sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Por mais água, Sabesp agora mira na Billings e em córrego

Fonte: Metro
Atualizado em: 21/01/2015 às 22h32
A Billings vai abastecer os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê | Diego OIo/Divulgação
A Billings vai abastecer os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê | Diego OIo/Divulgação
Com as sucessivas quedas nos níveis dos reservatórios, o governo de São Paulo anunciou ontem que vai retirar mais água da represa Billings, que integra o sistema Rio Grande, para abastecer os sistemas Guarapiranga e Alto Tietê – que atendem 11 milhões de clientes da Sabesp na Grande São Paulo.
Confira o nível dos reservatórios de São Paulo aqui
Além disso, a Sabesp decidiu ir buscar água no córrego Guaratuba, na Serra do Mar. O córrego será conectado ao riberão Rio Claro, também na Serra do Mar,  para que sejam captados mil litros de água por segundo da nascente, que hoje fornece apena 500 litros por segundo (veja quadro).  A concessionária acredita que as obras sejam concluídas até o dia 31 deste mês.
Segundo o governador Geraldo Alckmin, com a ajuda da Billings, a vazão no Guarapiranga deve subir de 15 mil litros por segundo, para 16 mil. “Todo trabalho vai ser em torno da represa Billings, porque a reserva é maior do que o Cantareira, ela tem 1,2 bilhão de metros cúbicos e está com mais de 50% de reservação. Então ela pode ajudar o Guarapiranga e o Alto Tietê”.
Hoje, a Billings já atende o Guarapiranga, por meio de um braço em Itaquacetuba. “O que nós vamos é aumentar [a vazão].” O governador, no entanto, não deu detalhes de como essa captação será feita e nem prazo para que ela seja colocada em prática. Alckmin também afirmou que, por enquanto, não há previsão de utilizar a terceira e última cota do volume morto do Cantareira, que atualmente abastece 6,2 milhões de pessoas, que ontem registrou 5,5% de sua capacidade. O Alto Tietê operava com 10% e o Guarapiranga com 38,5%. Para o diretor do Portal Tratamento de Água, Eduardo Pacheco, a retirada de água é problemática porque a água da Billings é muito poluída.
O governo federal e o Estado também decidiram reduzir a liberação de água do Cantareira para a Grande São Paulo e para a região de Campinas. Segundo comunicado da ANA (Agência Nacional de Águas) e do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a vazão máxima para janeiro será de 22,9 milhões de m³. Em dezembro de 2014, o limite era de 30 milhões de m³. 
Reservatórios têm deficit
Os seis reservatórios que abastecem os cerca de 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo têm apresentado déficit diário de 2,5 bilhões de litros de água.
Segundo levantamento feio pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, com base nos boletins diários dos mananciais divulgados pela Sabesp desde o dia 15 , quando levada em consideração a quantidade de água que entra nos reservatórios e o que é utilizado pela Sabesp, o saldo fica negativo em 29,3 mil litros por segundo.
Esse volume equivale, por exemplo, à captação do Cantareira antes da crise.
Anteontem, o estoque de água para a Grande São Paulo era de 264,7 bilhões de litros, 12,3% da capacidade, e menos do que as duas cotas do volume morto do Cantareira juntas (283,2 bilhões de litros). Segundo a Sabesp, o volume de água produzido para a Grande São Paulo caiu 25% neste mês em relação a janeiro de 2014, quando a crise foi declarada: de 71 mil litros por segundo para 53 mil.
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