sábado, 27 de setembro de 2014

Governo fecha porta para 'PJ assalariado'




Regra que amplia Supersimples deixa explícito que pessoas jurídicas não podem ter vínculo com empresa contratante
Em 2012 e 2013, a Receita Federal identificou sonegação de quase R$ 30 bi por meio dessa manobra
SOFIA FERNANDESDE BRASÍLIA
Em uma tentativa de conter a sonegação de impostos na contratação de mão de obra, o governo proibiu expressamente que pessoas jurídicas inscritas no Supersimples tenham vínculo de emprego com a empresa contratante. O veto está na regulamentação da lei que universalizou o Supersimples para todos os setores da economia, publicada no início do mês.
Em 2012 e 2013, a Receita identificou que empresas sonegaram, por meio dessa manobra, quase R$ 30 bilhões em contribuições à Previdência Social. A arrecadação total da Previdência somou R$ 313,7 bilhões em 2013.
Para quem contrata essas pessoas jurídicas, a vantagem é que os custos são muito inferiores aos embutidos na contratação de um funcionário. Essas contratações configuram uma relação comercial, sem custos trabalhistas para quem contrata.
O texto diz que será excluído do regime simplificado de tributação a empresa que guardar com o contratante do serviço relação de "pessoalidade, subordinação e habitualidade". A contratante está sujeita a multa e pagamento da contribuição previdenciária em atraso.
Apesar de considerada irregular e fiscalizada pelo governo, essa prática não era expressamente proibida. Com o uso crescente de pessoas jurídicas como disfarce para situação de emprego, o governo considerou oportuno explicitar a proibição.
"Membro de uma empresa do Simples não pode ser empregado de quem a contrata. Queremos evitar o fenômeno da pejotização' dos empregados", afirmou o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos.
IRREGULARIDADES
A Receita afirma que tem detectado irregularidades dessa natureza em vários setores da economia, como indústria de calçados e de materiais cerâmicos.
Em 2012, o fisco identificou irregularidades desse tipo em 5.500 fiscalizações, o que resultou na cobrança de R$ 13,6 bilhões em pagamentos em atraso para a Previdência e multas. Em 2013, foram 5.800 casos, com a cobrança de R$ 15,7 bilhões de contribuição previdenciária.
Segundo a Receita, a maioria das empresas flagradas recorre do processo ou tenta impugná-lo. "Enquanto o julgamento está pendente, suspenso, elas podem obter certidão positiva de débito", informou o órgão.
Pelo Supersimples, pequenas e médias empresas têm a cobrança de oito impostos federais, estaduais e municipais reunida num só boleto. Para a maioria dos casos, a carga de impostos é menor do que no regime tributário convencional.
Dentre as empresas que podem declarar pelo Simples, está o MEI (Micro Empreendedor Individual), que abarca empresários individuais com faturamento anual de até R$ 60 mil. Segundo a Receita, os MEIs são os maiores responsáveis pelas contratações irregular

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cidade dos EUA vai multar quem desperdiçar comida


Nova lei foi aprovada por unanimidade em Seattle

Publicado por Poderes Revista - 1 dia atrás
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A cidade de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, criou uma lei para multar moradores e estabelecimentos comerciais por desperdiçar comida.
Segundo as novas regras, casas serão multadas em US$ 1 (aproximadamente R$ 2,40) se suas latas de lixo contiverem mais de 10% de restos de comida, enquanto que estabelecimentos comerciais e prédios residenciais pagarão US$ 50 (R$ 120).
Seattle, no Estado americano de Washington, é a segunda cidade americana depois de São Francisco a tornar obrigatória a compostagem como forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A compostagem é o processo de decomposição do lixo em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura.
Até 40% da comida nos Estados Unidos é desperdiçada, segundo um relatório do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. Apenas 5% dos restos de alimentos são submetidos à compostagem, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês).
A cidade vai começar a emitir avisos a partir do dia 1º de janeiro de 2015 e a multar clientes após 1º de julho, prevê a lei, que foi aprovada por unanimidade na segunda-feira (22).
Segundo as novas determinações, quando os garis de Seattle constatarem excesso de restos de comida em um lixo, vão contabilizá-lo em um sistema de computadores e a multa será acrescentada à conta de lixo que todos têm de pagar.
Prédios residenciais e estabelecimentos comerciais também serão obrigados a limitar a quantidade de comida desperdiçada, mas vão receber dois avisos antes de ser multados, segundo o jornal The Seattle Times.
Informações do G1. Fonte: Poderes em Revista

Apoio integral à estruturação das cooperativas , no Boletim Cempre jul -ago 2014



A partir do diagnóstico das necessidades de cada cooperativa, o programa “Cooperar Reciclando Reciclar Cooperando” procura reescrever a sua história.
Criado no final de 2005, o programa “Cooperar Reciclando Reciclar Cooperando” já apoiou o desenvolvimento completo de 142 cooperativas em 69 cidades de 14 estados do país, com mais de 4.200 catadores diretamente beneficiados. A participação tem início com uma visita de diagnóstico feita pela equipe do Cempre para checagem da documentação e infraestrutura. “A partir desse primeiro contato, identificamos as carências da cooperativa em termos de equipamentos, capacitações, documentação... Enfim, analisamos as oportunidades que podemos oferecer para melhorar as condições de trabalho dos catadores e os resultados econômicos da cooperativa”, conta Aline Paschoalino, analista de projetos do Cempre.
Pelos resultados alcançados em prol do respeito e da dignidade humana, o programa recebeu, em agosto, o prêmio “Betinho de Democracia e Cidadania”, entregue pela Câmara Municipal de São Paulo, que veio se somar a outros reconhecimentos como o Top de Ecologia da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB). “O trabalho com os catadores é um dos principais focos do Cempre e temos procurado intensificá-lo, como demonstra o salto dado em 2014, visando contribuir para a profissionalização das cooperativas a fim de que possam atender melhor à demanda crescente por seus serviços em função do fechamento dos lixões e dos acordos setoriais, resultado dos avanços da Política Nacional de Resíduos Sólidos”, ressalta Victor Bicca, presidente do Cempre.

Desde o início do programa, 16 associadas do Cempre jáparticiparam diretamente do apoio às cooperativas. Entre os
equipamentos fornecidos que contribuem para o aumento de sua eficiência, segurança e produtividade, estão prensas, esteiras, elevadores de fardos, fragmentadores de papel, empilhadeiras, trituradores de vidro, bags, carrinhos elétricos, EPIs, uniformes e computadores, entre outros itens.
Além da doação de equipamentos, o programa tem como diferencial a capacitação dos catadores por meio de um kit composto por Manual do Instrutor, Guia da Cooperativa, cartilhas para os catadores e DVD. Entre os temas abordados, estão estrutura e funcionamento das cooperativas, saúde, segurança, relações humanas, gestão contábil-financeira, direitos e deveres dos associados, procedimentos para constituição e registro das cooperativas, além de modelos de Estatuto e outros documentos. A capacitação é feita conforme as necessidades identificadas pela equipe do Cempre. Os kits foram desenvolvidos para serem usados também de modo autodidático: até hoje, mais de 6 mil kits foram distribuídos e contribuíram para a formação de 500 novas cooperativas, com geração de cerca de 20 mil postos de trabalho diretos.
Cooperativas diretamente apoiadas

 
 
Um retrato de 20 anos da coleta seletiva no país
Pesquisa Ciclosoft chega à sua nona edição e completa duas décadas como uma referência no acompanhamento da coleta seletiva em todo o Brasil.
O Brasil ensaiava os primeiros passos para a implantação de seu modelo de gestão de resíduos sólidos urbanos quando o Cempre realizou a primeira edição de sua pesquisa Ciclosoft, em 1994. Apenas 81 municípios promoviam a coleta seletiva, o destino do material recolhido parecia incerto, a indústria recicladora ainda era incipiente e a população pouco sabia do assunto.

De lá para cá, muita coisa mudou como mostra a última edição da pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Cempre. “A implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, trouxe o impulso necessário para que o sistema buscasse se estruturar de maneira mais profissional, incentivando a responsabilidade compartilhada e a articulação entre a indústria, o Governo a sociedade que já vem se concretizando por meio dos acordos setoriais e das discussões sobre a desoneração
da cadeia”, comenta Victor Bicca, presidente do Cempre.

O estímulo dado pela PNRS pode ser comprovado pelo número de municípios com coleta seletiva em todo o país que saltou de 443, em 2010, para 927, em 2014 – uma evolução de quase 110%! O crescimento ocorreu em todas as regiões, mas o maior desenvolvimento proporcional se deu no Centro-Oeste que passou de 18 para 62 municípios
operando sistemas próprios.

Para acompanhar esse movimento, a Ciclosoft reúne informações sobre os programas de coleta seletiva das prefeituras, apresentando dados sobre composição do lixo, custos de operação, participação de cooperativas de catadores e parcela da população atendida. A pesquisa tem abrangência nacional e é atualizada a cada dois anos. Os dados são obtidos por meio de questionários enviados às prefeituras e visitas técnicas. A participação é aberta e voluntária. “Nosso objetivo não é comparar, mas descobrir quais são os municípios que desenvolvem programas de coleta seletiva”, explica a pesquisadora do Cempre, Talita Ribeiro. “Dessa forma, podemos entender como o sistema está estruturado em termos geográficos, quais são seus agentes, os materiais mais coletados e os custos envolvidos, entre outros dados que contribuam para a busca de soluções que permitam expandir os modelos de sucesso.” Confira, agora, algumas das descobertas da Ciclosoft 2014.



 
 
Delegação tailandesa conhece modelo brasileiro de perto
De 18 a 22 de agosto, o Brasil recebeu uma delegação vinda da Tailândia para conhecer de perto seu sistema de gestão integrada de resíduos sólidos. Organizada pelo Cempre e o Timpse (par do Cempre naquele país), a visita é um dos resultados práticos da Aliança Global para a Reciclagem e Desenvolvimento Sustentável (Garsd) que conta com a participação da Colômbia, Uruguai, Peru, México, Tailândia, África do Sul e Argentina. “Há hoje um interesse crescente pelo modelo incentivado pelo Cempre que busca desenvolver a coleta seletiva com a inclusão e valorização dos catadores”, destaca André Vilhena, diretor da associação.

O último encontro do Garsd aconteceu em Washington, em outubro de 2013, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na ocasião, representantes do Brasil e da Tailândia resolveram conhecer melhor seus sistemas para que pudessem identificar benchmarks em busca de oportunidades de intercâmbio. Esse compromisso resultou na visita técnica da delegação tailandesa ao Brasil que será seguida de uma visita brasileira àquele país, prevista para novembro.

A comitiva esteve em Brasília, onde se encontrou com representantes do governo federal e pôde aprender mais sobre o modelo desenvolvido no país. “Trocamos experiências e conhecimentos que podem ser mutuamente úteis. Foi o primeiro passo para uma aproximação na qual reconhecemos alguns pontos para um acordo que poderá evoluir futuramente”, comenta Fabrício Araújo Prado, chefe da Assessoria Internacional do Palácio do
Planalto.

A agenda dos membros da delegação incluiu também visitas a cooperativas de catadores em Brasília e São Paulo, encontros com representantes das companhias municipais de saneamento de São Paulo (Amlurb) e do Rio de Janeiro (Comlurb) e reuniões na sede do Cempre. Na análise dos visitantes, o modelo brasileiro se ajusta bem à realidade tailandesa e de outros países emergentes da Ásia. Segundo Pusadee Tamthai, vice-governadora de Bangkok, “seria interessante adaptar a legislação brasileira às nossas necessidades, pois ela agrega aspectos socioeconômicos relevantes às questões ambientais relacionadas à reciclagem”.
Para saber mais: http://www.garsd.org/