domingo, 22 de maio de 2016

Ricupero rebate críticas de Amorim a 1º discurso de Serra como chanceler


Eduardo Knapp - 8.mai.2015/Folhapress
Sao Paulo,, Brasil, 08-05-2015 17h16: Entrevista com o embaixador Rubens Ricupero em seu apartamento em Higienopolis (Foto Eduardo Knapp/Folhapress.PODER). Cod do Fotografo: 0716
O embaixador Rubens Ricupero
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O embaixador Rubens Ricupero, principal conselheiro do chanceler José Serra, contestou artigo publicado pelo ex-chanceler Celso Amorim (1993-95 e 2003-11) na Folha neste domingo (22). No texto, Amorim critica "o afã em aderir a mega-acordos regionais como o TPP (Tratado Transpacífico )", que tem 12 países.
Segundo o diplomata, Serra não diz que pretende negociar a entrada do Brasil no TPP. "A ideia é apenas se aproximar desses países", diz Ricupero, que foi secretário-geral da Unctad (Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento), ministro da Fazenda e do Meio Ambiente.
Em relação às críticas que Amorim fez às notas do Itamaraty que rechaçavam comentários dos países da aliança bolivariana, Ricupero afirma: "É inacreditável um [ex-]ministro que aplaude um ataque estrangeiro ao Brasil". Países como Bolívia e Venezuela questionaram a legitimidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
O ex-ministro também respondeu às criticas ao estudo de custos que pode resultar em fechamento de embaixadas abertas pelos governos de Lula e Dilma. "O que adianta ter embaixada se não há dinheiro para pagar a contas?", indagou.
Em seu artigo, Amorim irozina que o Brasil voltará "ao cantinho de onde nunca deveria ter saído", referindo-se a uma posição subalterna no cenário internacional.
"Uma coisa é você ter sobriedade e realismo, outra é querer dar um passo maior que a perna", disse Ricupero.
Segundo ele, o Brasil é uma potência quando se refere ao tema do ambiente, mas não se aproveitou dessa oportunidade durante Lula e Dilma. "Eles foram tímidos e defensivos."
Ele rebateu a ideia de que Serra, que acusava a política externa do PT de ser ideológica, agora proponha uma aproximação com governos de centro-direita, o que seria também uma "ideologização".
"Lula e Amorim buscavam uma relação especial com países como Nicarágua e Cuba, com os quais não temos quase nada em comum", disse.
"Já Argentina e México são as duas principais economias da região e são governos dispostos a negociar com o Brasil. Argentina seria prioritária com Cristina Kirchner ou Mauricio Macri."

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