quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Copom reduz a taxa de juros para 7,5% ao ano; saiba como ficam seus investimentos com a nova Selic, O Globo


É a nona queda consecutiva dos juros

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Banco Central do Brasil. Copom - Ailton de Freitas / Agência O Globo
BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu nesta quarta-feira a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, ficando em 7,5% ao ano, menor patamar desde abril de 2013. Esse é a nona queda consecutiva. O Banco Central tem reduzido a taxa desde outubro do ano passado, após um longo período em que os juros ficaram estabilizados em 14,25% ao ano.
A redução é inferior ao observado nas últimas quatro reuniões do comitê, de 1 ponto percentual, mas o movimento está em linha com o esperado pelo mercado e com o que foi sinalizado pelo Banco Central (BC) na última ata do Copom. A expectativa é que a autoridade monetária ainda realize mais uma redução este ano, dessa vez de 0,5 ponto. Assim, a taxa terminaria 2017 em 7% ao ano.
A decisão foi unânime entre a diretoria do BC. Em comunicado, o comitê avalia que o conjunto de indicadores da atividade mostram “sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira” e que o cenário de inflação tem evoluído conforme o esperado. O texto diz ainda que o cenário considerado pelo Copom (com base na pesquisa Focus) supõe trajetória de juros que encerra 2017 e 2018 em 7% e eleva-se para 8% ao longo de 2019.
O comitê entendeu que a conjuntura econômica indica uma política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. E sinalizou que, para a próxima reunião, haverá uma “redução moderada na magnitude da flexibilização monetária”, com uma queda mais branda da taxa.
“O Copom ressalta que o processo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, diz a nota do BC.
Entre os fatores positivos e que contribuem para a redução da Selic, o Banco Central cita possíveis efeitos secundários da queda nos preços de alimentos e de bens industriais. Por outro lado, ressalta que há uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira, o que pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.
IMPACTO EM FINANCIAMENTO
Esse patamar de juros traz, de forma direta, impacto sobre os custos de financiamento das empresas e das famílias e também obriga os investidores a buscarem aplicações mais rentáveis, o que muitas vezes significa maior risco. Além dos fatores diretos sobre capacidade de financiamento e aplicações, uma Selic mais baixa também ajuda na retomada do crescimento econômico.
Com a redução, a caderneta de poupança, embora rendendo menos, ganhará competitividade na comparação com fundos de investimento de renda fixa. A tradicional aplicação vai bater todos os fundos com taxa de administração igual ou superior a 2% ao ano em qualquer prazo, segundo cálculo da Anefac, associação que reúne executivos de finanças. De acordo com a Anefac, com a Selic em 7,5% ao ano, a poupança terá rendimento mensal de 0,43% ao mês.
Com a decisão desta quarta-feira, além de mexer nos juros, o Copom ativou um gatilho que altera a correção da aplicação financeira mais popular do país. Quando a taxa Selic fica abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta de poupança deixa de render 6% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). Assim, o novo corte reduzirá sua rentabilidade. Mas ela ganha competitividade com relação a fundos de investimentos que acompanham de perto a Selic, como os fundos DI, que, além de perderem com cortes, cobram taxas de administração e imposto de renda com alíquota de até 22,5% para resgates de até seis meses.
Nos fundos que cobram 1%, o investimento vale à pena para período acima de 1 ano. Só os fundos que cobram 0,5% ao ano de taxa - que são difíceis de encontrar no varejo - batem a poupança em qualquer prazo de resgate.
Mas, para investidores de perfil mais conservador, que não estão acostumados a aplicações mais arriscadas em busca de melhor retorno, como a Bolsa, e preferem o universo da renda fixa, os títulos do Tesouro Direto ainda são uma opção interessante, mesmo no atual cenário de juros mais baixos, afirmam os especialistas em finanças pessoais.
A queda de juros também afeta os papéis do Tesouro Direto. Aqueles que acompanham a Selic chegaram a pagar até 14% ao ano, em 2016, quando ela ainda estava em patamar elevado. Com o movimento de queda da taxa, o rendimento desses títulos diminuiu, chegando aos atuais 8,25% ao ano.
Mas outros papéis do Tesouro Direto que pagam juros mais inflação e os chamados prefixados, em que o investidor sabe antecipadamente quanto vai ganhar, continuam oferecendo retornos até mais atraentes que a poupança, e sem risco de perda de patrimônio.


Leia mais: https://oglobo.globo.com/economia/copom-reduz-taxa-de-juros-para-75-ao-ano-saiba-como-ficam-seus-investimentos-com-nova-selic-21991706#ixzz4wYWTbIjM 
stest 

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