sábado, 1 de abril de 2023

Yahoo Notícias fecha redação no Brasil e deixa de atualizar site, FSP

 Yahoo encerrou nesta sexta-feira (31) seu site de notícias no Brasil. A redação no país foi fechada e cerca de 20 jornalistas foram dispensados.

O site tinha notícias de políticaeconomiaesportescelebridades e outros temas. Também produzia materiais em vídeo e conteúdos de branded content.

"Por uma decisão global do grupo Yahoo, o Yahoo Brasil encerrará suas atividades", escreveu Alessandra Blanco, que era diretora da empresa no país, em uma rede social. "Agradeço demais ao time incrível do Yahoo Brasil, valente e criativo até o fim."

Logo do Yahoo em prédio de Nova York, nos Estados Unidos
Logo do Yahoo em prédio de Nova York, nos Estados Unidos - Chris Helgren/Reuters

O fechamento foi comunicado aos funcionários brasileiros no começo de fevereiro. A redação do site ficava na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo.

A reportagem apurou que foram 80 demissões na operação do Yahoo no país. Os cortes afetam, além da área editorial, profissionais de negócios, tecnologia e publicidade.

Criado em 1994 nos Estados Unidos, o Yahoo foi uma das primeiras gigantes de tecnologia que ganharam milhões de dólares com serviços prestados na internet. O site começou com um diretório de páginas online e depois se tornou referência em buscas, antes de o Google dominar o serviço.

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Ainda nos primeiros anos, a empresa investiu na criação de um portal de notícias e buscou apostar em várias frentes, como provedor de email, armazenamento de fotos e venda de anúncios direcionados online, distribuídos a partir do uso de dados de comportamento dos usuários.

A companhia americana mudou de dono duas vezes nos últimos anos. Em 2016, foi comprado pela operadora de telefonia Verizon, por US$ 4,8 bilhões. Três anos depois, em 2019, o fundo de investimento Apollo Global Management comprou 90% das ações do Yahoo e assumiu o controle.

No começo de 2023, a empresa anunciou que cortaria 20% de sua força de trabalho global, o que representaria cerca de 1.600 pessoas.

Em fevereiro, o CEO Jim Lanzone disse ao site Axios que os cortes vieram na esteira de uma mudança no setor de publicidade digital, que teve uma freada no ritmo de crescimento. De acordo com o Axios, o Yahoo lucrou US$ 8 bilhões em 2022, considerando todas as suas áreas.

O setor de tecnologia tenta reajustar gastos ao atual cenário econômico, após forte crescimento durante a pandemia de Covid. Em março, a Meta anunciou o corte de 10 mil funcionários, apenas quatro meses após ter divulgado a demissão de outros 11 mil. Amazon, Microsoft e Google também fizeram desligamentos de mais de dez mil empregados neste ano.

Com o fim do site de notícias, o endereço yahoo.com.br passou a exibir uma barra para fazer buscas, no centro, e um aviso de que a publicação de conteúdos foi encerrada. O serviço de email segue operante.

Folha entrou em contato com o Yahoo Brasil, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

Hélio Schwartsman- O plano e a realidade, FSP

 No papel, é boa a proposta do ministro Fernando Haddad para um novo arcabouço fiscal. Ela põe uma trava a gastos desenfreados que governos ficam tentados a fazer em tempos de vacas gordas e assegura um mínimo de investimentos em caso de penúria. Seria uma forma arrojada de juntar a responsabilidade nas finanças públicas com as preocupações sociais. Se seus pressupostos se materializarem, o plano poderá zerar o déficit primário já no ano que vem. O problema, como sempre, é o "se".

Para funcionar, isto é, para não sofrer sabotagens variadas, incluindo aquelas oriundas do PT, a proposta exigiria fortes aumentos na arrecadação. E, se isso já não é muito fácil em condições normais, fica ainda mais difícil de fazer sem recorrer à criação de impostos ou aumento de alíquotas dos já existentes, como prometeu Haddad. A solução, como o próprio ministro já antecipou, seria fazer com que aqueles que hoje não pagam tributos ou pagam pouco passem a dar a sua justa contribuição.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em entrevista a jornalistas anunciando nova regra fiscal do governo Lula, em Brasília (DF) - Diogo Zacarias - 30.mar.2023/Ministério da Fazenda - Ministério da Fazenda

É aí que a porca torce o rabo. O plano só terá sucesso se derrotar os muitos lobbies que mantêm e dilatam as benesses tributárias distribuídas a grupos influentes. E eu não creio que a administração Lula tenha a convicção e a força política necessárias para fazê-lo. Pelo contrário, é um governo com sérias debilidades no Congresso e que, por isso, está nas mãos do chamado centrão, cujos parlamentares são os campeões das isenções, renúncias e privilégios. Basta ver que a bancada da Bíblia se articula para ampliar as imunidades tributárias concedidas a templos, e há sinais de que o PT poderá apoiar a empreitada.

Minha impressão, pensando no "big picture", é que Lula cumpriu sua missão histórica já em outubro, ao impedir Bolsonaro de conquistar o segundo mandato, o que teria sido desastroso para o país. Não devemos esperar muito mais. O combate sério ao patrimonialismo, receio, ficará para outra gestão.


Justiça derruba liminar que proibia remoção de barracas de moradores de rua em SP, FSP

 O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo derrubou liminar que proibia a remoção de barracas e moradores de rua na capital, que havia sido obtida pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Funcionários da prefeitura fazem limpeza na rua Anchieta, no centro de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

"Embora gravíssima a situação de hipervulnerabilidade dos moradores de rua da cidade de São Paulo (e de tantas outras deste Estado e do país inteiro), cuja integridade física e moral deve ser preservada (não apenas na letra fria da lei), o exercício do direito material deve ser postulado conforme regras processuais apropriadas", diz a decisão do desembargador Ribeiro de Paula.

A liminar obtida por Boulos em fevereiro proibia que a Prefeitura de São Paulo removesse barracas de moradores de rua durante o dia.

A medida havia sido tomada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) sob a justificativa de que as tendas atrapalhavam o direito de ir e vir dos paulistanos, além de causar problemas de limpeza.

Boulos e Nunes devem se enfrentar na eleição para prefeito no ano que vem.

A prefeitura deve começar já neste sábado (1) o trabalho de remoção de barracas, sobretudo no centro de São Paulo. As que ficam amarradas a grades serão desmontadas pela equipe do Executivo municipal.

Já as que ficam soltas na calçada deverão ser retiradas pelos próprios moradores de rua. A prefeitura diz que eles serão orientados a buscar serviços de acolhida da prefeitura.