Congelamento segue até abril por causa da situação financeira; Orçamento de 2014 será decidido no próximo dia 25
14 de fevereiro de 2014 | 20h 12
Paulo Saldaña - O Estado de S. Paulo
A nova gestão à frente da Universidade de São Paulo (USP) congelou até abril novas contratações e o início de obras na instituição. O orçamento dos Núcleos de Apoio à Pesquisa (NAPs) tiveram corte na liberação de recursos. O motivo é a crise financeira que a universidade enfrenta, tendo fechado o ano passado com 100% de seu orçamento comprometido com pagamento de pessoal.
Veja também:
Novo reitor da USP define equipe de gestão
Na posse, reitor da USP fala em revisão da governança
Novo reitor da USP define equipe de gestão
Na posse, reitor da USP fala em revisão da governança
Por causa desse comprometimento, a USP tem precisado recorrer às suas reservas para manter as contas em dia - conforme o Estado revelou em novembro passsado. O orçamento para este ano ainda será definido no dia 25 deste mês, mas o próprio reitor Marco Antonio Zago já assumiu que a situação deverá ser constantemente avaliada. O congelamento de contratações e novas obras por dois meses foi decidido no último dia 4.
Além desses dois pontos, a crise financeira já atinge uma das iniciativas mais elogiadas da gestão passada, os NAPs - desde 2010 foram criados 43 grupos. Foi a primeira vez que a própria universidade investiu recursos próprios na pesquisa - tradicionalmente, quem financia a ciência na universidade são as agências de fomento, como a Fapesp, CNPq e Finep. Os NAPs estão dentro do Programa de Incentivo à Pesquisa, cujas duas primeiras chamadas (2010-2011 e 2011-2012) envolveram um total de recursos de R$ 146 milhões.
Com o congelamento orçamentário, há coordenadores com receio de não conseguir garantir o pagamento de compromisso assumidos anteriormente. Bolsistas ainda temem perder seus benefícios e ter de abandonar seus estudos.
Em comunicado encaminhado aos núcleos, obtido pela reportagem, o Departamento de Finanças da universidade indica que "foi autorizada a liberação de 6% dos recursos da economia orçamentária e da receita própria das unidades". Questionada, a reitoria informou que a regra só vale para fevereiro, enquanto o orçamento não é definido. Pesquisadores, no entanto, dão como certo o corte nos orçamentos do NAPs. Fonte ouvida pelo Estado durante a posse do novo reitor, no dia 25 de janeiro, ìndicou que a situação dos NAPs deverá ser analisada "com cautela" diante da situação orçamentária da universidade.
O novo pró-reitor de Pesquisa da USP, josé Eduardo Krieger, já disse que a decisão de a USP investir diretamente em pesquisa foi "fundamental", mas aponta o desafio de lidar com o custo excessivo da administração. "Nós gestores não estamos satisfetios e queremos trazer cada vez mais proifisionalismo para a área", disse Krieger ao Estado na última terça-feira, dia 11, durante o anúncio da nova equipe de gestão da USP.
No ano passado, o orçamento da USP foi de R$ 4,3 bilhões. As universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp) são financiadas com uma parcela fixa do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS).
Nenhum comentário:
Postar um comentário