Assunto: Especial - Rio 2016
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Rio de Janeiro – Maior legado urbano dos Jogos Rio 2016, Linha 4 do metrô carioca une a sustentabilidade das estações com a tecnologia eficiente da tração dos trens
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Tiago Reis, para o Procel Info
Henrique Freire/Governo do Estado do Rio de Janeiro
Mas de todas essas melhorias, a que teve o maior impacto no cotidiano foi a construção da Linha 4 do metrô carioca. Com 16km de extensão, a linha vai fazer a ligação entre a Barra da Tijuca e a Zona Sul do Rio, transportando cerca de 300 mil pessoas por dia, reduzindo de 1h30 para pouco mais de trinta minutos o trajeto entre as duas regiões. Somente durante a operação dos Jogos Olímpicos, a nova linha do metrô carioca transportou mais de um milhão de passageiros. Para os Jogos Paralímpicos, a expectativa é de que outras 500 mil pessoas utilizem essa nova opção de transporte. A maior obra de mobilidade urbana do Brasil, mesmo diante da sua complexidade, manteve o compromisso de buscar soluções sustentáveis para reduzir o impacto ambiental do empreendimento. Realizada pelos consórcios Linha 4 Sul, responsável pela construção entre Ipanema e Gávea, e o Rio Barra, que fez o trecho entre a Gávea e a o Jardim Oceânico, na Barra, desenvolveram diversas ações para reduzir o consumo de água e energia no canteiro de obras, reaproveitamento de materiais e estações projetadas para valorizar a eficiência energética e sustentabilidade.
“Estações de São Conrado e Jardim Oceânico possuem sistemas que valorizam a iluminação e ventilação natural”
“O metrô é o meio de transporte de massa mais eficiente, moderno e ambientalmente correto, do ponto de vista do consumo de combustível e da emissão de gases. O projeto da Linha 4 foi minuciosamente estudado por mais de 200 especialistas, para tirar do papel, com menor impacto ao entorno e ao meio ambiente, a mesma extensão de metrô subterrâneo construída no Rio nas últimas três décadas”, informa a assessoria de imprensa do Consórcio Rio Barra. Estações verdes priorizam iluminação natural Projetadas para ter o menor impacto ambiental e priorizar a grande incidência solar da cidade do Rio de Janeiro, as estações de São Conrado e Jardim Oceânico (foto) se destacam na utilização de iniciativas sustentáveis integradas com o meio ambiente. Nas duas estações, boa parte da iluminação das áreas comuns e das bilheterias e roletas é de origem natural. Em São Conrado, o foco foi a iluminação natural. O local possui duas claraboias com 10,60 metros de diâmetro instaladas nos acessos da Rocinha e da Estrada da Gávea. Constituída de fechamento superior em estrutura metálica e vidro, com fechamentos laterais em tela ondulada de arame galvanizado, e instalada a uma altura de 18 metros, a claraboia do Acesso Rocinha possui ventilação e iluminação natural, enquanto a do acesso Estrada Gávea é destinada apenas à iluminação natural. Já a estação Jardim Oceânico é o local que possui a maior quantidade de soluções sustentáveis. Com o projeto arquitetônico integrado ao novo conceito paisagístico da Avenida Armando Lombardi, o espaço, além das fendas que permitem a entrada da luz e a circulação dos ventos, possui, em sua cobertura um “telhado verde” que contribui para reduzir a temperatura no interior da estação. Instalado no canteiro central da avenida, o telhado ecológico é composto por um gramado e mudas de árvores, que proporcionam um isolamento térmico do subsolo, reduzindo a necessidade de utilização de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores para a refrigeração do espaço. Também na cobertura, foram instalados 78 captadores de luz natural, do tipo Solatube, que possuem diâmetros que variam de 28 cm a 56 cm, e é responsável pela iluminação diurna de toda das áreas de circulação de pessoas da estação. “Os acessos de passageiros têm vidros, tratados com película especial antirresíduo, que são laváveis com a água da chuva e favorecem a claridade. Optou-se também pelo uso de lâmpadas com tecnologia LED nas estações e na iluminação cênica da ponte estaiada que faz a ligação com a estação Jardim Oceânico”, informa o consórcio.
“Para reduzir o consumo de energia, foram projetadas leves inclinações na via permanente com o objetivo de facilitar a frenagem e a aceleração dos trens”
Segundo o Rio Barra, ainda não há um valor definitivo que quando essas ações vão proporcionar de economia de energia, já que a Linha 4 ainda não está funcionando com sua capacidade máxima, o que deve ocorrer apenas no final de setembro, após o término das Paralímpiadas, mas estima-se que, somente com a iluminação, essa redução pode chegar a cerca 50% em comparação com uma estação sem esse tipo de recurso, já que durante o dia, a iluminação natural será predominante. Percurso vai proporcionar economia de energia Além das estações, o percurso da Linha 4 também foi desenvolvido para reduzir o consumo de energia, que é a segunda maior despesa da MetrôRio, concessionária que opera as linhas 1, 2 e 4 do metrô carioca. E para reduzir essa demanda, vários estudos foram feitos para na Linha 4, a energia necessária para a tração das composições fosse menor que nos outros trajetos do sistema. Uma das soluções adotadas, foi projetar na via permanente, por onde passam os trens, inclinações com o objetivo de facilitar a frenagem e a aceleração das composições antes de cada uma das seis estações da linha. “Toda vez que está chegando a uma estação, há uma leve subida para ajudar na desaceleração dos trens e ao sair das estações, uma pequena descida para auxiliar no ganho de velocidade, gerando economia de energia e do sistema de freios”, completa a concessionária Rio Barra. Também para reduzir o consumo de energia na Linha 4, circulam pelo trecho apenas os trens da nova geração, comprados da China, que consomem até 30% menos que os veículos mais antigos, que operaram predominantemente na Linha 1. De acordo com a MetrôRio, as 15 composições que serão utilizados no trajeto entre Ipanema e a Barra possuem um sistema motriz mais moderno e eficiente, já que operam com corrente alternada, mais econômica que a corrente contínua que é usada nos trens mais antigos. Os veículos também possuem sistemas de regeneração energética, que recupera a energia gerada pelo processo de frenagem e reinjeta no sistema para que o próprio trem ou o que vier na sequência possa utilizar, aumentando os níveis de eficiência energética da operação do sistema. |