quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Artemisia firma parcerias para acelerar, gratuitamente, negócios de impacto social focados em Saúde Pública e Habitação. Release

Resultado da parceria com o Instituto Sabin, o Artemisia Lab - Desafios da Saúde Pública está com as inscrições abertas até 10 de setembro. O Lab Habitação: Inovação e Moradia, por sua vez, é resultado da parceria com a Gerdau e conta com o apoio do Instituto Vedacit, Eternit e Grupo Tigre - por meio do Instituto Carlos Roberto Hansen, braço social da empresa. As inscrições estão abertas até 24 de setembro. Para ambos processos de aceleração de curto prazo, as inscrições são gratuitas.
São Paulo, 5 de setembro de 2018 – Porta de entrada para serviços médicos destinados a 70% dos brasileiros, o Sistema Único de Saúde tem se mostrado ineficiente diante do imenso contingente de pacientes. Entre os usuários é alto o grau de insatisfação com as longas filas; a demora para o atendimento e agendamento de exames; problemas no acesso a medicamentos; falta de acompanhamento adequado a grupos de risco e portadores de doenças crônicas; falta de apoio à qualificação de profissionais que atuam na área; ineficiência no uso de dados e na integração de sistemas; dificuldades na prevenção e promoção da saúde básica.Quando a análise recai para o setor da habitação, vê-se que há um déficit de moradia de 7,7 milhões que impacta a vida de 33 milhões de brasileiros; 40% dos domicílios são considerados inadequados, ou seja, sem coleta de lixo, rede de esgoto e água, ventilação e iluminação adequados. Em resposta a esses problemas que afligem principalmente a população de menor renda, empreendedores têm apresentado soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida desses cidadãos.
Com o sonho de contribuir para que 100% dos brasileiros possam viver com dignidade e poder de escolha, a Artemisia firmou parceiras para apoiar empreendedores de impacto social que estão atuando na redução dos problemas. Entre as iniciativas mais recentes, destaque para dois processos de seleção de empreendedores: Artemisia Lab – Desafios da Saúde Pública Lab Habitação: Inovação e Moradia.
Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, a organização enxerga a necessidade latente de apoiar negócios de impacto com soluções inovadoras voltadas à resolução de alguns dos grandes desafios públicos dos setores de saúde e habitação. “Com esse olhar sobre os problemas e as oportunidades, vamos dar suporte as startups que apresentem potencial de impactar positivamente milhões de brasileiros e brasileiras”, avalia a executiva. E acrescenta: “um dos objetivos dos programas é apoiar uma nova geração de empreendedores que olhem para desafios complexos e tragam soluções inovadoras para velhos problemas.”
Artemisia Lab – Desafios da Saúde Pública
Sobre o perfil de soluções e empreendedores, a busca recai por produtos e serviços focados no setor de saúde, com soluções que possam complementar, qualificar ou ampliar o acesso aos serviços público do setor. Estão qualificados, especialmente, empreendedores dispostos a analisar diferentes modelos de negócio (B2C, B2B ou B2G) – mesmo que ainda não tenham relação com a esfera pública–; e empreendedores dispostos a ampliar a visão de impacto para uma futura atuação em parceria com o setor público.
Entre as soluções que conversam com os desafios do setor de saúde para a baixa renda, a Artemisia destaca: comunicação entre pacientes e serviços de saúde (triagem, agendamento de consultas e exames, lembretes, acesso à informação, respostas a dúvidas); acesso a medicamentos (apoio à gestão de demanda, estocagem, distribuição de medicamentos); acompanhamento de grupos de risco (focadas em pacientes de doenças crônicas, idosos e grupos vulneráveis como gestantes e crianças); qualificação de profissionais de saúde (cursos/treinamentos presenciais ou à distância que qualifiquem profissionais do setor de saúde ou gestores públicos da área);uso de dados e integração dos sistemas (que integrem diferentes sistemas utilizados no setor público e/ou melhorem a análise de dados gerados);utilização de recursos públicos(soluções de apoio à gestão e/ou eficiência e transparência na aplicação de recursos na área da saúde);prevenção e promoção da saúde (soluções focadas nos agentes comunitários de saúde para atendimentos básicos e/ou que apoiem medidas de prevenção de epidemias por alertas, campanhas de vacinação); e inovação e tecnologia na área da saúde (tecnologias que tragam melhorias e agilidade aos serviços de saúde, como exames de imagem, prescrição médica digital).
Os empreendedores selecionados serão potencializados com base na metodologia exclusiva de aceleração da Artemisia, tendo acesso à curadoria de ferramentas e conteúdos; conexão com outros empreendedores do setor; e mentorias com especialistas em negócio, impacto social e Saúde. Ao final do programa, os participantes terão maior clareza sobre os próximos passos do seu negócio para que avancem no desenvolvimento de aspectos fundamentais e estejam mais preparados para crescer e gerar impacto social no setor atuante. Os empreendedores que concluírem o programa também passam a fazer parte da Rede Artemisia e terão acesso permanente à equipe e eventos da Artemisia no setor de saúde.
Lab Habitação: Inovação e Moradia
Artemisia e Gerdau – com o apoio do Instituto Vedacit, Eternit e Grupo Tigre (por meio do Instituto Carlos Roberto Hansen, braço social da empresa) – anunciam as inscrições para o programa de aceleração de curto prazo que irá potencializar negócios de impacto social com soluções inovadoras no setor de habitação. Serão selecionados até 15 startups para uma jornada de seis semanas, que conta com uma programação composta por workshops presenciais e webinares (encontros online) com foco no refinamento do modelo de negócio e do impacto social das soluções. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 24 de setembro; os empreendedores podem fazer a inscrição pelo site www.artemisia.org.br/labhabitacao.
Para o Lab Habitação: Inovação e Moradia, as organizações estão em busca de empreendedores de todo o Brasil, que tenham negócios de impacto social inovadores e que estejam alinhados aos temas: acesso à moradia de qualidade; acesso a microcrédito habitacional; reformas habitacionais; empregabilidade na construção civil; gestão de condomínios de habitação popular; água e saneamento; energia; infraestrutura e melhoria de espaço público; e inovação na construção civil. O Lab Habitação: Inovação e Moradia foi planejadO para potencializar soluções que já tenham protótipo desenvolvido, em fase de validação da proposta de valor e do modelo de negócios, e que tenham potencial e intencionalidade para gerar impacto social positivo. 
Entre os critérios de seleção, o impacto social (empreendedores com produtos ou serviços para resolução de questões relacionadas aos desafios da moradia com foco na melhoria da qualidade de vida da população de baixa renda); perfil empreendedor (pessoas que sonham grande e tenham intenção genuína de mudar o Brasil, com histórico de realizações e capacidade para atrair talentos e desenvolver equipe consistente; potencial de escala (modelos de negócio lucrativos que ofereçam soluções com potencial de atender uma grande parcela  de pessoas das classes C, D e E); estágio de maturidade (startups com protótipo ou produto/serviço desenvolvido, que estão em fase de validação da proposta de valor e do modelo de negócios); e potencial de inovação (capacidade de entregar soluções inovadoras com potencial de promover qualidade de vida para população de baixa renda brasileira por meio de soluções em habitação). É essencial a disponibilidade de pelo menos um representante do negócio para participar de todos os dias de workshops presenciais.
A busca recai para startups alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: Erradicação da Pobreza (ODS 1); Água Potável e Saneamento (ODS 6); Energia Acessível e Limpa (ODS 7); Indústria, Inovação e Infraestrutura (ODS 9); e Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11). Os empreendedores selecionados serão potencializados com base na metodologia exclusiva de aceleração de curto prazo da Artemisia, tendo acesso à curadoria de ferramentas e conteúdos; conexão com outros empreendedores do setor; e mentorias com especialistas em negócio, impacto social e habitação. Entre os mentores, estarão algumas das altas lideranças das empresas correalizadoras do programa. O objetivo é que os participantes saiam do programa com maior clareza sobre os próximos passos do seu negócio para que avancem no desenvolvimento de aspectos fundamentais e estejam mais preparados para crescer e gerar impacto social no setor atuante. Os empreendedores que concluírem o programa também passam a fazer parte da Rede Artemisia. Os negócios que se destacarem ao longo do processo – até três startups – poderão receber capital semente e mentorias extras.
ARTEMISIA
A Artemisia é uma organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. A organização apoia negócios voltados à população de baixa renda, que criam soluções para problemas socioambientais e provocam impacto social positivo por meio de sua atividade principal. Sua missão é identificar e potencializar empreendedores(as) e negócios de impacto social que sejam referência na construção de um Brasil mais ético e justo. A organização já acelerou mais de 100 negócios de impacto social no Brasil e capacitou outros 300 em seus diferentes programas. Fundada em 2004 pela Potencia Ventures, possui atuação nacional e escritório em São Paulo. www.artemisia.org.br
 MAIS INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Assessoria de imprensa da Artemisia
Betânia Lins betania.lins@gmail.com
Celular: (11) 9 7338-3879

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Apocalipse - Humberto Werneck, O Estado de S.Paulo

O Jornal da República dispunha de um timaço, mas durou apenas 5 meses

04 Setembro 2018 | 02h00
Parecia doideira, e talvez fosse mesmo: trocar a redação da Veja, então ótimo lugar para fazer bom jornalismo, por um jornal que àquela altura nem nome tinha, e mais, pelo mesmo salário. Trocar trabalho pesado, porém semanal, por insana pauleira diária. Mas como resistir à tentação? A ditadura, em meados de 1979, dava sinais de arrefecer. Vinha aí uma anistia, não a de nossos sonhos, mas suficiente para trazer de volta os exilados. Bom momento, viu o Mino Carta, para criar um jornal ágil, moderno, disposto a refletir novos tempos. 
Para nós, jornalistas, havia um atrativo adicional, o de trabalhar num esquema diferente do que então imperava – impera ainda – nas redações, nas quais costuma haver abismo entre a reportagem e a edição; cada um de nós poderia atuar em todas as etapas do processo, da concepção da pauta ao fechamento das matérias. E nada daquele tom uniforme, impessoal, para o qual imaginei um dia um nome: vejez – velhice, em espanhol.
Num tempo em que os jornais iam às bancas seis vezes por semana, o Jornal da República não circularia às segundas-feiras – o que o desobrigaria de cobrir as vastidões do domingo futebolístico. Um só profissional da área daria conta do recado; e em nossas páginas, imaginou alguém, o futebol conviveria com uma federação de esportes minoritários, cujos adeptos, somados, supostamente não fariam feio num cotejo com as multidões futebolísticas. 
Jamais viemos a saber quais modalidades – críquete? patinação? badminton? – integrariam a tal miuçalha desportiva. Até porque o Jornal da República, formatado para não circular às segundas, acabou por estrear justamente nesse dia da semana, pois assim convinha ao tradicional diário paulistano em cujas oficinas era rodado. Posso ainda ver o Tonico Duarte, a cuja pessoa se resumia nossa editoria de esportes, grudado no rádio nas tardes de domingo, a garimpar substância para relatos aos quais não poderia faltar a avaliação de cada jogador. Tornou-se ele, assim, um caso singular de repórter de futebol que não nunca ia ao estádio.
No começo, tudo era esperança numa equipe que, comandada por Mino Carta, reunia profissionais como Claudio Abramo, Aloysio Biondi, Ricardo Kotscho, Roberto Pompeu de Toledo, Hélio Campos Mello (ainda exclusivamente fotógrafo) e Nirlando Beirão, a quem devo o convite para ser subeditor de Cultura e Esporte, numa redação espartana, porém animada, no 11.º de um prédio no início da Rua da Consolação. 
A primeira edição do Jornal da República circulou, fez agora 39 anos, em 27 de agosto de 1979 – um dia antes da promulgação da anistia. Na véspera, exaustos, descemos todos ao 8.º andar para um coquetel a que não faltaram representantes da alta finança. Ao ver ali Olavo Setúbal, dono do Itaú, e Severo Gomes, da Tecelagem Parahyba, o já citado Tonico Duarte salmodiou, provocando gargalhadas: “O Senhor é meu pastor: / temos banco e cobertor”. O n.º 1 chegou ali às 2 da manhã. Nas horas seguintes, enquanto os 70 mil exemplares da estreia sumiam das bancas, o diretor responsável, Armando Salem, entrou jubiloso na redação e anunciou que podíamos, sem risco, abrir crediário por aí.
Ainda bem que não o fiz, pois dias mais tarde o barco começou a fazer água: o sócio de Mino na aventura, Domingo Alzugaray, da Editora Três, farejou iceberg à frente e saltou fora. A princípio escondida de quem não pertencesse ao primeiro escalão, a notícia de que as coisas iam mal não demorou a correr, e ao longo dos meses acompanhamos, no início apreensivos, depois à beira da raiva e do pânico, as tentativas do nosso capo de remendar a desmilinguida embarcação. Nas semanas finais, não havia um dia em que o repórter Chico Malfitani não se empoleirasse numa mesa e dali cocoricasse – para então se ouvir um coro: “O galinho cantou!/ – e o jornal não acabou!”.
Antes fosse assim. Mas não: em apavorante contagem regressiva, a circulação não parou de despencar, e perto do fim patinava nos 3 ou 4 mil exemplares diários, tiragem para a qual talvez fosse mais indicado o uso de um mimeógrafo.
A última edição do Jornal da República, de n.º 124, circulou em 22 de janeiro de 1980. A notícia, na véspera, ainda não tinha sido comunicada à redação quando um telex de Brasília trouxe repercussões do fechamento do jornal. No outro sentido do verbo, coube a mim fechar a última página, por ironia dedicada a um acontecimento tantas vezes anunciado e desmentido – a primeira visita de Frank Sinatra ao Brasil. Estava eu ainda às voltas com título e legendas quando Mino reuniu a redação para um comunicado, numa sombria assembleia que o fotógrafo Wagner Avancini registrou para jornal nenhum. 
Muitos de nós seguimos para um bar na Henrique Schaumann, o Quincas Borba, e ali dávamos cabo de inumeráveis chopes quando, já madrugada, chegou Nirlando com o último Jornal da República, cujo editorial, na verdade autonecrológio, Ricardo Carvalho leu de pé sobre a cadeira. “Nós voltaremos”, prometia o texto.
Meu desemprego não durou mais que 10 dias. Dele me salvaram generosas iniciativas – de Mino Carta, para começar. Logo me veio convite de Gilberto Mansur para trabalhar na Status, experiência já contada aqui. Relendo agora anotações da época, me pergunto se foi só um ato falho eu ter entrado num cinema, dois dias depois do naufrágio do Jornal da República, para ver Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola.

Quiroga em 4 de setembro

Pratica o que pensas
Acorda para este novo dia exorcizando tuas angústias e apreensões, as substituindo por uma visão alegre e leve, porque tens todo um dia ao teu dispor para fazer o que te aproximar aos teus anseios. Quanto mais ficares pensando sem nada fazer para criar uma ponte entre teus pensamentos e a realidade, mais angústia e apreensão experimentarás a respeito do teu futuro. Não importa se tuas ambições te propõem voos magníficos ou se tu te conformas com menos do que isso, o que importa é o quanto fazes uso do dia a dia para que a distância entre tua situação atual e os objetivos ansiados diminua de forma constante. Pratica, não te importes em obter sucesso de imediato, pratica o que for necessário para te aprimorar na atividade, dando o teu melhor a cada solitário instante de teu destino.