Coluna Econômica - 12/08/2011
Em seu livro “Cartas a um Jovem Economista”, o economista Gustavo Franco me brinda com críticas. Desde início dos anos 2000 venho criticando o que denominei de “cabeças de planilha"- economistas sem conhecimento de história, microeconomia, política, que julgavam ser possível colocar todas as variáveis econômicas em uma planilha.
Essa praga adveio com o avanço da microinformática e a facilidade em montar planilhas de cálculo. O grande economista Dionísio Dias Carneiro criticava jovens economistas que colocavam séries históricas e estabeleciam correlações sem ao menos entender o significado dos números.
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Gustavo jamais poderia ser confundido com um cabeça-de-planilha. Pelo contrário, juntou a formação econômica com uma sólida formação histórica, estudando desde o Encilhamento - a crise financeira do início da República - até as grandes hiperinflações do século.
Mas em seu ritmo foi tomado pela síndrome do deus ex-machina do mercado.
Dizia ele: “felizmente o gênero (dos céticos na macroeconomia planilheira) está definhando, pois a economia está mais normal e o noticiário se tornou mais técnico, analítico e especializado”.
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Não sei o ano que escreveu o artigo. Mas até um pouco antes da crise de 2008, a geração dos cabeças-de-planilha predominava.
Os grandes economistas não costumam sofisticar seus modelos econômicos. Sua sabedoria consiste em entender, no emaranhado de eventos econômicos, aqueles fatores-chave que determinam o resultado final da economia. Estão nesse time economistas como Delfim Neto, Yoshiaki Nakano, José Roberto Mendonça de Barros, Luiz Gonzaga Belluzzo.
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De repente, foram deixados de lado. O Manual do Perfeito Economista Imbecil Latino-Americano foi seguido à risca por cometas como Alexandre Schwartsman para afirmar que alguns desses ícones “não entendem nada de economia”.
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Lembro-me de uma sessão no Conselho de Economia da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na qual um desses economistas sustentava que o modelo econômico em vigor era definitivo e que o Brasil teria que acostumar para o todo e sempre com câmbio apreciado. Foi um mês antes de explodir a crise de 2008.
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Suas planilhas eram certinhas, mostravam um mundo em perfeito equilíbrio. Se os juros caem x, o câmbio sobe y; se as cotações de commodities sobem w, o câmbio cai z.
Há anos os verdadeiros economistas tinham se dado conta de que a dinâmica da economia mundial a encaminhava inexoravelmente para uma crise. Havia excesso de ativos financeiros no mundo, em comparação com os ativos reais. Bolhas se formavam por toda parte, sucessivamente. Novos atores entravam no mercado, os países emergentes, os fundos soberanos, a China, a Internet modificando totalmente o modelo político tradicional. E os gênios da planilha com seus modelitos.
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Tem-se um mundo novo pela frente, cujos contornos ainda não são nítidos. Mas os últimos a entender esse novo mundo certamente será os ejaculadores precoces da planilha.
Emprego industrial retrocede -0,2% em julho
O emprego industrial no mercado brasileiro apresentou uma variação negativa de 0,2% durante o mês de junho em relação a maio, segundo a série livre de influências sazonais divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em comparação com junho de 2010, o emprego industrial apresentou um crescimento de 0,7%, chegando assim ao seu décimo sétimo mês consecutivo de crescimento, com alta em 9 dos 14 locais e 10 dos 18 setores investigados ampliaram s contratações na indústria.
Vendas no varejo variam 0,2% em junho
O comércio varejista brasileiro apresentou uma variação de 0,2% para o volume de vendas e 0,6% para a receita nominal, na relação mês/mês anterior com ajuste sazonal, completando dois meses de resultados positivos no que tange ao volume de vendas (após a queda de abril) e crescimento da receita nominal de vendas pelo décimo quinto mês consecutivo. Segundo o IBGE, a série com ajuste sazonal mostra que cinco das oito atividades que compõem o varejo tiveram variações positivas.
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