“Toda atividade - seja qual for - precisa de um lema, uma bandeira, um slogan. O meu poderia ser qualquer outro, mas é : “Fazer jornalismo é produzir memória”. O jornalismo pode ser útil, então. Pode jogar luzes sobre o passado. Por que não? .
É preciso ter convicção. Pois bem: posso estar errado, mas acredito que fazer jornalismo é olhar o mundo, os fatos, os personagens e as histórias com os olhos de uma criança que estivesse vendo tudo pela primeira vez; somente assim, o Jornalismo será vívido,interessante, inquieto - não este monstro burocrático,chato e cinzento que nos assusta tanto;
fazer Jornalismo é saber que existirá sempre uma maneira atraente de contar o que se viu e ouviu;
fazer Jornalismo é ter a certeza de que não existe assunto esgotado. Há fatos a explicar sobre 1964, por exemplo; tudo pode ser revirado: a crucificação de Jesus Cristo merece ser investigada. Por que não ? Jornalista não pode se deixar vencer pelo tédio destruidor - nunca;
Se um estreante perguntasse, eu diria: deixe o tédio em casa. Traga a vida das ruas para a redação. Porque, em noventa e oito por cento dos casos, o que a gente vê na vida real é mais colorido e mais arrebatador do que o que se publica nos jornais ou o que se vê na TV;
Diria também: não faça jornalismo para jornalista. Faça para o público!
Fazer jornalismo é não praticar nunca, jamais, sob hipótese alguma, a patrulhagem ideológica. Ponto. Um general - seja quem for - deve ser ouvido com tanta atenção quanto o mais renitente dos guerrilheiros. Lugar de votar é na urna. Não é na redação;
(eu disse ao general Newton Cruz: não quero parecer bom moço, jornalista vive procurando escândalo e declarações bombásticas, mas, como personagem jornalístico, o senhor me interessa tanto quanto Luís Carlos Prestes, a quem, aliás, entrevistei algumas vezes);
Por fim: fazer jornalismo é desconfiar,sempre,sempre e sempre. A lição de um editor inglês vale para todos: toda vez que estiver ouvindo um personagem - seja ele um delegado de polícia, um praticante de ioga ou um astro da música - pergunte sempre a si mesmo, intimamente : por que será que estes bastardos estão mentindo para mim?
Não existe pergunta melhor”.
É preciso ter convicção. Pois bem: posso estar errado, mas acredito que fazer jornalismo é olhar o mundo, os fatos, os personagens e as histórias com os olhos de uma criança que estivesse vendo tudo pela primeira vez; somente assim, o Jornalismo será vívido,interessante, inquieto - não este monstro burocrático,chato e cinzento que nos assusta tanto;
fazer Jornalismo é saber que existirá sempre uma maneira atraente de contar o que se viu e ouviu;
fazer Jornalismo é ter a certeza de que não existe assunto esgotado. Há fatos a explicar sobre 1964, por exemplo; tudo pode ser revirado: a crucificação de Jesus Cristo merece ser investigada. Por que não ? Jornalista não pode se deixar vencer pelo tédio destruidor - nunca;
Se um estreante perguntasse, eu diria: deixe o tédio em casa. Traga a vida das ruas para a redação. Porque, em noventa e oito por cento dos casos, o que a gente vê na vida real é mais colorido e mais arrebatador do que o que se publica nos jornais ou o que se vê na TV;
Diria também: não faça jornalismo para jornalista. Faça para o público!
Fazer jornalismo é não praticar nunca, jamais, sob hipótese alguma, a patrulhagem ideológica. Ponto. Um general - seja quem for - deve ser ouvido com tanta atenção quanto o mais renitente dos guerrilheiros. Lugar de votar é na urna. Não é na redação;
(eu disse ao general Newton Cruz: não quero parecer bom moço, jornalista vive procurando escândalo e declarações bombásticas, mas, como personagem jornalístico, o senhor me interessa tanto quanto Luís Carlos Prestes, a quem, aliás, entrevistei algumas vezes);
Por fim: fazer jornalismo é desconfiar,sempre,sempre e sempre. A lição de um editor inglês vale para todos: toda vez que estiver ouvindo um personagem - seja ele um delegado de polícia, um praticante de ioga ou um astro da música - pergunte sempre a si mesmo, intimamente : por que será que estes bastardos estão mentindo para mim?
Não existe pergunta melhor”.
Geneton Moraes Neto / 1956 - 2016
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