García Marquez, pode chegar “à ficção de ignomínia de mandar sem poder, de ser exaltado sem glória e de ser obedecido sem autoridade”.
O tempo perdido é o que define, afinal, o país do futuro. 

Transporte por trens cresce 186,7%, segundo dados da Codesp, RF

24/07/2017 - A Tribuna
O volume de cargas transportadas pelo modal ferroviário em direção do Porto de Santos vem aumentando. Só na última década, o crescimento acumulado foi de 186,7%. Os dados são da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que administra o Porto de Santos.
Em 2016, no cais santista, foram movimentadas cerca de 30 milhões de toneladas, transportadas por aproximadamente 400 mil vagões. Atualmente, o sistema ferroviário é responsável por 26,3% do volume total de mercadorias que chegam ou saem do complexo marítimo santista.
Entre as cargas movimentadas destaca-se o transporte de açúcar a granel, soja e milho. Farelo de soja, celulose e contêineres também estão na lista. A Autoridade Portuária acredita que, apenas no ano passado, 10 milhões de toneladas de açúcar passaram pelos trens. Isso representa 34,9% de toda a mercadoria transportada no Porto em 2016.
As principais malhas que atendem o Porto são as da Rumo e a da MRS. A primeira se estende pelos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul (nesses dois, chegando às zonas de produção agrícola), Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já a MRS sai de São Paulo e continua por Minas Gerais e Rio de Janeiro, o que originou sua denominação, sigla de Minas, Rio e São Paulo.
Na MRS, o único produto que teve aumento de volume de movimentação na última década foi o açúcar, passando de 2,4 milhões de toneladas para 4 milhões de toneladas. Soja e farelo da soja continuam a ser as cargas mais transportadas nas ferrovias administradas pela empresa. No entanto, esse volume caiu pela metade, passando de 11 ,5 milhões de toneladas para 5,8 milhões de toneladas nos últimos dez anos.
Na Rumo, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além do açúcar, que teve aumento de 1,4 milhão de toneladas para 4 milhões, combustíveis e derivados de petróleo e álcool tiveram uma ligeira alta, indo de 1,2 milhão de toneladas para 1,5 milhão.

Anuário

Balanço da última década feito pela ANTT mostra que o volume de cargas transportadas por trens no País aumentou 29,5% desde 2006, saltando de 389,113 milhões de toneladas para 503,804 milhões de toneladas.
Os dados são do Anuário do Setor Ferroviário, lançado na semana passada, que traz informações do desempenho das 13 concessionárias do serviço público de transporte ferroviário.
No levantamento da ANTT, os dados das duas concessionárias que operam na região, a Rumo e a MRS, não segmentam apenas o que vem para o complexo portuário santista.
A publicação não dá detalhamento regional e também não apresenta análises técnicas do setor. “Nossa intenção é tratar os dados com certo nível de segmentação por concessionária, mas sem fazer qualquer valor analítico. Trabalhamos com a transparência e queremos que esse trabalho sirva para que o setor, sejam empresas ou o meio acadêmico, possa utilizar as informações para formular suas próprias análises”, afirma o gerente da Gerência de Regulação e Outorgas Ferroviárias da ANTT, Marcelo Amorerelli.
O anuário mostra também, além de movimentações de toneladas e o tipo de mercadoria, a velocidade média dos trens por ano e os acidentes ocorridos nas ferrovias de cada concessionária. “Essa compilação serve ainda para ajudar na elaboração de políticas públicas para se pensar no crescimento do setor”, diz o representante da agência reguladora.

Em 2025, 40% das cargas chegarão em vagões

O transporte de cargas em direção ao Porto de Santos através dos trilhos deve crescer ainda mais. A expectativa do diretor de Operações Logísticas da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Carlos Henrique Poço, é de que, em 2025, 40% das mercadorias sejam transportadas pelo modal ferroviário.
Em 2010, as cargas em vagões entre o interior do País e o Porto somavam 19 milhões de toneladas, 19,5% de tudo o que passou pelo cais santista no ano. Já em 2016, o volume chegou a 29,8 milhões de toneladas, 26,3% das cargas.
Para sustentar o crescimento na movimentação pelas ferrovias no Porto de Santos, a Codesp afirma que existe a necessidade de solucionar gargalos de infraestrutura e, assim, garantir a fluidez na circulação dos trens. Uma das soluções apontadas é a revitalização da malha da Portofer.
“Em um quadro recessivo e de busca por eficiência, a ferrovia oferece baixo custo, previsibilidade, segurança e baixo impacto socioambiental para os setores industriais ligados à importação ou exportação. A possibilidade de crescimento é imensa, dado que, neste segmento, a participação da ferrovia ainda é muito baixa, relativamente a outros produtos, como por exemplo, em torno de 60% para a soja, e cerca de 2% para contêineres”, avalia o diretor de Relações Institucionais da MRS Logística, Gustavo Bambini.
Ele afirma ainda que não pode detalhar projetos de expansão, mas adianta que serão “nas frentes de desenvolvimento de pátios e terminais, duplicações de trechos estratégicos para o fluxo de trens e de expansão da capacidade em geral”.
Para o engenheiro e especialista em ferrovias José Manoel Ferreira Gonçalves, para que o crescimento das ferrovias aconteça de fato no País, uma série de medidas devem ser tomadas. “O Brasil é rodoviarista e nunca levou a sério as suas ferrovias. Há necessidade de bons projetos e não de obras para uma geração ou para uma eleição”, afirma.
Gonçalves aponta que a falta de vontade política e de perseverança são os entraves para que as ferrovias avancem como modal de transporte. “O que precisamos é de um grande inventário de ferrovias, que traga, além dos números, informações de como investir no crescimento, de que forma, como trazer tecnologia de ponta”.
Procurada para comentar os dados do anuário e falar sobre o planejamento para investimentos futuros na área do Porto de Santos, a Rumo não se manifestou até o fechamento desta edição.


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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Com Tramontina no lugar de Waack, Jornal da Globo cresce no ibope, NTV

REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Carlos Tramontina no Jornal da Globo de sexta (21): simpático, foi mais visto do que Waack - Reprodução/TV Globo
Carlos Tramontina no Jornal da Globo de sexta (21): simpático, foi mais visto do que Waack
REDAÇÃO - Publicado em 24/07/2017, às 12h00
Chamado às pressas para substituir William Waack no Jornal da Globo, Carlos Tramontina fez o ibope do telejornal crescer. Na sexta (21), o JG marcou 11,8 pontos na Grande São Paulo, acima da média de 11,3 registrada nesse dia nas últimas quatro semanas. Na quinta (20), primeiro dia da substituição, Tramontina teve 10,7 pontos, 1,6 a mais do que a média de 9,1 do dia sob o comando de Waack. A substituição marcou a volta do âncora ao telejornal após 17 anos
Média do dia (7h/0h): 15,7
Bom Dia São Paulo
7,7
Bom Dia Brasil8,8
Mais Você7,4
Bem Estar6,6
Encontro6,9
SP1 11,3
Globo Esporte11,6
Jornal Hoje11,2
Vídeo Show9,5
Grand Prix de Vôlei Feminino: Brasil x Holanda10,5
Senhora do Destino17,4
Malhação19,9
Novo Mundo23,1
SP226,0
Pega Pega26,4
Jornal Nacional27,9
A Força do Querer35,9
Globo Repórter28,5
Os Dias Eram Assim18,8
Jornal da Globo11,8
Conversa com Bial7,5
Lições de um Crime6,8
Corujão 1: A Rede Social5,4
Corujão 2: O Retorno de Tamara3,7
Média do dia (7h/0h): 6,2
Balanço Geral Manhã
1,7
SP no Ar3,5
Fala Brasil4,3
Hoje em Dia3,4
Balanço Geral SP 6,8
Ribeirão do Tempo6,3
Vidas em Jogo 6,0
Cidade Alerta6,8
A Escrava Isaura11,3
O Rico e Lázaro10,1
Jornal da Record6,2
Legendários5,8
Fala que Eu te Escuto2,2
Igreja Universal do Reino de Deus0,5
Média do dia (7h/0h): 6,3
Primeiro Impacto2,9
Mundo Disney5,2
Bom Dia & Cia6,6
Fofocalizando5,2
Casos de Família5,8
No Limite da Paixão5,9
O Que a Vida me Roubou6,9
Roda a Roda5,9
SBT Brasil 5,7
Carinha de Anjo10,4
Chiquititas8,2
Programa do Ratinho8,1
Tela de Sucessos: Meninas Malvadas 28,0
The Noite4,5
Operação Mesquita3,3
SBT Notícias2,9
Média do dia (7h/0h): 2,3
Band News0,6
Café com Jornal0,9
Dia a Dia0,8
Sempre Bem0,5
Os Simpsons
0,6
Jogo Aberto2,8
Os Donos da Bola3,0
Super Bônus0,9
Brasil Urgente - rede3,4
Brasil Urgente - local4,9
Jornal da Band4,7
Mil e Uma Noites1,8
Pânico na Band (reprise)2,4
O Mundo Segundo os Brasileiros1,8
Jornal da Noite1,4
Média do dia (7h/0h): 0,4
Você na TV - 10,1
Você na TV - 20,3
Melhor pra Você 0,6
A Tarde É Sua 1,7
Top Game0,1
RedeTV! News0,6
TV Fama 0,5
The Tudors0,5
Mariana Godoy Entrevista0,6
Leitura Dinâmica0,5
Amaury Jr.0,2

Fonte: Emissoras
Cada ponto equivale a 70.559 domicílios na Grande SP


Original: http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/audiencias/com-tramontina-no-lugar-de-waack-jornal-da-globo-cresce-no-ibope-16020#ixzz4nmd4kLG5 
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