segunda-feira, 12 de abril de 2010

BR 101 Nordeste - essa sim a maior obra viária do País

ABCP - Demonstra Benefícios do Pavimento de Concreto na BR-101 NE
A convite da Associação Brasileira de Cimento Portland, uma equipe de Rodovias&Vias conferiu na BR-101 Nordeste a performance do pavimento rígido.

Os quase 400 quilômetros da nova pista, na duplicação da rodovia federal que margeia o litoral dos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, estão sendo construídos com pavimento de concreto.

Nossa equipe teve a oportunidade de dirigir um veículo ao longo de vários quilômetros em um trecho já concluído da BR-101 e constatar que além de durável a pista de cimento tem outras vantagens. Por ser mais claro que o asfalto, reflete melhor a luz, tanto a noite, quanto durante uma chuva.

Outro fator positivo com pista molhada é que o pavimento rígido tem mais aderência dos pneus, o que representa mais segurança ao diminuir os riscos com aquaplanagem.

Os engenheiros da ABCP, Hugo Rodrigues e Ronaldo Vizzoni que coordenaram a vistoria, explicaram que é possível criar pontos com
microfresagem, em trechos específicos para garantir ainda mais aderência dos carros na pista.

Se respeitados os limites de peso por veículos de carga, a pista de pavimento rígido pode permanecer integra por até 20 anos.

"O volume de obras em pavimento de concreto está crescendo no Brasil e há necessidade premente de melhor entender as peculiaridades de sua execução conforme as características climáticas e do solo da região", explica Martônio Francelino, também engenheiro da ABCP.

Entre as grandes obras viárias, construídas com pista de cimento, destaca-se o trecho Sul do Rodoanel de São Paulo.



FONTE: REVISTA RODOVIAS E VIAS - ANO 10 - NÚMERO 39 - MAI/JUN 09

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tapete verde sobre o Pinheiros esconde o esgoto por baixo

São Paulo falha em teste para limpar águas do rio Pinheiros

29/03/2010 - 09h08 | da Folha Online











Raimundo Pacco/Folha Imagem

Teste do sistema de flotação na represa Billings, usado no tratamento ao rio Pinheiros, em São Paulo, SP (29/2/2008)
Fracassaram as primeiras tentativas do governo do Estado de São Paulo para tratar a água do rio Pinheiros e levá-la limpa à represa Billings, uma das principais fontes de abastecimento da região metropolitana. Foram consumidos dois anos de testes e R$ 80 milhões.

O sistema testado no Pinheiros foi a flotação, que consiste em reunir a sujeira em flocos e levá-la para a superfície do rio. Forma-se um lodo na parte de cima, que, então, é removido.

Embora tenha havido avanços, os testes conduzidos pelo governo José Serra (PSDB) mostraram que a flotação não foi capaz de barrar completamente a poluição. Os experimentos acabaram no final de 2009. Por não ter obtido êxito, o governo será obrigado a testar a flotação em um canal fora do rio --etapa que deve começar em abril.

As falhas na flotação impedem, ao menos temporariamente, os planos do governo de submeter parte da água (em vez de "toda a água") do rio ao tratamento --o projeto estava previsto para começar em 2010.

Um acordo firmado na Justiça obriga o Estado a atender requisitos especificados pelo Ministério Público Estadual se quiser emplacar o projeto, estimado em R$ 350 milhões, segundo a Secretaria Estadual de Saneamento e Energia.

Entre as substâncias para as quais o tratamento é ineficaz está o nitrogênio amoniacal, indicador de presença de esgoto --impensável para estar na água levada para a Billings. A substância também provoca a formação de algas, que podem interferir no gosto da água e levar à morte de peixes.

Sem dar solução para o problema, a flotação não pode ser implantada em todo o rio Pinheiros, disse o promotor José Eduardo Ismael Lutti, responsável pelo caso. "A qualidade da água obtida nos testes não atende os padrões legais e certamente virá a causar danos irreversíveis à Billings e, possivelmente, em consequência, à Guarapiranga, tanto sob o ponto de vista ambiental quanto no de saúde pública."

Mesmo em parâmetros onde o tratamento resultou em melhoria o resultado foi considerado insuficiente. Foi o caso do fósforo, formador de algas, cuja presença na água caiu 91%. Segundo a equipe técnica da FSP (Faculdade de Saúde Pública) da USP, porém, o que sobra de fósforo afeta a qualidade da água -a queda precisaria ser próxima a 99%. A FSP auxilia o Ministério Público no caso.

Também houve melhora na concentração de metais na água, no aumento de oxigênio dissolvido e na contaminação pela bactéria Escherichia coli, presente nas fezes humanas.

"O sistema de flotação --como concebido e testado- é insuficiente e inadequado para a missão a que se propõe: reverter esta água 'melhorada' para a Billings", diz Lutti. Daí a necessidade de mais testes que comprovem a eficácia do sistema.

Como os testes são caros --os custos com produtos químicos consomem 80% do total investido--, há risco de o projeto se tornar inviável, diz o promotor.

Lodo

Há outro empecilho para implantar a flotação no Pinheiros: a necessidade de reduzir o volume de lodo que o sistema forma, disse Pedro Mancuso, especialista em reúso da água da FSP-USP e coordenador da equipe técnica que auxilia a Promotoria no assunto.

Para onde destinar o lodo é mais um problema: não há, em São Paulo, aterro sanitário capaz de receber o lodo da flotação. Há tecnologias disponíveis para resolver isso, mas que ainda não foram muito estudadas.

Parece madeira, mas é plástico

Felipe Lobo*
06/04/2010, 09:51


Amostras de madeira plástica. Resíduos industriais ou plástico de cooperativas são usados na produção (foto: divulgação / Ecowood)



Uma das principais causas do desmatamento desenfreado na Amazônia é o mercado de madeira que aquece não apenas o clima, mas também as principais metrópoles brasileiras. Algumas empresas espalhadas pelo território nacional, no entanto, já descobriram um jeito ecologicamente viável de fabricar um produto semelhante e resistente sem precisar derrubar uma única árvore. É o caso da Cogumelo, que trouxe a tecnologia pronta dos Estados Unidos há cerca de oito anos, país em que a estratégia faz bastante sucesso.


Deck feito com madeira Policog (divulgação / Cogumelo)

A Cogumelo, basicamente, trabalha com polietileno (um tipo de plástico) de alta densidade, comprado através de cooperativas de catadores de lixo e reciclagem. O processo todo, desde o momento em que a matéria-prima granulada (como embalagens usadas em material de limpeza, engradados de bebida e galões de plástico, por exemplo) chega à fábrica, demora em torno de uma hora e meia. Inicialmente, os flocos grandes são refinados e, em seguida, o resíduo é prensado e higienizado.

“Sempre tivemos cuidado em definir bem o que vendíamos, porque há diversos tipos de madeira plástica no mercado. Separamos todo o resíduo usado e encontramos um resultado homogêneo”, explica Thiago Paúra, gerente comercial da empresa.

A Cogumelo pode, atualmente, produzir em torno de 150 toneladas/mês. O preço, no entanto, ainda é um empecilho. “Comparado com a madeira nobre, a Policog (nome do produto) custa de 10 a 20% mais cara. Mas ela atua bem em diferentes ambientes, como piso, banco de praça, deque de piscina, móveis ou revestimento. E tem a vida útil estimada em mais de 50 anos, sem qualquer necessidade de manutenção. Também não propaga fungos ou absorve umidade”, garante Paúra. O metro quadrado para fazer um deque, por exemplo, sai por 160 reais e qualquer município do Brasil pode fazer encomenda por telefone.

Resíduos industriais

Não é apenas a Cogumelo que produz este tipo de alternativa à madeira. A Ecowood, empresa carioca que entrou nesta seara há cinco anos. Diferente da concorrente, a Ecowood só usa plásticos de indústrias, porque é mais limpo. “Elas são responsáveis pelo resíduo gerado. O mais comum é que paguem para alguém enterrar em um aterro controlado. Caso ele seja desativado, a responsabilidade de recolher o passivo é da própria indústria. Esta é a lei. Nós oferecemos transformá-lo em outra coisa”, avalia Marcelo Queiroga, sócio e administrador da área comercial da empresa.


Os resíduos industriais utilizados na confecção da madeira plástica (foto: divulgação/Ecowood)

Ele prefere não usar plásticos encontrados no lixo em função de possíveis infecções, praticidade e custo. A cadeia até que o insumo se transforme no produto final não é tão complexa. Depois de separado, o material passa por um moinho e vira espécie de farinha. Depois, dentro da máquina, sofre um processo termodinâmico e ganha o formato de chapa de madeira.

“Testes feitos na Universidade de Santos asseguram que a madeira plástica pode viver mais de 40 anos sem perda estrutural. Hoje, com o Anti-Raios Ultra Violeta (UV), agüenta sete anos sem perda de qualidade visual, sempre com manutenção zero. E o único aditivo que usamos é o corante, para dar tonalidade”, explica Queiroga.

O administrador afirma que o metro quadrado de sua madeira plástica custa 126 reais, mas que não pode fazer uma relação direta com os preços de madeiras nobres porque a dificuldade de conseguir bons exemplares é cada vez maior.

“Hoje fazemos mobiliário urbano, passarelas, bancadas. Mas já estamos estudando para desenvolver casas com o nosso produto”, completa. Quem tiver interesse em orçamentos pode entrar em contato diretamente com a Ecowood por e-mail ou telefone (abaixo). A venda acontece na Ecoplace, uma empresa parceira que possui arquiteto, capaz de fazer projetos e indicar as formas ideais de acordo com a demanda, e instalador para orientar o consumidor.

No Sul do país

Já no Sul do país, mais precisamente no Paraná, está a InBrasil. A sua história é um pouco diferente: em 2003, criou um laboratório para estudar o plástico que resulta do processo de expurgação nas indústrias recicladoras de papel. Com incentivo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES), o espaço de pesquisa virou uma indústria de confecção de madeira plástica, que hoje dá nome à empresa.

“Hoje, três indústrias, de Santa Catarina e Paraná, nos enviam cerca de 270 toneladas de plástico por mês, que iriam para os aterros. Tivemos muita despesa, o risco era grande, mas começamos a produzir em 2005. Agora, temos um projeto de expansão. O Material entra em uma forma de composto e processamos tudo, apenas com água e o maquinário”, explica Marco Sterle, um dos proprietários da InBrasil.

São inúmeros os produtos finais oferecidos, assim como manuais de montagem. Por isso, é difícil dizer qual o preço cobrado. Mas, apenas como referência, Sterle afirma que um metro de quadrado de assoalho sai por volta de 60 reais, com longa duração. Eles também fazem entrega em todo o território nacional e enviam o lodo final que sobra do processo para as próprias indústrias que forneceram a matéria-prima. Lá, o efluente é tratado. Ou seja, não há qualquer resíduo jogado na natureza.

Serviço:

Rio de Janeiro
Cogumelo
21. 3408.9000
policog@cogumelo.com.br

Ecowood
21 3656.3934 e 21 3656.3887
ecowood@ecowoodrio.com.br
contato@ecoplace.com.br

In Brasil
42. 3522.1771
inbrasil@inbrasil.ind.br