domingo, 18 de janeiro de 2015

Hebdomadário Canalí, do país do Piauí, por João Canalí, no AcheiUSA


João CanaliHora chata de desfilar cultura meio que inútil... Mas, eu tenho certeza que tem muita gente que está pensando que ‘Hebdo” é o sobrenome de um tal de Charlie que, provavelmente fundou o pasquim francês alvo do atentado terrorista que parou o mundo na última semana... Não. Hebdo significa ‘semanal’... Se você meu caro leitor pensa que o nome Charlie é derivado diretamente do conhecido personagem Charlie Brown está meio certo... na verdade o Charlie era uma espécie de chacota com o nome de Charles de Gaulle, que governou a França por muitos anos, aquele mesmo que disse (acertadamente?) que o Brasil não é um país sério. Agora vocês querem que eu conte qual é a minha versão dos fatos? Tem certeza? Vamos lá então...
Tudo começou ainda no finalzinho do século passado com Baby Bush disputando a presidência com Al Gore... Alertava ele que a América estava ‘running out oil’ ... Os EUA já tinham perdido a autosuficiência em 1970, o que seguramente foi a razão maior do surgimento do cartel denominado OPEP inaugurando o uso do preço do petróleo como arma política contra Israel e o ocidente... O que Busch, ex-governador do Texas, tradicional produtor de petróleo dos EUA , e que trabalhara e fora parceiro de companhias de petróleo norte-americanas, propunha que se fizesse, além de se contar com sua experiência no assunto? Essa resposta foi dada anos depois que ele assumiu a presidência, através de uma eleição que deu mal exemplos a toda as 3 Américas, podemos hoje constatar quando se usa a palavra fraude... Curiosamente, Al Gore, como que se vingando por ter sido passado para trás na disputa presidencial, usou o peso de sua importância política para denunciar ao mundo que a contínua queima de combustíveis fósseis estaria causando o aquecimento global... Voltando para o presente podemos dizer sem medo de errar que tanto à Gore quanto à Bush devemos, simbolicamente, o ataque a redação do semanário francês... Haja coragem para afirmar isso... heim? Je suit Charlie também... Mas, voltemos novamente no tempo para entender isso...
Quando aconteceu o ataque as torres de Nova York, esse verdadeiro corte epistemológico na historia moderna do homem, o barril de petróleo girava em torno de $28.00 e nos dias seguintes ao ataque oscilou para $31 e depois retrocedeu... Os preços do petróleo não se alteravam muito desde a última crise da OPEP, aproximadamente duas décadas antes daquela covardia... A escalada de preços que culminou com o barril sendo vendido a $145.00 em julho de 2008 iniciou-se quando Bush resolveu – mentindo em relação a armas de destruição de massa, para quem não se lembra – invadir o Iraque, o país que detinha a segunda maior reserva de petróleo do planeta na ocasião... a qual não podia vender devido ao bloqueio que fora submetido na primeira guerra do Golfo, ainda no tempo de Bush pai... Se o bloqueio ao Iraque fosse retirado naquela momento, o preço do petróleo baixaria ainda mais devido ao aumento da oferta... afinal os russos já estavam aumentando sua produção e vivendo disso em grande parte...
Por que interessava o aumento do preço do barril? Ah... óbvio... porque quem extrai, refina e distribui ganha muito mais... A tradicional ganância de sempre, seria a resposta fácil a essa pergunta... Antes, no entanto, vamos esclarecer algumas dúvidas... Como se pode aumentar o preço do petróleo sem causar uma mega-inflação em todo o mundo? A pergunta se faz obrigatória diante o período que vai de 2001 até 2008, onde o preço do petróleo foi aumentado a cada conflito e após cada ataque terrorista em países ocidentais e seus aliados e nem por isso a economia deixou de andar sem inflação significativa... Gerando-se uma mega bolha? Sim, foi o que ocorreu... A inflação é jogada debaixo do tapete, isto é, ela se torna setorial... O preço do combustível está na formação de preço de todas as mercadorias, se o produtor da mercadoria repassar o aumento do combustível pura e simplesmente para o preço do produto que vende... a mercadoria encalha, deixa de vender, perdendo escala e o mercado feito... Então, ele corta em seus lucros, contando que a situação mude adiante, por outro lado, nesse caso, ele passou a ter um alívio nos juros de seu custeio financeiro, porque o dinheiro ganho pelos produtores de petróleo volta para o mercado financeiro e precisa ser remunerado, passa a existir uma super-oferta de dinheiro... e aí voltamos a bolha que explodiu no último ano do mandato de Baby Bush... aquela sobra toda de caixa na mão das grandes companhias de petróleo e dos príncipes do OM foi jogada no mercado imobiliário do Ocidente rico, causando um grande endividamento e a inadimplência subsequente... a grande crise financeira iniciada em 2008 e que para alguns países ainda não terminou... Mas, façamos uma parada em nosso tempestuoso documentário na campanha presidencial norte-americana de 2008... Drill, baby drill pateticamente gritavam os eleitores do partido republicano nos comícios de campanha... O mundo se perguntava ao que eles estavam se referindo... O que é que aqueles loucos queriam que o bebê perfurasse... Não havia mais petróleo nos EUA... O que havia era o início muito singelo e caro de se extrair petróleo do xisto betuminoso, abundante em alguns estados e, principalmente, em territórios da ‘base aliada’, isto é, no Canadá... Além disso, os mais bem informados sabiam que estava em experiência um novo método – quebrar o subsolo com potentes jatos d’água–de se extrair gás natural... elemento que substitui o petróleo em diversas situações, principalmente, nas termoelétricas.
Esses métodos alternativos de extração de petróleo e gás natural colocam em risco a natureza, mas não tanto quanto o continuo uso do carvão mineral e da energia nuclear para geração de eletricidade... Fora o que tem a capacidade de fazer os EUA retornarem a autosuficiência energética... Alguns falam que os EUA são uma Arábia Saudita do gás natural... Uma expectativa que, por si só, trás de volta o otimismo em relação a economia americana. Em 2010 a maior companhia petrolífera privada do mundo, a Exxon, ultra capitalizada por aqueles ‘anos dourados’ de preços altos do barril de petróleo, comprou pela cifra recorde de $41 bilhões de dólares uma companhia especializada na exploração de gás natural, detentora de diversas tecnologias de fraqueamento do solo... Essa compra sinaliza o momento da virada, quando passamos a entender que para que fontes alternativas ao petróleo pudessem ter surgido e se desenvolvido, o preço do petróleo teria que ter sido aumentado... Hoje falamos de placas voltaicas e geradores eólicos cada vez mais baratos devido a escala econômica de produção... Coloquemos no pacote as fuel cells a base de hidrogênio e gases do lixo (o nosso Fogo de Santelmo) e recentes descobertas que prometem muito, muito mais... O petróleo acabou financiando seus concorrentes... se lembraram grandes produtores do OM que tratam de não forçar o aumento do preço do barril, restringindo sua produção ou fechando as torneiras diante a diminuição da demanda, pois sabem que essa atitude estimula a concorrência, os investimentos que nelas são postos.
Se os tradicionais grandes produtores tem cacife para agüentarem preços abaixo de $50 dólares, ou menos, o mesmo não acontece com todos os demais produtores como Venezuela, Irã e Rússia... E outros, menores ainda... Os chineses passam a ter concorrentes ao que fabricam... O custo de produção do Japão caem drasticamente... Parece que quem financia a ISIS é o petróleo que conseguem contrabandear do norte do Iraque, tudo que é referente a eles está sendo oculto para não justificar uma guerra no chão... E encontramos aqui a razão verdadeira do ataque a redação do Charlie Hebdo... O pretexto, claro, existe e a diversos anos estava só esperando... Quem executa o ato terrorista é um pobre coitado com a cabeça totalmente arrebentada pelo fanatismo religiosos, mas quem dá a ordem para que o atentado ocorra, o faz visando interesses outros muito mais complexos... Reativar o terrorismo como arma de aumento de preços do barril, estopim para uma guerra cultural, não é novidade e se tornam óbvios em demasia quando surgem no momento que o preço do petróleo não para de cair...
Um filme chamado Syriana, protagonizado e produzido por George Clooney – um filme chato por sinal – mostra com relativa perfeição a cadeia de comando dos ataques terroristas muçulmanos. De resto, as autoridades européias deveriam expor essa situação com clareza para diluir a importância política dos ataques e seus objetivo... De resto é colocar os imigrantes do bem contra seu vizinho radical.

Nenhum comentário: