Paulo Saldiva tomou a decisão após ouvir os relatos de estudantes sobre estupro, homofobia e machismo em festas da instituição
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"A falta de uma ação construtiva e pró-ativa da parte de todos nós, professores, fez com que os alunos da Fmusp fossem submetidos a situações inaceitáveis", afirmou pelo Facebook o professor, que era titular do departamento de patologia há quase 20 anos. Nesta semana, duas alunasrelataram terem sido estupradas em festas de alunos da Fmusp. Outros estudantes também afirmaram terem sido vítimas de homofobia e até racismo. O Ministério Público Estadual (MPE) investiga o caso há dois meses. No inquérito, são mencionados oito casos de estupro.
Em entrevista à Rádio Estadão, Saldiva disse que a saída foi resultado de "um processo de longa reflexão de alguns anos" e que saíu da Fmusp com licença prêmio para desenvolver alguns projetos. "Fiquei surpreso. Os fatos que apareceram são absolutamente desconhecidos. Eu conhecia um lado (da Fmusp)que era muito mais prazeroso. Alunos brilhantes, atividade de cursinho para gente carente, atividades especiais na periferia com vários alunos", afirmou o professor.
Segundo o docente, os trabalhos da comissão de violência estão finalizados. Na quarta-feira, 12, a Fmusp anunciou a criação de um centro de defesa dos direitos humanos. "Temos de reforçar os conteúdos de respeito à dignidade humana. Vamos ter que nos transformar em um centro de referência para as outras unidades da USP". Para o professor, a Fmusp está "doente". "Assim como a gente adquire novos hábitos quando adoece, a faculdade está doente. Está precisando de ajuda. E os professores têm que atribuir a eles mesmos esta tarefa. É uma cultura institucional que precisa ser modificada".
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