quarta-feira, 26 de julho de 2017

A fervura de Henrique Meirelles, FSP

Não se diga que estão fritando Henrique Meirelles. Ele é um queridinho do mercado, entende-se bem com Michel Temer e vocaliza as ortodoxias de gênios que sabem como consertar o Brasil, mas não conseguem conviver bem com seu povo. Meirelles está sendo fervido.
A fervura de um ministro difere da fritura porque enquanto a frigideira é desconfortável desde o primeiro momento, inicialmente o panelão oferece um calorzinho agradável. Depois é que são elas.
Desde o amanhecer do governo, Michel Temer flertava com a abertura de um balcão no Planalto. O ministro da Fazenda conseguiu contê-lo, até que surgiu o grampo de Joesley Batista. Para salvar seu mandato, o presidente abriu os cofres para os piores interesses predatórios instalados no Congresso. Não se deve esquecer que Meirelles foi levado para a Fazenda numa equipe em que estavam o senador Romero Jucá e o deputado Geddel Vieira Lima.
Temer deu a Meirelles quase toda a autonomia que ele pediu, mas o ministro não entregou os empregos e a perspectiva de crescimento que prometeu. Entrou no governo oferecendo um aumento de 1,6% para este ano e elevou o balão para 2%. Tudo fantasia, hoje o FMI espera 0,3%.
Na segunda-feira, ao ser indagado sobre a possibilidade de um novo aumento de impostos, ele informou: “Tudo é possível, se necessário”. Frase típica das serpentes encantadas pelos refletores. Não quer dizer absolutamente nada. Enuncia um dilema que exige a definição de “possível” e de “necessário”. Atravessar uma rua com o sinal fechado, por exemplo, pode parecer necessário, mas deixa de ser possível se o cidadão é atropelado. O Visconde de Barbacena achava que a derrama era necessária. Descobriu que não era possível.
Todos os ministros da Fazenda desempenham o papel da animadores do auditório. Alguns fazem isso com elegância, como Pedro Malan, outros, de forma patética, como Guido Mantega. Meirelles distanciou-se de Malan e caminha para o modelo de Mantega, num governo onde estão Michel Temer e seu mundo de bichos fantásticos.
Em fevereiro, Meirelles anunciou pela primeira vez: “A mensagem importante é que essa recessão já terminou”. Atrás dele veio uma charanga comemorativa. No mundo real, seu teto de gastos estourou, a reforma da Previdência será diluída e benza-se aos céus se o piso dos 65 anos for preservado. No caso da reforma trabalhista fingiu-se que acabou o imposto sindical, ao mesmo tempo em que o governo negocia uma nova tunga. Antes, os trabalhadores formais pagavam um dia de trabalho a uma máquina infiltrada pela pelegagem e trabalhadores e patrões. Pelo que se negocia, algumas categorias serão mordidas em mais que um dia.
O remédio de Meirelles foi aumentar um imposto. Faça-se justiça ao doutor registrando que ele nunca se comprometeu a não aumentá-los. O seu problema é outro. Ele lida com essas taxações como se fossem uma arma para punir uma sociedade que é obrigada a pagar porque ele e seu presidente não fazem o serviço que prometem.
Um dia Meirelles deve dar uma olhada na galeria de doutores que o antecederam. Nos últimos 20 anos, foram 14. Pelo menos sete foram fritos. Antonio Palocci está na cadeia, uns três deveriam ter ido para o hospício. Inteiros, saíram só dois, Malan e Fernando Henrique Cardoso, mas todos foram homenageados pela mesma orquestra que hoje ensaboa Meirelles.
Artigo publicado Folha de São Paulo – disponível na internet 26/07/2017 

terça-feira, 25 de julho de 2017

Alckmin lança edital para Complexo Esportivo do Ibirapuera, Exame


Ícone da capital paulista será disponibilizado à iniciativa privada, nesta segunda-feira, pelo governo do estado de São Paulo. 

Um ícone da capital paulista será disponibilizado à iniciativa privada nesta segunda-feira pelo governo do estado de São Paulo. Será lançado o edital do Complexo Esportivo do Ibirapuera aos interessados em gerir as arenas e quadras por 30 anos.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
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No pacote estão o icônico Ginásio do Ibirapuera, o Estádio Ícaro de Castro Melo, o Conjunto Aquático Caio Pompeu de Toledo, o Ginásio Mauro Pinheiro e o Palácio do Judô. Nas demandas básicas estão a instalação de ar condicionado, telões e novas poltronas em 30% do Ginásio e a transformação do estádio em uma arena multiuso, a moldes próximos às instalações olímpicas do Rio de Janeiro. São cerca de 110.000 metros quadrados de área esportiva. O contrato será prorrogável por mais 30 anos e tem como exigência a reforma das instalações em até três anos.
Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin havia anunciado também a concessão de cinco aeroportos estaduais à iniciativa privada. O consórcio Voa São Paulo vai investir 93 milhões de reais nas estações para “modernizar e oferecer mais serviços” nas regiões e arredores de Campinas, Ubatuba e Jundiaí. Outra nova frente trabalhada por Alckmin é de parques estaduais, em um programa aplicado aos poucos. No Parque Villa-Lobos, na capital, o estacionamento foi concedido e o governo negocia reforma em quadras e equipamentos em troca de propaganda.
A agenda de privatizações de Alckmin ganhou tração após a chancela nas urnas das propostas do prefeito de São Paulo e apadrinhado político, João Doria. Na capital, foi aprovado no início do mês uma lista de privatizações na Câmara Municipal que inclui parques, praças, mercados, aluguel de bicicleta, terminais de ônibus e o sistema de Bilhete Único – parte dos 55 ativos previstos pelo plano do prefeito. Depois de quatro tentativas de votar, o pacote passou com 36 votos favoráveis e 12 contrários. A votação em segundo turno ficou para agosto.
Alckmin e Doria, possíveis candidatos a presidente em 2018, correm para mostrar quem terá mais a mostrar aos eleitores.

Por Que Jornalistas Deixarão de Existir, blog do Kanitz






Se você tem um filho/a/x ou amigo/a/x que está prestando vestibular de jornalismo, leia e avise a fria que irá lhe ocorrer.
Jornalistas estão se iludindo ao acharem que sempre haverá a necessidade de bons jornalistas, que o “mundo precisa ser bem informado” mesmo por via digital.
A morte deles virá de outra maneira que ninguém está percebendo.
O jornalista depende do trabalho voluntário das pessoas que eles entrevistam.
O único que recebe dinheiro pelo tempo desprendido é o jornalista, nunca o entrevistado que tem de fato o conteúdo e a informação.
O jornalista ganha bem, mas no fundo vive da “mais valia” extraída do entrevistado.
Criar conteúdo como eu fazia com a edição Melhores e Maiores é uma coisa. Colar, copiar, usurpar conteúdo de graça das pessoas que os têm, está com seus dias contados.
Responda a um jornalista, como fazem muitos engenheiros, administradores e contadores, que você custa R$ 300,00 a hora, e você jamais será entrevistado, como a maioria não o é.
Por isso o jornalismo acaba entrevistando narcisistas compulsivos, aqueles que adoram aparecer de graça, a qualquer hora da noite, e se deslocam com prazer para as rádios e estúdios de TV.
Trabalhar de graça para alguém que não diz obrigado nem sequer manda a revista ou jornal para você ver?
E apesar de sobreviverem da exploração do homem pelo homem jornalista são todos marxistas de carteirinha, uma enorme contradição.
Hoje quem tem de fato conteúdo, quem tem o que dizer, utiliza os blogs, FB e WordPress; e recebe por isso.
A Veja me pagava R$ 900,00 por mês, mas cobrava R$ 9,00 por um milhão de revistas.
Eu que era lido por 20% desses leitores em meia, ganhava somente 0,01% desse total, minha mais valia ficava com quem?
Agora eu ganho R$ 8.090,00 de anúncios nos meus blogs, e tenho os mesmos page views por mês, com muito mais repercussão.
Faz sentido dar entrevistas de graça e concorrer comigo mesmo?
Aqueles que têm conteúdo não precisam mais de um “gate keeper” ou o jornalista.
Que anota tudo errado, e só confunde tudo.
Hoje eles só conseguem entrevistar os “losers” da sociedade, aqueles com enorme necessidade de “aparecer”.
Eu parei de ler jornal e de ler esses “losers” de esquerda, que só sabem reclamar e nada contribuem.
Se você quer ser jornalista, faça uma faculdade que lhe dê de fato conteúdo como Física, Psicologia, Direito, Administração, e abra um blog.
Para não ter que viver da exploração a la Marx do conteúdo dos outros, do conhecimento de quem de fato estuda, produz pesquisa, e entende do assunto.
Quanto mais rápido vocês jornalistas desaparecerem, mais bem informada será a nossa sociedade.
Essa é a verdade.